A música explodia na minha festa de dezoito anos, mas para mim, tudo era um sussurro distante.
Era para ser o meu dia, mas quem brilhava era Ana Lúcia, a bolsista que meu padrasto e o filho dele, Pedro, adoravam exibir como um troféu.
O pesadelo começou quando Ana Lúcia "tropeçou" e derramou champanhe, logo acusando: "Acho que a Sofia ainda está brava comigo. Ela me empurrou."
Todos os olhares se viraram para mim.
Meu padrasto, Sr. Mendes, me humilhou publicamente, ameaçando: "Peça desculpas a ela. Agora. Ou você pode esquecer sua mesada este mês. E o carro que eu prometi."
Pedro, cego pela falsidade dela, me atacou com ódio: "Você é inacreditável! Ana Lúcia é uma pessoa boa, ela não merecia ser tratada assim por você."
Para completar a farsa, a mãe dela apareceu, contando uma história comovente, enquanto Ana Lúcia mostrava um arranhão falso.
A raiva subiu à minha garganta, a um ponto onde não pude mais conter.
Com um grito, lancei-me contra Pedro, empurrando-o com toda a força.
Ele cambaleou e caiu no bolo, mas em sua fúria, me empurrou de volta com força brutal.
Minha cabeça bateu na quina de uma mesa, e o sangue começou a escorrer.
Ali, prostrada, com o vestido manchado de creme e sangue, a dor física era intensa, mas a dor da traição e da solidão era pior.
Como pude ter sido tão cega?
Era a hora de a verdadeira rainha da casa intervir e colocar ordem.