img img img Capítulo 5 Sete Noites de Desejo - EP 5
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Capítulo 6 Sete Noites de Desejo - EP 6 img
Capítulo 7 Sete Noites de Desejo - EP 7 img
Capítulo 8 Sete Noites de Desejo - Epílogo img
Capítulo 9 Sob Minha Pele - EP 1 img
Capítulo 10 Sob Minha Pele - EP 2 img
Capítulo 11 Sob Minha Pele - EP 3 img
Capítulo 12 Sob Minha Pele - EP 4 img
Capítulo 13 Sob Minha Pele - EP 5 img
Capítulo 14 Sob Minha Pele - EP 6 img
Capítulo 15 Sob Minha Pele - EP 7 img
Capítulo 16 Sob o Céu de Madrid - EP 1 img
Capítulo 17 Sob o Céu de Madrid - EP 2 img
Capítulo 18 Sob o Céu de Madrid - EP 3 img
Capítulo 19 Sob o Céu de Madrid - EP 4 img
Capítulo 20 Sob o Céu de Madrid - EP 5 img
Capítulo 21 Sob o Céu de Madrid - EP 6 img
Capítulo 22 Sob o Céu de Madrid -EP 7 img
Capítulo 23 Reunião Particular - EP 1 img
Capítulo 24 Reunião Particular - EP 2 img
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Capítulo 5 Sete Noites de Desejo - EP 5

O tempo parecia dobrar dentro daquela casa. As horas escorriam pelas paredes com lentidão, e o dia, por mais claro que estivesse, nunca parecia realmente afastar a noite. Tudo ali respirava desejo. Até o silêncio tinha gosto.

Na terceira noite, quando Athos apareceu no meu quarto, eu já não fingia resistência.

Meu corpo o reconhecia antes que meus olhos o vissem. Bastava sentir o som dos seus passos no corredor para meus mamilos enrijecerem sob a seda, para a parte baixa do meu ventre se contrair em expectativa. Eu estava ficando viciada naquele estado entre o toque e a ausência dele, naquele espaço tenso onde a espera se transformava em combustão.

Ele não falou nada no início. Apenas entrou. Observou-me por alguns segundos - eu estava sentada na poltrona, as pernas cruzadas, o robe entreaberto, revelando a pele nua sob a seda.

Seus olhos tocaram mais do que mãos seriam capazes.

Quando finalmente falou, sua voz cortou o ar com um tom diferente - mais denso, mais firme. Não era um pedido. Era uma ordem disfarçada de convite.

- Esta noite, você se entrega. E eu conduzo.

Minhas pernas se apertaram por reflexo. Meu coração bateu no fundo da garganta. Eu apenas assenti.

Ele estendeu a mão.

Levantei-me e a tomei sem hesitar.

Fui guiada até o salão vermelho. Já conhecia aquele espaço. Os véus de cetim pendiam do teto como serpentes esperando o momento certo para envolver o corpo. Havia almofadas no chão, um banco baixo coberto por um tecido escuro, velas acesas que espalhavam uma luz âmbar e quente.

No centro, um pequeno altar com objetos de seda, velas, cordões, um copo de vinho, e uma venda.

- Tire tudo - ordenou ele, com a voz baixa e sem hesitação.

Senti um frio percorrer minha espinha. Não por medo, mas por reverência.

Desamarrei lentamente o cinto do robe. Deixei que escorregasse pelos ombros até cair ao chão. Fiquei nua diante dele, nua de roupas, de defesas, de mentiras.

Ele se aproximou devagar, como se reverenciasse a oferenda que eu era. Suas mãos, grandes e firmes, seguraram meu queixo, elevando meu rosto até que nossos olhos se encontrassem.

- Diga que é sua escolha.

- É minha escolha - respondi, e minha voz tremeu. Mas era verdade. Cada parte de mim ansiava por isso.

Athos pegou a venda e colocou suavemente sobre meus olhos. O mundo desapareceu.

Senti o calor das velas na pele. O cheiro do vinho. O som da minha própria respiração se tornando mais rápida.

Então veio o primeiro toque - fita de cetim nos pulsos. Macia, firme, controlada.

