Capítulo 7 Que inferno

Emma

Terminei de lavar a louça, demorando um pouco.

Eu tive que me dar algum tempo para me recompor, porque ele estar tão perto de mim, estava me fazendo querer e sentir coisas que eu não deveria querer ou sentir. E não vou. Entenda, trabalho com ele há mais de dois anos. Ele nunca me fez querer ele dessa forma.

Agora que passamos um tempo fora do escritório algumas vezes, agora me sinto atraída por ele? O que é tudo isso?

-Acho que são eles, Emma. -Ele riu, me tirando dos meus pensamentos.

-Sim, são eles. -Eu ri.

-Venha, vamos? -Ele sorriu para mim.

Ele pegou uma garrafa de vinho e duas taças. Nós dois nos dirigimos para a sala de estar, sua mão colocada na parte inferior das minhas costas. Eu senti um pequeno arrepio subir pelo meu corpo. Fiz questão de esconder meu rosto porque se ele visse meu rosto, meus olhos me denunciariam.

Sentei-me o mais rápido que pude, colocando uma pequena distância entre nós. Ele se sentou ao meu lado, fechando o espaço que eu estava tentando manter entre nós. Ele serviu uma taça de vinho para nós dois, entregando-a para mim.

-Obrigada. -Sorri, tomando um pequeno gole e recostando-me no sofá.

-Emma você? Você tem irmãos? E seus pais? -Ele perguntou.

-Sim, eu tenho uma irmã mais nova que está em Londres para fazer faculdade. Ela é muito inteligente, ela está estudando para se tornar uma cirurgiã cardíaca. Eu ainda tenho meus pais. Eles estão casados há o que, Quarenta anos e ainda muito apaixonados um pelo outro. -Eu sorri para mim mesmo pensando neles.

-Isso é incrível! -Ele exclamou. -Isso é o que eu quero, um amor assim. -Ele acrescentou com um sorriso.

-Eu também, talvez um dia. -Eu sorri.

Eu vejo uma tristeza disparar em seus olhos enquanto ele pensa sobre isso. Darcy e seu casamento brincando em sua cabeça porque ele provavelmente pensou que ela era para ele.

Estendi a mão, colocando minha mão sobre a dele suavemente, fazendo-o olhar para mim.

-Você vai encontrar, Brandon. Darcy não deve ter sido a pessoa certa para você, afinal. -Eu disse.

-Eu sei, só dói ainda, sabe? -Ele disse tristemente.

-Eu sei. Vai ficar melhor com o tempo. -Eu disse, sorrindo, na esperança de levantar um pouco seu ânimo.

-Gostaria que esse tempo chegasse mais rápido. De qualquer forma, chega disso. O combinado era você me falar sobre você. -Ele riu.

-Como eu disse, não há muito o que contar sobre mim. Vivo uma vida tranquila. -Dei de ombros.

É a verdade, não faço muita coisa. Eu trabalho e saio com os amigos de vez em quando. Não tenho muito tempo livre, o trabalho ocupa muito do meu tempo.

-Por que, então? Por que não sair e se divertir? -Ele perguntou.

-Às vezes eu saio e me divirto. Eu fiz tudo isso quando era adolescente, era um selvagem naquela época. -Eu ri.

-Eu sabia. Você não é tão quieta quanto parece. Por favor, diga o quão selvagem você era, Srta. Emma? Eu não era de se rebelar naquela idade. Acho que é por isso que estou compensando isso agora do meu jeito. -Ele riu.

Eu sabia que ele estava se referindo a bebida, festas e garotas diferentes a cada noite.

-Sim, estou vendo. -Eu ri. -Eu ... eu festejei muito, bebi demais, tive problemas na escola e fugi mais de uma vez. Eu fiz da vida dos meus pais um inferno. Eles nunca desistiram de mim, e quando cheguei aos dezenove, acabei crescendo. -Eu disse.

-Eu sabia que você tinha um lado selvagem. -Ele piscou.

-Costumava ter, não tenho tanto agora. -Respondi.

-Eu não acredito nisso. Eu acho que você ainda tem uma veia selvagem em você em algum lugar aí. -Ele sorriu.

Ele estava certo, eu acho, mas ele não precisa saber de onde vem essa veia selvagem.

-Talvez, mas você nunca descobrirá. -disse, de forma misteriosa e sedutora e seus olhos se iluminaram um pouco. Ele sabia exatamente o que eu queria dizer.

-Nunca diga nunca. -Ele respondeu. Eu franzi minha sobrancelha para ele, e ele não pareceu se importar.

