Maria: De Esposa a Rainha
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Capítulo 4

Maria não respondeu à sugestão monstruosa de João, ela apenas o encarou, seu rosto uma máscara de calma fria que escondia a tempestade que se formava dentro dela.

Ela deu um passo para trás, ajustando Sofia em seus braços, um movimento sutil que criou uma distância física e emocional entre ela e seu marido.

"João, você tem certeza de que é isso que você quer?", ela perguntou, sua voz perigosamente baixa e controlada, era uma última chance, uma que ela sabia que ele não pegaria.

João, interpretando sua calma como submissão, bufou com impaciência.

"Claro que tenho certeza! Pare de fazer drama e colabore! Pelo nosso futuro!"

"Nosso futuro?", Maria repetiu a palavra como se fosse um termo estrangeiro cujo significado ela não compreendia, o canto de seus lábios se curvou em um sorriso minúsculo, desprovido de qualquer humor.

Patrícia, vendo a aparente rendição de Maria, se aproximou com um ar de triunfo.

"Até que enfim você entendeu qual é o seu lugar, parasita, agora, coloque a menina no chão e diga a ela para ser boazinha com o Sr. Ricardo."

O Sr. Ricardo sorriu, satisfeito, passando a língua pelos lábios de uma forma nojenta.

João não disse nada, seu silêncio era um consentimento explícito, uma confirmação de sua traição.

Ele havia feito sua escolha.

E agora, Maria faria a dela.

Com a mão livre, Maria ergueu o pulso, seu olhar nunca deixando o de João, no seu pulso havia um relógio de aparência simples, elegante, mas discreto, um presente de seu pai.

Com o polegar, ela pressionou um pequeno botão na lateral da coroa, três vezes.

Era um gesto tão pequeno, tão insignificante, que ninguém notou de imediato, exceto pelo clique suave que se perdeu no som do mar.

João e Patrícia a observaram com confusão.

"O que você está fazendo agora? Ligando para sua mamãe?", zombou Patrícia.

João revirou os olhos. "Maria, pelo amor de Deus, guarde o seu celular, você está nos envergonhando."

Eles não sabiam que aquele relógio não era um simples acessório, era um comunicador de emergência, um link direto para uma força que eles nem sequer imaginavam existir.

Uma força acessível apenas aos chefes das poucas famílias que formavam a verdadeira elite do poder no Brasil.

Uma força chamada "Guardiões do Mar".

Maria não disse uma palavra, ela apenas continuou a encarar João, esperando.

O ar começou a mudar.

Primeiro, foi um som baixo, um zumbido distante que crescia em volume rapidamente.

João e Patrícia olharam para o céu, confusos.

O som se tornou um rugido ensurdecedor.

Dois helicópteros negros, sem nenhuma identificação visível, surgiram sobre a enseada, pairando sobre a praia como aves de rapina gigantescas, o vento de suas hélices levantava areia e água, criando um pequeno furacão localizado.

Patrícia gritou, tentando proteger o cabelo, o Sr. Ricardo se encolheu, assustado.

Ao mesmo tempo, no horizonte, duas lanchas de alta velocidade cortavam as ondas em direção à praia, movendo-se com uma precisão militar.

Os helicópteros baixaram, e cordas foram lançadas, de onde desceram homens vestidos com uniformes táticos pretos, armados e equipados com uma eficiência assustadora, eles se moveram em perfeita sincronia, cercando toda a área da praia em questão de segundos.

As lanchas chegaram à areia, e mais homens desembarcaram, formando um perímetro impenetrável.

Tudo aconteceu em menos de um minuto.

O caos de antes foi substituído por um silêncio tenso e opressor, quebrado apenas pelo som dos helicópteros pairando no céu.

João, Patrícia e o Sr. Ricardo estavam paralisados, pálidos de choque e medo, olhando para a demonstração avassaladora de poder que havia se materializado do nada.

                         

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