Maria: De Esposa a Rainha
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Capítulo 2

Patrícia não notou a mudança na atmosfera, cega por sua própria arrogância, ela se aproximou mais, seu olhar ainda fixo em Sofia, que se agarrava à mãe com mais força.

"Não se aproxime dela", a voz de Maria era baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma ameaça inconfundível.

A influenciadora apenas riu.

"Não seja tão dramática, só estou dizendo que uma menina bonita como ela pode abrir muitas portas, não é mesmo?"

Nesse momento, um homem corpulento, de meia-idade, apareceu atrás de Patrícia, ele usava uma camisa florida apertada que mal continha sua barriga proeminente, seu rosto estava vermelho por causa do sol e do álcool, e seus olhos pequenos e úmidos percorreram o corpo de Sofia de uma forma repulsiva.

Era o Sr. Ricardo, um dos investidores estrangeiros que João tanto queria agradar.

"Patrícia, querida, quem são essas?", ele perguntou com um sotaque carregado, sua voz pastosa.

"Apenas a esposa inútil de João e a filha dela, Sr. Ricardo, elas já estavam de saída", respondeu Patrícia, com um tom de desdém.

O Sr. Ricardo ignorou Maria completamente e focou em Sofia, ele deu um passo à frente, seu sorriso se alargando de uma forma grotesca.

"Que menina adorável, venha aqui, pequena."

Ele estendeu a mão gorda e suada na direção de Sofia.

Instintivamente, Maria se moveu, empurrando Sofia para mais longe e se interpondo entre a filha e o homem, a mão do Sr. Ricardo tocou o braço de Maria em vez do de Sofia.

"Saia de perto da minha filha", Maria sibilou, sua calma se quebrando pela primeira vez, a repulsa visível em seu rosto.

Patrícia interveio, empurrando o ombro de Maria com força.

"Como você ousa falar assim com o Sr. Ricardo? Você não sabe quem ele é? Peça desculpas agora!"

"Eu não vou pedir desculpas por proteger minha filha de um predador", Maria respondeu, seu olhar fixo e gelado em Patrícia.

A tensão era palpável, Sofia começou a chorar baixinho, aterrorizada com a agressividade dos estranhos e com a expressão dura no rosto da mãe.

O Sr. Ricardo, ofendido, agarrou o braço de Maria com mais força.

"Mulher insolente!"

"Solte ela!", a voz de Sofia soou, pequena, mas cheia de coragem desesperada.

O homem olhou para a menina, surpreso, e depois riu, uma risada gutural e desagradável.

"Que temperamento! Gosto disso."

Patrícia viu a oportunidade perfeita para solidificar sua posição.

"João ficará furioso quando souber como você tratou nosso convidado de honra, Maria, ele vai te colocar no seu lugar."

Ela se virou para o Sr. Ricardo com um sorriso bajulador.

"Não se preocupe, senhor, João sabe como controlar a esposa dele, e ele me disse que a menina é muito talentosa, talvez ela possa dançar para nós mais tarde, como um pedido de desculpas."

A sugestão explícita fez o sangue de Maria gelar, a imagem de sua filha sendo forçada a se apresentar para aquele homem nojento era um limite que ela jamais permitiria que fosse cruzado.

Com um movimento rápido e preciso, Maria torceu o pulso, usando o próprio peso do Sr. Ricardo contra ele, o homem soltou um grunhido de dor e surpresa, soltando o braço dela.

Sem hesitar, Maria pegou Sofia no colo.

"Nós vamos embora agora."

Ela se virou e começou a caminhar em direção à saída da praia, seu coração batendo forte, mas suas ações eram firmes e decididas.

Ela precisava tirar Sofia dali, para longe daqueles monstros.

            
            

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