Capítulo 3 No.3

O coração de Maya martelava contra suas costelas.

A dor era tão intensa que parecia um golpe físico.

Liam voltou, todo sorrisos. "Desculpe por isso, crise no trabalho resolvida."

Ele colocou o braço em volta dela. "Está se sentindo bem? Você parece um pouco pálida."

Alheio. Totalmente, enlouquecedoramente alheio.

"Apenas uma dor de cabeça", Maya conseguiu dizer, afastando-se um pouco.

Ela olhou para ele, para o homem que ela amara, o homem que salvara sua vida, que agora a estava destruindo.

"Liam", ela começou, com a voz baixa, "se um homem, um marido, estivesse tendo um caso... o que você pensaria dele?"

Ele franziu a testa, surpreso com a pergunta.

"Eu pensaria que ele é um canalha", disse Liam, com um tom veemente. "Um verdadeiro lixo. Especialmente se ele tivesse uma esposa que o amasse, que confiasse nele. Não há desculpa para esse tipo de traição, Maya. Nenhuma."

Sua hipocrisia era de tirar o fôlego.

Seu telefone vibrou novamente. Ele olhou, um lampejo de aborrecimento, depois outra coisa – preocupação?

"Droga", ele murmurou. "Outro assunto urgente da empresa. Um novo estagiário fez uma grande besteira. Tenho que ir resolver isso. Marc não consegue lidar com este."

Ele a beijou rapidamente. "Você fica, aproveita o parque. Voltarei assim que puder. Eu prometo."

Ele saiu apressado.

Maya o observou ir, uma certeza fria se instalando nela.

Ela pegou seu celular descartável, ligou para um serviço de carro.

"Siga aquele Escalade preto", disse ela ao motorista, apontando para o carro de Liam que partia. "Discretamente."

O Escalade não foi em direção à sede da Goldstein Global.

Ele se dirigiu a um elegante e novo prédio de condomínio de luxo em um bairro badalado do centro.

O motorista estacionou do outro lado da rua. Maya esperou.

Dez minutos depois, Liam saiu do prédio.

Com Ava Sinclair.

Ava estava rindo, agarrada ao braço dele. Liam sorria para ela, um olhar de afeto possessivo em seu rosto.

Eles pararam perto do carro dele na entrada particular do prédio.

Ele a puxou para perto e eles se beijaram.

Um beijo longo, apaixonado e de boca aberta. Em plena luz do dia.

Maya observava, seu sangue virando gelo.

Então, eles entraram no carro dele. As janelas eram escuras, mas ela viu a silhueta.

O carro começou a balançar, suavemente no início, depois de forma mais sugestiva.

Bem ali. Na entrada.

Maya fechou os olhos.

Ela se lembrou da noite de núpcias deles.

Liam tinha sido tão terno, tão reverente.

Ele lhe dissera que queria que a primeira vez deles como marido e mulher fosse perfeita, sagrada.

Ele a amou com tanto cuidado, tanta devoção.

Parecia uma verdadeira união de almas.

Agora, isto.

Esta exibição barata e sórdida em um carro com sua amante.

O contraste era uma faca se torcendo em suas entranhas.

O motorista do táxi, um homem mais velho de rosto gentil, olhou para ela no espelho retrovisor.

"Senhorita, você está bem?", ele perguntou gentilmente.

Maya abriu os olhos. Lágrimas escorriam por seu rosto.

"Ele não vale a pena, senhorita", disse o motorista suavemente. "Nenhum homem que faz isso vale suas lágrimas. Você o perdoa, segue em frente. Encontre alguém melhor."

Maya balançou a cabeça, uma risada amarga escapando dela. "Perdoá-lo? Nunca."

            
            

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