A mulher misteriosa que roubou meu coração
img img A mulher misteriosa que roubou meu coração img Capítulo 2 Por que não fazemos um acordo
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Capítulo 7 Um lixo como você img
Capítulo 8 O amor nunca era imparcial img
Capítulo 9 Um cão raivoso latindo para o rei da selva img
Capítulo 10 Acerto de contas img
Capítulo 11 Uma luta feroz contra a morte img
Capítulo 12 A médica lendária Wraith img
Capítulo 13 Você acredita em tudo que dizem img
Capítulo 14 Apenas um acordo entre dois adultos img
Capítulo 15 Isso é chantagem! img
Capítulo 16 O Projeto Ennead img
Capítulo 17 Conhecendo a família Hudson img
Capítulo 18 Com quem me caso é problema meu img
Capítulo 19 Você será a minha ruína! img
Capítulo 20 Será do meu jeito img
Capítulo 21 A esposa de Kristopher img
Capítulo 22 Você se casou para sabotar o futuro dele img
Capítulo 23 Considere isso sua chance de provar seu valor img
Capítulo 24 Preservando seu espaço img
Capítulo 25 Graças a Deus, foram apenas três anos passageiros img
Capítulo 26 Podre até o âmago img
Capítulo 27 Preciso de um favor img
Capítulo 28 O poder dos Hudson img
Capítulo 29 Minha escolha img
Capítulo 30 Feridas antigas img
Capítulo 31 Você me forçou img
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Capítulo 2 Por que não fazemos um acordo

Num quarto privado do hospital, Dayna permanecia inconsciente, presa em um sono vazio, enquanto os monitores clínicos acompanhavam seus sinais vitais.

Ao seu lado, estava um homem em uma cadeira de rodas, vestido num terno preto bem ajustado que refletia riqueza e precisão.

Além de ser um jovem de apenas vinte e sete anos, ele tinha um rosto tão esculpido que parecia uma obra de arte divina. Tudo nele exalava poder, do tipo que não exigia atenção, mas a conquistava com naturalidade.

"Senhor Hudson... sua saúde", começou o médico idoso, fazendo uma pausa antes de assumir uma voz sombria. "Sua paralisia está avançando. Se não conseguirmos impedi-la, a imobilidade permanente será inevitável. A essa altura, sua última chance só pode ser... com a médica lendária, Wraith."

Esse homem era Kristopher Hudson, CEO do Grupo Hudson e líder da poderosa família Hudson.

A linhagem Hudson foi estabelecida há muito tempo e era profundamente influente, envolvida em prestígio e mistério.

Para a elite da cidade, Kristopher não era só um homem poderoso, mas inalcançável.

Com apenas seis anos, ele quebrou a barreira cibernética de uma organização criminosa global, recuperando bilhões em fundos roubados em menos de dez minutos e desmantelando todo o grupo.

Aos dez, já possuía várias patentes nacionais em tecnologia de energia inovadora, o que deu ao Grupo Hudson um controle dominante no setor.

Aos quinze, começou a trabalhar ao lado do pai para levar o império da família ao cenário global, revitalizando um legado em declínio e transformando-o em uma força que chamava a atenção de todo o mundo.

Mas agora, o homem que antes se mostrava imbatível estava confinado a uma cadeira de rodas, paralisado da cintura para baixo após um acidente devastador há três anos.

No entanto, a mobilidade não era mais a única preocupação.

Kristopher ergueu a cabeça, sua voz branda e os olhos frios como gelo ao perguntar: "No meu estado... ainda é possível ter um filho?"

Essa pergunta não foi motivada por soberba ou ego. Sua avó, frágil e à beira do fim, tinha apenas um desejo: ter um bisneto antes de deixar este mundo.

"O que disse?", perguntou o médico, completamente atônito.

...

Dayna não lembrava quanto tempo passara deitada naquela ponte, nem fazia ideia de quem a havia encontrado ou quando a ajuda chegara. Sua memória se resumia a um borrão de fragmentos dispersos, com imagens fugazes que desapareciam como uma névoa.

Contudo, uma lembrança se destacava: um par de olhos frios e indecifráveis - incomuns, mas estranhamente reconhecíveis.

De repente, esse par de olhos se transformou no rosto de Declan, incendiado de ódio, e ela o ouviu gritar.

"Por que você ainda não morreu, Dayna? Quando você estiver fora do caminho, Maddie e eu poderemos ser felizes. Você não vale nada! Morra!"

Não! Ela não podia morrer! Se desistisse agora, seria a vitória que eles tanto desejavam, e todo o empenho de sua mãe durante anos de sacrifício seria entregue a Declan de mãos beijadas.

