A Dor da Desilusão
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Capítulo 3

Apesar do medo que paralisava seus membros, uma faísca de desafio se acendeu dentro de Maria. Ela não seria esmagada tão facilmente.

"Eu não vou assinar isso," ela repetiu, a voz mais firme desta vez. Ela empurrou a pasta de volta para ele. "Nós vamos para o tribunal. Um juiz vai decidir o que é justo."

Pedro riu, um som oco e desdenhoso.

"Justo? Não seja ingênua. Eu não tenho nada em meu nome, Maria. A empresa está com um passivo enorme, a casa é alugada. Eu sou, no papel, um homem falido. Você vai lutar por metade de nada."

Era uma mentira, ela sentia. Ele era astuto demais para se deixar ficar sem nada. Ele devia ter escondido o dinheiro, transferido os bens. A audácia dele a deixou sem fôlego.

O celular dele tocou, quebrando a tensão. Ele olhou para a tela e seu rosto se suavizou por um instante.

"Oi, meu amor... Sim, estou resolvendo... Não, não vai demorar. Eu também te amo. Beijo."

Ele desligou e a irritação voltou ao seu rosto, dez vezes mais forte. A pressão de Sofia o estava deixando no limite.

"Viu o que você está fazendo? Está me atrasando. Assina logo isso, Maria. Vamos acabar com essa palhaçada."

"Não," ela disse, cruzando os braços.

A paciência de Pedro acabou. Em um movimento rápido e violento, ele a agarrou pelo braço.

"Você vai assinar!" ele rosnou, tentando forçar a caneta na mão dela.

Maria lutou, tentando se soltar. "Me solta! Você está me machucando!"

A luta foi curta e brutal. Ele a empurrou com força. Ela perdeu o equilíbrio, o corpo se chocando violentamente contra a quina da mesa de centro de madeira maciça.

Uma dor aguda e lancinante explodiu em seu abdômen. Ela caiu no chão, o ar escapando de seus pulmões em um gemido.

Pedro ficou parado por um momento, olhando para ela no chão. Não havia remorso em seus olhos, apenas a frustração de um obstáculo em seu caminho.

Ele se ajoelhou, mas não para ajudá-la. Ele abriu a pasta no chão ao lado dela, colocou a caneta em sua mão trêmula e, com uma força fria, guiou os dedos dela para rabiscar uma assinatura ilegível no papel.

Ele se levantou, ajeitou o terno e pegou a pasta.

"É para o nosso futuro," ele disse, a voz vazia de emoção, como se tentasse se convencer. "O futuro da minha empresa. Você simplesmente não entende de negócios."

Ele se virou e caminhou até a porta.

Quando a porta se fechou, Maria sentiu algo quente escorrendo por suas pernas. Ela olhou para baixo.

Sangue.

Uma mancha vermelha escura se espalhava rapidamente pelo seu vestido claro. A dor em seu ventre se intensificou, tornando-se uma agonia insuportável. O pânico a sufocou enquanto a escuridão começava a tomar as bordas de sua visão.

            
            

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