Ele tinha um olhar diabólico. Eu sei o que ele está pensando. Isso não vai acontecer. Eu não vou ser aquela garota que está fazendo sexo com o chefe dela, essa não sou eu.

-Em seus sonhos. -Eu ri.

-Oh, espero que sim. -Respondeu, a voz um pouco mais rouca do que de costume.

Engoli em seco, afastando-me dele. Ele precisa parar de flertar comigo. E eu tenho que parar de corresponder. Decidi mudar de assunto, falando sobre qualquer outra coisa, exceto sobre a conversa que estávamos tendo no momento.

°°°°

Duas horas depois.

Duas garrafas de vinho e algumas cervejas depois, Brandon e eu estávamos um pouco bêbados, rindo e flertando. Eu também tinha relaxado bem mais.

Minha atração por ele não estava me afetando do jeito que estava há pouco.

-Você é deslumbrante, Emma. Por que um homem ainda não a prendeu/conquistou? -Ele perguntou, olhando para mim.

-Acho que não encontrei o certo. -Eu disse, mordendo meu lábio inferior enquanto olhava para ele.

Ele soltou um pequeno gemido. Morder o meu lábio parecia o afetar.

Ele se aproximou de mim, nossos rostos a apenas alguns centímetros de distância. Ele estendeu a mão, afastando meu cabelo dos meus olhos, sua mão descansando na minha bochecha.

Engoli em seco, tentando me controlar. Brandon estava muito próximo, e eu sabia que ele estava prestes a me beijar. Eu sabia que, no fundo, deveria me afastar, mas não consegui.

Então, antes que eu percebesse o que estava acontecendo, seus lábios selaram-se contra os meus.

Eu gemi de satisfação contra seus lábios.

E acabei por corresponder ao seu beijo, seus lábios tão doces e beijáveis.

Ele agarrou meus quadris, me puxando para mais perto dele. Eu podia sentir um fogo de desejo subir em minhas veias com seus lábios nos meus. Ele gemeu em meus lábios, passando sua língua rapidamente ao longo do meu lábio inferior, me fazendo choramingar e separar meus lábios para receber sua língua. Brandon deslizou sua língua em minha boca, e eu o beijei de volta da mesma maneira.

De repente, o medo tomou conta de mim quando percebi o que diabos eu estava fazendo. Eu rapidamente me afastei dele, pondo-me de pé e agarrando minha bolsa.

-Sinto muito. Eu preciso ir. -Eu disse em pânico, correndo para a porta da frente.

Coloquei minha mão na maçaneta, quando de repente, ele me agarrou pela cintura, me virando para encará-lo, me prendendo entre seu corpo e a porta.

Minha respiração estava pesada. Cada parte do meu corpo estava se sentindo fraca com a forma como seus olhos escuros e luxuriosos estavam olhando para mim.

-Por quê? Eu também quero você. Eu sei que você também sentiu isso esta noite, Emma, a tensão entre nós. O desejo, então por que ir? -Ele perguntou sem fôlego.

-Porque eu não sou esse tipo de garota, Brandon. Eu não sou o tipo de garota que acaba fodendo com chefe. -Eu disse, tentando manter algum tipo de controle.

-Nós dois somos adultos, Emma. Eu não dou a mínima que eu sou seu chefe. -Ele disse.

-Bem, sim. Sinto muito, eu preciso ir. -Eu disse, empurrando-o para longe de mim e correndo para fora da casa. Desci até o final da garagem, chamando um táxi para chegar em casa.

Eu precisava ficar longe daqui. Longe de Brandon. Por que eu deixei isso acontecer?

Agora o trabalho vai ser difícil pra caramba.

Merda! Como pude ser tão estúpido?

Fiquei feliz quando o táxi apareceu e voltei para casa. Sinceramente, não sei como vou enfrentá-lo amanhã. Peguei uma garrafa de água e alguns analgésicos, eu precisaria deles pela manhã. Voltei para o meu pijama e me joguei na cama. Peguei meu telefone, certificando-me de que meu alarme estava definido para o trabalho, o que estava.

Eu tinha uma nova mensagem, na verdade, eu tinha três e eram todos de Brandon.

Brandon: Emma, por favor, volte?

Brandon: Sinto muito.

Brandon: Pelo menos me diga que você chegou em casa, ok, por favor?

Suspirei, rapidamente mandando uma mensagem de volta.

Emma: estou em casa.

Isso foi tudo que eu enviei antes de colocar meu telefone na mesa de cabeceira, me enrolando no edredom. Eu logo adormeci, uma parte de mim esperando que esta noite fosse tudo um sonho.