Ela não permitiria isso. Não nesta vida!

Com uma inalação brusca, Dayna acordou sobressaltada, e a primeira coisa que viu foi um teto branco e estéril que conhecia muito bem.

O cheiro forte de antisséptico a atingiu como um soco. Seu estômago se revirou e ela se curvou, engasgando sem forças para lutar contra a ânsia.

Finalmente voltando a si, ela se sentiu grata por ainda respirar.

"Acordou?" Uma voz serena e profunda chegou aos seus ouvidos, a fazendo congelar instantaneamente, seu corpo todo rígido à medida que o suor molhava suas costas.

Os traços do dono da voz eram marcantes, tão definidos que beiravam a uma beleza atroz.

Porém, não era o rosto dele que a intrigava, e sim seus olhos - gélidos e estáticos, como a superfície de um lago profundo.

Não havia qualquer cordialidade neles, apenas uma ameaça tácita que a deixava cada vez mais apreensiva.

"Kristopher Hudson?", Dayna perguntou em choque.

O que ele estava fazendo aqui?

Ele havia... voltado?

O que estava acontecendo?

O olhar de Kristopher era intenso, a perfurando como uma lâmina.

"Está com medo?" A voz dele ecoou calma e ponderada. "Você não teve medo quando conspirou contra mim no Grupo Foster. É hilário como essa coragem parece ter desaparecido agora."

Com a atmosfera sufocante que emanava desse homem, Dayna sentiu como se tivesse mergulhado em um lago sob uma camada de gelo - sem saída, sem fôlego e com o frio a ponto de congelar seu sangue.

Três anos atrás, o Grupo Hudson e o Grupo Foster se enfrentaram numa batalha corporativa implacável. Naquela época, Dayna havia selado um acordo com Kristopher, prometendo-lhe um projeto de patente crucial.

O homem havia investido milhões, inúmeras horas e uma campanha de marketing antecipada, mas no último momento, ela entregou tudo a Declan. Isso porque ela deixou se levar pelo coração - Declan implorou, e ela não conseguiu dizer não.

Com um único movimento, tudo o que Kristopher investira foi por água abaixo.

Ela lhe pediu desculpas de todas as formas possíveis, já se preparando para as consequências inevitáveis, mas a retaliação nunca veio, e Kristopher simplesmente desapareceu.

Ela pensou que ele devia estar muito ocupado ou com outras prioridades, mas agora, três anos depois, o via bem diante dos seus olhos...

Era isso que ele queria o tempo todo? Vingança?

Não era possível... Se esse fosse o objetivo, ela não estaria viva para se questionar a respeito.

Soltando uma respiração vagarosa, Dayna se estabilizou antes de declarar: "Você foi quem me salvou, certo?"

Em resposta, Kristopher deu uma risada seca e um tapinha na testa. "Olhe só, você não é tão tola quanto parece. Se eu não tivesse passado por aquela ponte e agido, você já estaria morta."

Realmente, ela estava a um passo da morte...

Dayna mordeu o lábio, seus olhos faiscando de raiva. Naquela época, ela se convencera de que entregar o legado de sua mãe a Declan era um gesto de amor, uma prova de confiança que ninguém poderia contestar. Mas agora, essa confiança parecia um veneno corroendo cada parte do seu ser, e era nauseante pensar no quão tola foi ao entregar tudo.

Cansada de ser a estúpida dessa história, ela tomou uma decisão: se quisesse recuperar sua vida, teria que recuperar tudo o que lhe havia sido roubado também.

Uma tosse suave tirou a mulher dos seus pensamentos. Foi só então que ela se virou em direção ao som e se deu conta de que Kristopher ainda estava lá, não de pé e sim sentado em uma cadeira de rodas.

"Você..." Ela o olhava atentamente, chocada com a imagem inesperada.

E então, as peças começaram a se encaixar. "Foi por isso que você desapareceu... três anos atrás..."

"E aí? Vai rir de mim agora?", zombou o homem, seus olhos estreitos.

Ela balançou a cabeça avidamente. "Não, eu não faria isso..."

Sua voz se desvaneceu enquanto ela olhava o homem - ainda imponente, indecifrável e poderoso, mesmo sentado em uma cadeira de rodas.

Em toda a cidade de Arkmery, só havia um homem que poderia rivalizar com o Grupo Foster, e ele estava sentado bem ali.

A mente de Dayna estava a mil, analisando essa situação de todos os ângulos possíveis. Por fim, ela cerrou os punhos lentamente, ergueu o queixo e perguntou com uma voz calma: "Senhor Hudson, por que não fazemos um acordo?"

            
            

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