A mulher misteriosa que roubou meu coração
img img A mulher misteriosa que roubou meu coração img Capítulo 4 O que isso significa
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Capítulo 7 Um lixo como você img
Capítulo 8 O amor nunca era imparcial img
Capítulo 9 Um cão raivoso latindo para o rei da selva img
Capítulo 10 Acerto de contas img
Capítulo 11 Uma luta feroz contra a morte img
Capítulo 12 A médica lendária Wraith img
Capítulo 13 Você acredita em tudo que dizem img
Capítulo 14 Apenas um acordo entre dois adultos img
Capítulo 15 Isso é chantagem! img
Capítulo 16 O Projeto Ennead img
Capítulo 17 Conhecendo a família Hudson img
Capítulo 18 Com quem me caso é problema meu img
Capítulo 19 Você será a minha ruína! img
Capítulo 20 Será do meu jeito img
Capítulo 21 A esposa de Kristopher img
Capítulo 22 Você se casou para sabotar o futuro dele img
Capítulo 23 Considere isso sua chance de provar seu valor img
Capítulo 24 Preservando seu espaço img
Capítulo 25 Graças a Deus, foram apenas três anos passageiros img
Capítulo 26 Podre até o âmago img
Capítulo 27 Preciso de um favor img
Capítulo 28 O poder dos Hudson img
Capítulo 29 Minha escolha img
Capítulo 30 Feridas antigas img
Capítulo 31 Você me forçou img
Capítulo 32 Fantasmas do passado img
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Capítulo 4 O que isso significa

Kristopher ficou tenso, e algo sombrio transpareceu por trás dos seus olhos impassíveis.

Dayna realmente disse isso?

O que ela estava tentando fazer agora?

Será que era mais uma de suas mentiras ou outra armadilha?

Após um momento a encarando em silêncio, ele soltou uma risada seca. "Você não tem medo de nada mesmo, né?"

Dayna deu de ombros, como se fosse uma decisão qualquer, em seguida, pegou os resultados dos exames sobre a mesa e os jogou para ele. "Depois de quase ter me deparado com a morte, nada mais me assusta."

Kristopher não disse nada, apenas virou sua cadeira de rodas e começou a se afastar.

Querendo que ele a ouvisse antes de ir, Dayna elevou a voz firmemente e se expressou: "Você confiando em mim ou não, vou me casar com você. Só me dê um tempo para resolver tudo com Declan primeiro, então ele estará fora da minha vida para sempre."

O homem nem olhou para trás, mas sob a luz tênue do corredor, o canto da sua boca se ergueu ligeiramente. "Um mês. Se me enganar de novo, perceberá que a morte seria sua melhor saída."

Dayna observou Kristopher partir, sentindo um calafrio percorrer seu corpo. Se houvesse qualquer outra maneira de acabar com seu maldito marido, ela não teria se aliado a alguém como Kristopher. Mas agora essa era sua única opção.

...

Declan chegou em casa, e logo notou que as empregadas haviam limpado a sala de estar até parecer intocada, como se o sequestro nunca tivesse acontecido ali.

Ele passara o dia todo tentando resolver o sequestro de Madison, mas felizmente os sequestradores não a feriram e ela só sofrera uns arranhões leves ao pular do carro.

Exausto, ele afrouxou a gravata e chamou, como sempre fazia: "Dayna, me traga um copo de água."

No passado, Dayna não só teria entregado a água imediatamente, como também pegado seu casaco e pendurado, sem que ele precisasse pedir. Porém, desta vez, o silêncio foi tudo o que ele recebeu.

Com o rosto contraído em irritação, ele arrancou a gravata. "Onde ela está?"

No instante seguinte, uma empregada entrou com um copo de água, sua voz marcada pelo nervosismo ao responder: "Senhor Foster, a senhora Foster ainda não voltou pra casa."

"Como assim, ela ainda não voltou?", o homem disparou, incrédulo com a audácia da esposa.

"Desde que a senhorita Reid foi sequestrada... voltamos do intervalo e não a vimos mais...", explicou a empregada, sem conseguir conter o tremor que percorria seu corpo.

Desde o dia em que Madison foi sequestrada?

O rosto de Declan obscureceu, mas logo esboçou um sorriso de escárnio. "Então ela decidiu criar coragem? Tentou algum truque de pena, não funcionou e agora está se fazendo de vítima? Deixe ela se lamentar para lá o quanto quiser. Por mim, ela pode ficar longe para sempre."

Ele já tinha sido gentil o suficiente para não investigar a possibilidade de ela estar por trás do sequestro de Madison, e agora ela ainda tinha a ousadia de agir assim?

De repente, outra empregada, que olhava pela janela, exclamou: "Senhor, a senhora Foster voltou!"

Ao ouvir isso, Declan abriu um sorriso de satisfação gélida. Era claro que ela voltaria rastejando para os seus pés - ela sempre voltava, pois não era nada sem ele.

Assim como esperado, o silêncio foi interrompido pelo suave clique da porta se destrancando.

Dayna acabara de entrar quando a voz sarcástica de Declan ecoou pela sala: "Ora, ora, alguém finalmente se lembrou de onde mora. O que aconteceu? Tossir sangue não foi dramático o suficiente para você? Precisou fazer um show completo para sua plateia assistir, né?"

Sem se dar ao trabalho de responder, Dayna seguiu em direção às escadas como se Declan nem existisse.

A observando se afastar sem lhe dar atenção, os olhos do homem se estreitaram. O silêncio e o desrespeito descarado despertaram algo dentro dele.

