Maria: De Esposa a Rainha
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Capítulo 1

O sol da Bahia beijava a pele de Maria Silva, um calor suave que a convidava a relaxar, a areia branca e fina corria por entre seus dedos enquanto ela observava sua filha, Sofia, de sete anos, correr pela beira do mar.

A risada de Sofia era a única música que quebrava o som ritmado das ondas, a menina corria, pulava pequenas ondas e olhava para trás, garantindo que a mãe a observava.

Maria sorria, um sorriso genuíno e cansado, ela tinha desenhado coleções inteiras inspirada por aquela paz, por aquela praia particular que pertencia à sua família há gerações.

Era seu refúgio, o lugar onde ela não era a esposa de João Mendes, o empresário de tecnologia em ascensão, mas apenas Maria.

E mãe de Sofia.

A tranquilidade, no entanto, foi quebrada de forma abrupta.

Uma voz estridente e arrogante cortou o ar.

"O que vocês duas estão fazendo aqui? Esta área é particular."

Maria virou a cabeça lentamente, seus olhos encontraram uma mulher alta, magra, vestida com um biquíni minúsculo de grife e óculos de sol enormes que escondiam metade de seu rosto, ela tinha o tipo de beleza artificial que a fama instantânea das redes sociais costumava produzir.

Era Patrícia Costa, a influenciadora digital do momento.

Sofia parou de correr e se escondeu atrás da perna de Maria, assustada com a mulher desconhecida.

Maria permaneceu sentada, calma.

"Esta praia é minha", ela respondeu com uma voz nivelada, sem emoção.

Patrícia soltou uma risada debochada, tirando os óculos de sol para exibir um olhar de desprezo.

"Sua? Querida, não seja ridícula, você deve ter se enganado, meu marido, João Mendes, reservou esta praia inteira para mim e para nossos convidados."

Ela pronunciou o nome "João Mendes" com uma posse que era ao mesmo tempo patética e ofensiva.

Maria sentiu um aperto no peito, mas seu rosto não demonstrou nada, ela conhecia a reputação de Patrícia, sabia do caso dela com seu marido, João nunca se deu ao trabalho de ser discreto.

"João não tem autoridade para reservar este lugar", disse Maria, sua voz ainda perfeitamente calma.

Patrícia se aproximou, seu corpo emanando uma hostilidade barata.

"Ah, ele tem, ele tem toda a autoridade, você não passa de uma esposa troféu, uma dona de casa que não sabe de nada, você vive do dinheiro dele, do status dele, é uma parasita, você e essa sua filhinha."

A palavra "parasita" ecoou na mente de Maria, era uma acusação tão absurda que quase a fez rir de verdade.

Ela olhou para o mar, para a vastidão azul, e pensou na fortuna de sua família, um império no agronegócio que sustentava uma parte significativa da economia do país, uma fortuna que fazia o sucesso recente de João parecer uma piada.

Foi o dinheiro dela, as conexões da família dela, que transformaram João Mendes de um ninguém ambicioso no empresário de tecnologia que ele era hoje.

A empresa dele, os contatos dele, a casa onde moravam, tudo, absolutamente tudo, vinha dela.

Ele era o verdadeiro parasita.

"Você não sabe do que está falando", Maria disse, sua paciência começando a se esgotar.

Patrícia sorriu, um sorriso vitorioso e cruel.

"Claro que sei, sou a mulher que ele realmente ama, a mulher com quem ele faz negócios, não uma coitadinha que fica em casa cuidando de criança, aliás, falando em negócios", ela disse, olhando para Sofia com um interesse que fez a pele de Maria se arrepiar. "Temos uns investidores importantes chegando, talvez sua filha pudesse ser útil, entreter um pouco os senhores."

A sugestão velada, a forma como ela olhou para Sofia, acendeu uma fúria fria e profunda dentro de Maria, uma fúria que ela mantinha sob controle há muito tempo.

Ela se levantou lentamente, colocando Sofia atrás de si, seu corpo formando uma barreira protetora.

O jogo tinha acabado de mudar.

            
            

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