A Maldição do Diamante
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Capítulo 1

A noite do lançamento era para ser a mais importante da minha vida.

O salão do hotel mais luxuoso da cidade estava lotado, com luzes brilhando sobre as minhas criações, joias que carregavam não apenas pedras preciosas, mas a alma da joalheria da minha família.

Essa coleção, "Renascimento", era a nossa única esperança para evitar a falência. E também era a noite do meu casamento.

Eu estava em um pedestal no centro do salão, vestida de noiva, ao lado das vitrines que exibiam meu trabalho. O plano era que Pedro, meu noivo e o principal investidor do evento, subisse ao palco, anunciasse nosso casamento surpresa e o futuro glorioso da nossa parceria, tanto no amor quanto nos negócios.

Mas Pedro não estava em lugar nenhum.

Os minutos se arrastavam, e os sussurros começaram a se espalhar pela multidão como um veneno lento. Vi os rostos dos críticos de moda, antes sorridentes, agora se contorcendo em desprezo. Os investidores que Pedro prometeu trazer olhavam para mim com pena e impaciência.

Meu coração batia descontroladamente. Peguei meu celular e liguei para ele. Caixa postal. De novo.

"Onde ele está?", minha mãe sussurrou ao meu lado, o rosto pálido de preocupação.

Eu não sabia o que responder. A humilhação era uma onda fria que subia pelos meus pés, paralisando meu corpo. Eu estava sozinha, exposta sob os holofotes, uma noiva abandonada em seu próprio altar improvisado.

Foi então que o telão gigante atrás de mim, que deveria exibir closes das minhas joias, se acendeu. Mas não era a minha coleção que apareceu.

Era uma transmissão ao vivo da câmera de segurança da entrada do hotel.

A imagem mostrava Pedro, meu Pedro, com seu terno impecável. Ele não estava correndo para o salão para me salvar. Ele estava abrindo a porta de um carro de luxo.

E para quem ele abria a porta?

Sofia. Minha meia-irmã.

Ela usava um vestido vermelho-sangue, justo, que se destacava na noite. Ela se virou para a câmera, como se soubesse que eu estava assistindo.

Seu sorriso era a coisa mais cruel que eu já tinha visto.

Pedro se inclinou e a beijou. Um beijo longo, apaixonado, que não deixava dúvidas. Em seguida, ele tirou do bolso uma caixinha de veludo. Dentro, brilhava um colar.

Eu congelei. O ar sumiu dos meus pulmões.

Aquele colar... era o meu design. A peça principal da minha coleção. A joia que eu mesma criei, que simbolizava a minha alma.

Sofia pegou o colar, colocou-o em seu pescoço e riu, um som que ecoou no salão silencioso através dos alto-falantes. Eles entraram no carro e partiram, desaparecendo na noite, deixando para trás apenas a imagem da minha destruição.

O salão explodiu em murmúrios chocados. As câmeras dos celulares se viraram para mim, flashes cegando meus olhos cheios de lágrimas. O som das risadas de escárnio me atingiu como pedras. Minha coleção, minha arte, minha salvação... tudo se tornou uma piada.

Eu fiquei ali, paralisada, o buquê de flores brancas tremendo na minha mão. A noiva abandonada. A designer roubada. A mulher traída pelo noivo e pela própria irmã.

Naquele momento, eu não senti apenas a dor da traição. Eu senti o gosto amargo do ódio.

            
            

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