O Contrato Virou Amor
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Capítulo 2

O rosto de Pedro perdeu toda a cor. O choque inicial deu lugar a um pânico puro, descontrolado. Seus olhos se arregalaram, e ele não olhou para mim, nem para seu pai, apenas para a porta por onde o segurança tinha entrado.

"Ana..." ele sussurrou, o nome saindo como um suspiro de dor.

Ele se virou bruscamente, derrubando sua cadeira no processo. O som ecoou no silêncio tenso.

"Eu tenho que ir até ela. Eu preciso ir."

Sofia Almeida, sua mãe, correu para o seu lado, agarrando seu braço.

"Pedro, o que você está fazendo? Pense na sua posição! Pense na família!"

Mas ele se soltou do aperto dela com uma força surpreendente.

"Eu não me importo!", ele gritou, sua voz cheia de desespero. "É a Ana! Vocês não entendem?"

Os convidados trocavam olhares, os sussurros se tornando mais audíveis. "Ana Paula? A prima dele?", uma mulher perguntou. "Eu sempre soube que havia algo entre eles", respondeu outra. A humilhação era pública, crua e intencional. Ana Paula não queria apenas impedir o casamento, ela queria me destruir no processo.

Pedro se virou para meu pai e para mim, seu rosto uma máscara de agonia e culpa.

"Senhor Silva, Júlia... me desculpem. Eu não posso assinar isso. Eu não posso me casar."

Cada palavra era uma facada. Ele estava escolhendo ela, ali, na frente de todos. Ele estava me descartando como se eu não fosse nada.

Meu pai, Roberto Silva, permaneceu calmo. Sua postura era rígida como aço. Ele me olhou, e em seus olhos eu vi não pena, mas uma fúria fria e calculista. Ele se voltou para Ricardo Almeida, ignorando completamente o herdeiro em pânico.

"Ricardo, seu filho está criando um problema sério. Um problema que afeta a reputação da minha filha e da minha família."

Ricardo parecia ter envelhecido dez anos em dez minutos. Ele olhou para o filho com uma mistura de raiva e decepção profunda.

"Pedro, volte aqui agora! Você vai honrar seu compromisso!"

"Não!", Pedro gritou, já se movendo em direção à porta. "Eu a amo! Eu não vou deixá-la morrer!"

Foi a primeira vez que ele disse isso em voz alta. A confissão final. A traição completa.

Meu pai deu um passo à frente, sua voz baixa, mas carregada de autoridade.

"Ninguém vai a lugar nenhum ainda. Este assunto será resolvido. Aqui. E agora."

Ele fez um sinal para Gabriel, meu segurança pessoal, que se posicionou discretamente na porta, bloqueando a saída de Pedro.

Então, meu pai olhou para o grupo de executivos da Alpha que vieram com a família Almeida. Seu olhar varreu cada um deles, avaliando.

"Vamos todos ver o espetáculo que sua família preparou, Ricardo," disse meu pai, sua voz gélida. "Vamos subir até o terraço. Quero ver com meus próprios olhos a mulher pela qual o herdeiro da Tecnologias Alpha joga fora um acordo de bilhões e a honra de sua família."

A multidão se separou, abrindo caminho. Meu pai me guiou, sua mão firme nas minhas costas. Nós não estávamos fugindo da humilhação, estávamos marchando em direção a ela. A cena mudou do salão de festas para o elevador, subindo em um silêncio mortal em direção ao confronto que definiria tudo.

            
            

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