Prisioneira do Traficante: Amor Proibido
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Capítulo 1

Fui vendida.

Essa era a única verdade que importava no ar denso e perfumado daquela mansão. O cheiro de jasmim e maresia se misturava ao cheiro metálico de perigo. Eu, Sofia, que sonhava em sentir o calor das luzes do palco do carnaval, agora sentia o frio do mármore sob meus pés descalços. Meu sonho de ser dançarina de samba morreu no dia em que me tornei assistente pessoal de Dante, o chefe do tráfico de drogas do Rio de Janeiro.

Cada dia era um exercício de sobrevivência. Eu aprendi a andar sem fazer barulho, a falar apenas quando me perguntavam e a manter meus olhos baixos. A mansão era uma gaiola de ouro, com janelas que iam do chão ao teto e mostravam o azul infinito do mar, mas os muros altos e os homens armados em cada canto me lembravam constantemente da minha condição.

Eu estava organizando os livros na biblioteca dele, um cômodo silencioso e sombrio que parecia o único lugar seguro da casa, quando a porta se abriu com um estrondo.

Uma mulher entrou como um furacão.

Ela usava um vestido rosa choque tão curto que parecia mais uma blusa, saltos agulha que faziam um barulho irritante no piso de madeira e óculos de sol enormes que escondiam metade do seu rosto. Ela segurava um celular, gravando a si mesma.

"Olá, meus amores! Yasmin chegou! A protagonista finalmente está na área para encontrar seu grande amor!"

A voz dela era alta, estridente e cheia de uma confiança que beirava o ridículo.

Ela parou de gravar e me olhou de cima a baixo, o desprezo evidente em seu rosto mesmo com os óculos escuros.

"E você, quem é?"

Sua voz era afiada.

"Sou Sofia. A assistente do senhor Dante."

Eu respondi, minha voz um sussurro.

Yasmin riu, um som desagradável.

"Assistente? Querida, você quer dizer a empregada. Uma figurante. Não se preocupe, toda novela precisa de figurantes para preencher o cenário. Mas não se esqueça do seu lugar."

Ela se aproximou, o perfume doce e enjoativo dela me sufocando.

"Eu sou a protagonista desta história. Eu e o Dante. Estamos destinados a ficar juntos. Você não passa de um detalhe insignificante, um obstáculo temporário."

Eu não disse nada. Apenas continuei a arrumar os livros, minhas mãos tremendo um pouco. Discutir seria inútil e perigoso. Neste mundo, o silêncio era minha melhor arma.

Ela notou meu silêncio e pareceu ainda mais irritada.

"O que foi? O gato comeu sua língua, figurante? Ou você é tão sem importância que nem consegue falar?"

Eu parei o que estava fazendo e olhei para minhas mãos. Na minha mão esquerda, um anel simples, de prata, sem brilho ou pedras. Um anel que ninguém notaria. Dante o colocou no meu dedo na noite anterior, em silêncio, depois de me encontrar chorando no jardim. Foi um gesto inesperado, um que eu ainda não entendia completamente.

Levantei a mão lentamente, sob o pretexto de arrumar uma mecha de cabelo que caiu no meu rosto. Deixei o anel visível por um segundo, um brilho discreto sob a luz fraca da biblioteca.

Vi um flash de confusão no rosto de Yasmin quando ela olhou para o anel, mas ela o descartou rapidamente, convencida demais de sua própria importância para considerar o que aquilo poderia significar. Para ela, era apenas um pedaço de metal barato na mão de uma serviçal.

Ela bufou, entediada com a minha falta de reação.

"Enfim, onde está o Dante? Meu futuro marido precisa saber que sua rainha chegou. Ele está no escritório dele, no segundo andar? Aquele com a vista para a praia?"

Meu sangue gelou.

"Não fale o nome dele em voz alta assim. E ninguém pode ir ao escritório dele sem ser chamado."

Eu disse, minha voz um pouco mais firme do que antes. Era uma regra básica da casa. Uma regra que, se quebrada, tinha consequências terríveis.

Yasmin me olhou como se eu fosse um inseto.

"Quem você pensa que é para me dar ordens? Uma figurante tentando ensinar a protagonista como atuar? Patético."

Ela se virou e caminhou em direção à escada, seus saltos ecoando como tiros no silêncio da casa.

"Ele vai ficar feliz em me ver. Homens como o Dante precisam de uma mulher como eu, não de uma ratinha assustada como você."

Eu queria gritar para ela parar, para não ser tão estúpida, mas a porta se fechou atrás dela, me deixando sozinha com o som do meu coração batendo descontroladamente no peito.

Ela não fazia ideia do perigo que estava correndo.

E, por algum motivo, eu sabia que as consequências da sua estupidez recairiam sobre mim.

            
            

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