Como ela se atrevia a ignorá-lo?

"Dayna! De repente ficou surda ou só está fingindo que eu não estou aqui?", a voz de Declan trovejou, ecoando pela casa.

Num movimento ágil, ele entrou no caminho dela, seus olhos brilhando em fúria.

Dayna sentia seu peito latejar com uma dor maçante que há muito tempo havia se entorpecido. Cada segundo na presença de seu marido era intoxicante.

"Saia da frente", ela murmurou.

Essas três palavras ecoaram sem qualquer emoção, mas, para Declan, foram como um tapa na cara.

Esboçando uma carranca profunda, ele agarrou o pulso dela, sua voz baixa e tensa entre os dentes cerrados ao ameaçar: "Dayna! Me contrarie de novo, e eu juro que você vai se arrepender."

A postura da mulher não se abalou. Pelo contrário, seus lábios se curvaram lentamente em um sorriso frio e zombeteiro, enquanto seus olhos o atravessavam - vazios, frígidos e inexploráveis.

"Ah, é? Você me viu sangrando no chão e foi embora. Pretendia me deixar morrer?", ela questionou, sua voz numa acusação implícita.

Essas palavras atingiram a armadura do homem, o deixando num silêncio atordoado à medida que sentia sua respiração se esvair.

Esta estava bem longe de ser a mulher de que ele se lembrava. A antiga Dayna era obediente ao extremo, de fala mansa e desesperada pelas migalhas de sua atenção. Já essa estranha diante dele... ele nem fazia ideia de quem era.

"O que isso significa?", ele esbravejou, seu nervosismo explodindo, certo de que era só mais um dos joguinhos controladores dela.

Se endireitando, ele voltou ao seu tom habitual de autoridade. "Já te fiz um favor não te cobrando pelo que você fez com Madison, e agora está agindo assim?"

"Acha mesmo que eu planejei isso? Não é à toa que você é tão fácil de manipular. Te chamar de burro seria generoso demais da minha parte", Dayna zombou com uma risada amarga, carregada de anos de sofrimento e aversão por si.

Como ela fora tão estúpida em amar um homem assim?!

Preferindo sua dignidade ao invés de lhe dirigir qualquer outra palavra, ela se virou e começou a subir as escadas com a calmaria que só o desgosto poderia ensinar.

O sangue de Declan fervia, mas não foram as palavras dela que o atingiram, e sim a indiferença nos olhos dela, como se ele não tivesse importância alguma mais.

Ela jamais o havia olhado dessa forma.

Contraindo suas mãos trêmulas de raiva, ele gritou: "Volte aqui, agora! Vou te dar três segundos, ou pedirei divórcio!"

Dayna parou seus passos, mas não se virou.

Vendo a mulher imóvel a alguns metro de distância, um sorriso de triunfo se ilustrou no rosto de Declan, crente que havia vencido a batalha mais uma vez.

Mas antes que ele pudesse saborear o gostinho da vitória, a voz de sua esposa ecoou, serena e distante: "Então vamos nos divorciar. Estou pronta para dar entrada na papelada."

Essa era uma situação um tanto hilária, não era? Embora fosse sua esposa legalmente, no mundinho dele, ela sempre era invisível e descartável.

Dayna ainda se lembrava daquela noite, quando ele a agarrou pelo pescoço e cuspiu aquelas palavras perversas: "Me traindo pouco antes de subir ao altar? Como pode ser tão baixa? Você me dá nojo! Eu não tocaria em você mesmo se fosse a última mulher na Terra."

E mesmo assim... ela ficou, se agarrando aos resquícios de esperança nesse relacionamento, acreditando que se demonstrasse um pouco mais de amor e aguentasse por um tempo, talvez ele finalmente percebesse a verdade - que ela não o havia traído e sempre foi dele.

Entretanto, Declan a considerava uma mulher suja sem salvação. Agora, tudo o que ela podia fazer era rir da garota que foi um dia: ingênua, leal, e completamente idiota.

"Você quer divórcio? Ótimo, vamos entrar com o processo."

Então, Declan foi até seu escritório e voltou batendo um acordo de divórcio na mesa como se fosse uma cartada ganhadora. Sua expressão exalava arrogância, como se ele tivesse certeza de que Dayna nunca assinaria.

Mas, num gesto tranquilo, ela pegou o documento e leu as páginas. Ela estava listada como a responsável pelo fracasso do casamento, portanto, ele não pagaria nenhuma pensão alimentícia a ela.

Mesmo assim, ela não hesitou, pois dinheiro nunca lhe importava.

Demonstrando toda a calmaria, Dayna assinou no local indicado e, assim, o casamento construído baseado em nada mais do que conveniência chegou ao fim.

Declan a encarou, sem palavras para refutar tal atitude.

O quê? Ela realmente assinou?

"Você...", ele começou com uma expressão severa, mas foi interrompido pelo toque do seu celular no bolso.

Irritado, ele olhou para a tela e em seguida para Dayna, que já estava na metade das escadas.

Por um momento, ele hesitou, mas por fim decidiu atender. "É melhor ser importante."

Um breve silêncio se seguiu enquanto Declan ouvia o interlocutor do outro lado da linha, e então sua expressão se transfonou. "O quê? Você encontrou Wraith? Não saia daí, estou a caminho."

Wraith?

Dayna parou no meio do caminho, seus olhos se estreitando e formando uma profunda ruga entre as sobrancelhas.

Isso não podia ser possível. Como alguém conseguiu encontrá-la sem que ela soubesse?

            
            

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