Levei Yasmin para o quarto de hóspedes onde ela estava ficando. Ela não disse uma palavra durante o caminho, mas assim que fechei a porta, a fúria dela explodiu.
"Sua vadia! O que você fez com ele?"
Ela veio para cima de mim, os olhos injetados de ódio.
"Você está tentando roubá-lo de mim, não é? Sua figurante de merda!"
Antes que eu pudesse reagir, ela me empurrou com força. Perdi o equilíbrio e caí para trás, batendo a cabeça na quina de uma cômoda. Uma dor aguda explodiu na minha nuca, e o mundo girou por um segundo.
Senti algo quente escorrendo pelo meu pescoço. Sangue.
Yasmin olhou para o sangue e sorriu, um sorriso cruel e satisfeito.
"Isso é para você aprender o seu lugar. Você não é nada. Menos que nada."
Ela se agachou ao meu lado, a voz um sussurro venenoso.
"Fique longe do Dante. Ele é meu. Se eu te ver perto dele de novo, eu juro que da próxima vez eu te mato."
Ela se levantou e saiu do quarto, batendo a porta. Fiquei ali, no chão, a dor na minha cabeça latejando, o gosto metálico de sangue e medo na minha boca.
Mais tarde naquela noite, Yasmin fez algo incrivelmente estúpido. Ela entrou na adega particular de Dante. Era o lugar mais proibido da casa. Nem mesmo eu tinha permissão para entrar lá. Diziam que era onde ele guardava não apenas seus vinhos mais caros, mas também segredos que poderiam destruir impérios.
Ela pegou a garrafa mais cara que encontrou, um vinho que valia mais do que a casa onde eu cresci, e a levou para a piscina, onde começou a beber e a tirar fotos para suas redes sociais, com legendas como "Relaxando com o meu amor. A vida de rainha que eu mereço."
Quando Dante descobriu, a fúria dele foi silenciosa, mas aterrorizante. O ar na mansão ficou pesado, elétrico. Os seguranças ficaram mais tensos, as mãos mais perto das armas. Todos sabiam que alguém ia pagar.
Ele não foi atrás dela. Em vez disso, ele me chamou.
Encontrei-o na sala de estar. Ele estava sentado no sofá, um copo de uísque na mão, olhando para as chamas da lareira.
"Sua cabeça", ele disse, sem se virar para mim.
"Está melhor, senhor."
"Ela fez isso?"
Eu hesitei. Entregar Yasmin poderia ser perigoso para mim.
"Eu caí."
Ele se virou lentamente e me olhou. Havia um brilho divertido e perigoso em seus olhos.
"Você é uma péssima mentirosa, Sofia."
Ele se levantou e caminhou até mim. Ele tocou o curativo na minha nuca com uma delicadeza que me surpreendeu. Seus dedos eram quentes contra a minha pele.
"Ninguém machuca o que é meu."
Sua voz era baixa, possessiva.
Meu coração disparou.
"Eu não sou sua, senhor."
A frase escapou antes que eu pudesse contê-la.
Ele sorriu.
"Ainda não."
Ele se afastou e pegou o telefone. Ele discou um número.
"Rico. Temos uma convidada que passou dos limites. Leve-a para o 'quarto de reflexão'. E quebre uma garrafa de vinho caro na frente dela. Quero que ela entenda o conceito de desperdício."
Ele desligou e olhou para mim.
"Quanto à sua punição por mentir para mim..."
Ele fez uma pausa, o sorriso se alargando.
"... você vai jantar comigo esta noite. E vai usar um vestido que eu escolhi para você."
Ele se aproximou novamente, sua mão encontrando a minha. Ele entrelaçou seus dedos nos meus, apertando suavemente o anel de prata que ele me deu.
"E, Sofia", ele sussurrou, seu hálito quente no meu ouvido, "tire esse curativo. Eu quero ver a marca que ela deixou."
Enquanto isso, do lado de fora, ouvi os gritos de Yasmin. Dois seguranças, incluindo o homem chamado Rico, a arrastavam para longe da piscina.
"Me soltem! Vocês não sabem quem eu sou? Eu sou a futura senhora! Dante vai matar vocês por isso!"
Através da janela, vi Rico parar. Ele se virou para ela com um sorriso frio.
"Essas são ordens diretas do chefe, madame. Ele disse que você precisa aprender uma lição sobre respeito."
Eles a arrastaram para dentro, e os gritos dela foram abafados pelas paredes grossas da mansão.