Eu trabalhei a vida toda para este momento. Com uma bolsa de estudos bancada pela família do meu marido, Pedro, me formei engenheira na melhor universidade, transformei a PetroVargas na empresa mais lucrativa e estava a um passo de ser nomeada presidente.
Mas quando a porta da sala de reunião se abriu, Pedro entrou com a secretária visivelmente grávida. Ele me olhou com desprezo e disse: "Como podemos nomear uma presidente que não pode nem dar um herdeiro para a família Vargas?"
A humilhação me atingiu como um tsunami. Me acusaram de ser "estéril", uma "mulher incompleta" e de ter "enganado" a todos. Meus sogros, que até então haviam me tratado como filha, viraram as costas.
Eu não conseguia entender tanta crueldade. Era meu laudo médico, compartilhado em segredo com Pedro em um momento de vulnerabilidade, sendo usado para me destruir publicamente. Eu construí tudo, por que eles estavam fazendo isso?
Enquanto Pedro rasgava meus projetos, o advogado da família se aproximava com os papéis do divórcio e um contrato que me despojaria de tudo. E foi nesse inferno que meu celular tocou: "Sr. Montenegro" brilhava na tela.