Três anos de casamento e noventa e nove tentativas de divórcio. Esta era a centésima.
Marcos Almeida, meu marido, olhou para a mulher ao seu lado, me oferecendo um apartamento e cinco milhões pelo divórcio.
Eu estava grávida, e ele mal conseguia disfarçar o desprezo.
"Marcos, eu não vou me divorciar. Me dê mais um ano."
Ele se irritou. Eu era um obstáculo em sua vida perfeita, sempre com uma mulher diferente em casa, tentando me forçar a ceder.
No dia seguinte, a notícia: um acidente. Marcos e Lucas, seu irmão, no carro. Um morto, um ferido. Meu mundo desabou quando soube que Lucas estava morto, mas o homem que me humilhou por três anos, Marcos, estava vivo.
No cemitério, a tontura. Desmaiei.
Acordei com vozes abafadas: Marcos, vivo, e minha sogra.
"Lucas... Lucas não resistiu. Marcos está gravemente ferido, mas está fora de perigo."
Ele forjou a própria morte! Para quê?
"Foi a única maneira, Marcos! Você sempre amou a Ana, e Lucas nunca te daria uma chance com ela. Agora que ele está morto, você pode assumir o lugar dele."
Ana. A noiva de Lucas. O verdadeiro amor de Marcos.
Eles sabiam da minha gravidez.
"Ela está grávida, não está? Esse filho será uma 'dádiva' sua para a família. Ela continuará na família Almeida... e você poderá ficar com a Ana sem nenhum obstáculo."
O acidente não foi um acidente. Foi um plano. Um plano para se livrar de Lucas, para se livrar de mim. O homem que eu pensei que tinha me salvado, por quem eu me casei por gratidão, era um monstro, e sua família, cúmplice.
Minha dívida de gratidão estava paga.
Não seria a viúva sofredora. Me levantei e disse: "Eu quero fazer um aborto."