O Último Adeus de Laura
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Capítulo 4

"Na verdade," Laura disse, parando na porta do provador e se virando para a gerente da loja, "eu preferiria outra assistente. A senhorita... Sofia parece um pouco inexperiente."

A voz de Laura era educada, mas firme. A gerente pareceu surpresa, e Sofia ficou vermelha de raiva e humilhação.

Pedro imediatamente entrou no modo "noivo protetor".

"O que você quer dizer com inexperiente? Minha noiva merece o melhor serviço! Se sua funcionária não é competente, encontre alguém que seja!", ele disse em voz alta, atraindo a atenção de outros clientes. Era uma performance. Ele estava defendendo Laura para que Laura não suspeitasse que ele estava defendendo a si mesmo.

Sofia, com lágrimas nos olhos, murmurou um "com licença" e correu para os fundos da loja. A gerente, embaraçada, pediu mil desculpas e rapidamente designou outra vendedora para Laura.

Enquanto a nova assistente ajudava Laura, ela ouviu a gerente repreendendo outra funcionária em voz baixa.

"Eu avisei para não deixar a Sofia atender clientes importantes. Ela só causa problemas. Ouvi dizer que ela está saindo com um homem rico e casado, deve ser por isso que está tão arrogante."

A informação caiu como uma pedra no estômago de Laura. Então não era apenas com Pedro. Ou talvez... talvez o "homem rico e casado" fosse o próprio Pedro, e a história já estivesse se espalhando.

"Preciso de um pouco de ar", disse Pedro de repente. "Vou fumar um cigarro lá fora."

Laura sabia que era uma desculpa. Ela o observou sair da loja. Com o coração martelando, ela disse à vendedora que precisava de um minuto e o seguiu. Ela ficou escondida atrás de uma pilastra, observando-o descer a rua e entrar em um beco estreito ao lado da loja.

Com o coração na boca, ela o seguiu. E então ela os viu. Pedro tinha Sofia prensada contra a parede de tijolos, suas bocas unidas em um beijo desesperado e furioso. Não havia amor ali, apenas uma urgência feia. A mão dele estava sob a saia do uniforme dela, o corpo dela se arqueando contra o dele.

Laura recuou para a sombra, as mãos cobrindo a boca para abafar um soluço. E então ela ouviu a voz dele, abafada, mas clara.

"Você ficou louca? Aparecer lá? Você quer estragar tudo?"

A voz de Sofia era chorosa e manipuladora. "Eu só queria te ver, Pedro. Eu não aguento mais ser o seu segredo. E ela... ela me humilhou."

"Esqueça ela", disse Pedro, sua voz cheia de desprezo. "Laura é frágil, ingênua. É fácil de manipular. Depois do casamento, quando eu tiver controle total das empresas da família, eu dou um jeito nela. Mas até lá, você precisa ter paciência. É você que eu quero, você entende? Você é fogo, paixão. Ela é... conveniente."

"Conveniente." A palavra ecoou na mente de Laura, matando qualquer resquício de dúvida ou esperança que ainda pudesse existir. Frágil. Ingênua. Fácil de manipular. Era assim que ele a via. Não como a mulher que ele amava, mas como um peão em seu jogo de poder.

Uma lembrança a atingiu: Pedro cuidando dela quando ela pegou uma pneumonia, sem dormir por noites, lendo para ela, garantindo que ela tomasse todos os remédios. Aquela gentileza, aquele cuidado que parecia tão real, agora parecia uma atuação calculada.

As lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto, mas ela as enxugou com raiva. Ela não era frágil. E não seria mais manipulada. Ela recuou silenciosamente, saindo do beco antes que eles a vissem. Quando voltou para a loja, seu telefone tocou. Era Pedro.

"Laura, meu amor, onde você está? Estou voltando para dentro."

"Decidi ir embora", disse ela, sua voz surpreendentemente estável. "O vestido me fez sentir claustrofóbica. Preciso de um tempo sozinha. Vou para o nosso antigo apartamento da faculdade."

Houve uma pausa. "Tudo bem. Te vejo mais tarde, então."

Ela desligou. A decisão estava tomada. Ela não ia apenas deixá-lo. Ela ia desaparecer.

                         

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