Meus braços foram erguidos acima da cabeça, e amarrados a uma das faixas pendentes do teto. Não era restrição. Era ritual. Eu podia me soltar se quisesse. Mas não queria.

Ficar ali, suspensa, vendada, entregue, era um novo tipo de liberdade. Um que fazia meu peito se abrir como flor em fogo.

Ele circulava ao meu redor, e eu sentia seu corpo próximo. O calor. A eletricidade no ar.

Então veio o primeiro contato direto.

Seus lábios no meu pescoço.

Quentes. Macios. Lentos.

Ele beijava a pele como se estivesse decifrando um idioma antigo nela. Depois, os dentes. Mordidas suaves, seguidas de línguas quentes deslizando pela carne marcada.

Um gemido escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-lo.

Athos não parou.

Sua boca desceu pela curva do ombro, pelo centro do colo, até os seios.

A mordida no mamilo me fez perder o fôlego. Ele sugava devagar, alternando a suavidade da língua com a pressão úmida dos lábios e o arranhar leve dos dentes. Minha cabeça caiu para trás. As pernas tremiam. Meus quadris começaram a balançar, inconscientemente, em busca de mais.

- Fique onde está - sussurrou ele. - Sinta tudo. Cada arrepio. Cada onda.

Sua voz me atravessava como uma lança de prazer.

As mãos firmes dele seguraram minha cintura, contornaram meus flancos, desceram com lentidão estudada até a curva das nádegas. Apertou com autoridade, trazendo meu corpo para mais perto do dele.

Mas ele ainda não tirava a roupa.

A roupa de Athos era uma fronteira que ele mantinha entre nós. E era isso que tornava tudo mais insuportável e mais excitante.

Ele se ajoelhou diante de mim. Eu senti. A respiração quente entre minhas coxas. Os dedos abrindo lentamente os lábios do meu sexo.

E então, a língua.

A primeira lambida foi como um trovão silencioso atravessando meu corpo. Meus braços se tensionaram contra as fitas. O gemido que veio foi gutural, denso, como um soluço de prazer.

A língua dele sabia.

Sabia onde, sabia como, sabia o quanto.

Ele circulava o clitóris com uma precisão impossível. Alternava o ritmo, as pressões, os desenhos que fazia com a ponta da língua. Era como se estivesse escrevendo um poema secreto em mim. Um poema feito de saliva, desejo e devoção.

Meus quadris começaram a se mover contra sua boca. Sem controle. Eu queria mais. Precisava mais. E ele sabia disso.

Seus dedos deslizaram com facilidade pela minha entrada molhada. Apenas um - firme, lento, profundo. Depois dois. E minha cabeça explodiu.

- A-Athos... - murmurei.

Foi a primeira vez que disse seu nome assim. Gemido. Pedido. Confissão.

Ele gemeu em resposta, um som abafado entre minhas pernas, e chupou com mais força.

Gozei.

De um jeito que nunca havia gozado antes. Não era só físico. Era espiritual. Era a rendição de tudo que eu havia segurado a vida inteira. Minha boca entreaberta, os músculos se contraindo, o corpo se arqueando - e a alma se libertando.

Mas ele não parou.

Continuou. Me provocou. Me devorou.

Eu tremia. Chorava. Gozava de novo. E tudo parecia um sonho sujo e sagrado.

Quando ele finalmente se levantou, eu ainda estava pendurada nas fitas, a respiração entrecortada, o corpo em brasas.

Ele me soltou com cuidado. Pegou meu corpo com os braços fortes e me deitou sobre as almofadas macias. Com as pontas dos dedos, limpou meu rosto - não sei se era suor ou lágrimas.

Deitou-se ao meu lado. Ainda vestido. Ainda no controle. Mas agora mais próximo. Mais humano.

Beijou meu ombro. Meu pescoço. E então minha boca.

O beijo dele tinha gosto de mim. E algo mais. Algo que eu não conseguia nomear, mas que me ancorava.

- Você foi linda - disse ele. - E verdadeira.

Eu fechei os olhos e deixei a cabeça repousar em seu peito. O som do coração dele batendo forte me embalava.

Naquela noite, dormi ao seu lado.

Vendada por dentro.

Mas finalmente livre.

                         

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