Segunda Chance, Destino Mudado
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Capítulo 3

Na vida anterior, Lucas nunca foi um homem fiel. Mesmo antes de Clara retornar, ele já mantinha algumas concubinas, mais por status do que por afeto. No entanto, a chegada de Clara mudou tudo. Ele ficou obcecado, dispensando todas as outras para se concentrar unicamente nela. A paixão dele o cegou para as manipulações dela e para o meu sofrimento.

Desta vez, eu não permitiria que a atenção dele ficasse focada em um único alvo. Se ele queria um harém, eu lhe daria um harém tão cheio de intrigas e competição que ele não teria tempo nem energia para se concentrar em me destruir.

Meu plano começou com Lúcia.

Alguns dias depois, Lúcia, agora servindo a Clara, veio me trazer o chá da manhã. Ela já andava com um ar mais confiante, as roupas um pouco melhores. Clara já a estava "recompensando".

"Minha senhora, a senhorita Clara pediu para lhe trazer este chá de ervas. Ela mesma o preparou, diz que é bom para o enjoo," disse Lúcia, com um sorriso subserviente.

Eu olhei para a xícara. Na vida passada, foi assim que começou. Pequenas doses de ervas inofensivas, que lentamente foram sendo substituídas por outras que causavam fraqueza, e por fim, o veneno final.

Peguei a xícara, mas não bebi.

"Lúcia, você tem servido bem à minha irmã?"

"Sim, minha senhora. A senhorita Clara é muito gentil."

"Eu vejo." Tirei um broche de ouro da minha caixa de joias. Não era extravagante, mas era de ouro maciço. Os olhos de Lúcia se fixaram nele. "Isto é para você, pela sua lealdade."

Ela ofegou, pegando o broche com as mãos trêmulas.

"Minha senhora... eu não mereço..."

"Claro que merece," eu disse, com um sorriso gentil. "E tenho um conselho para você. Minha irmã é uma pessoa de bom coração, mas às vezes é um pouco tímida. O príncipe a admira muito, mas talvez precise de um... incentivo. Se você visse uma oportunidade de, digamos, facilitar um encontro casual entre eles, tenho certeza de que tanto o príncipe quanto minha irmã ficariam muito gratos. E pessoas gratas costumam ser... generosas."

O entendimento brilhou nos olhos de Lúcia. Ela não era tola. Entendeu a insinuação imediatamente. Ajudar a promover a amante do príncipe era um caminho rápido para a riqueza e o poder.

"Eu entendo, minha senhora. Deixarei os deuses do acaso fazerem sua mágica," ela respondeu, com um sorriso cúmplice.

Ela era o peão perfeito. Gananciosa, esperta o suficiente para entender as entrelinhas, mas não o suficiente para ver o jogo completo.

Com Clara e Lucas sendo "empurrados" um para o outro por Lúcia, era hora da segunda fase.

Eu convoquei a governanta do palácio.

"O príncipe parece um pouco estressado ultimamente," comentei, enquanto examinava alguns tecidos para o enxoval do bebê. "Acho que ele precisa de mais... distrações. Encontre duas novas concubinas para ele. Uma deve ser jovem e vibrante, cheia de vida. A outra, mais experiente e charmosa, que saiba como agradar um homem."

A governanta me olhou, surpresa. Era inédito uma esposa grávida escolher pessoalmente as amantes do marido.

"Mas, minha senhora... tem certeza?"

"Tenho. Um marido feliz é um marido tranquilo. E eu preciso de tranquilidade para a minha gravidez," respondi, com uma lógica impecável que ela não podia contestar.

Assim, Ricardo e Vera entraram no palácio. Ricardo era um jovem de beleza estonteante, cuja ambição era visível em seus olhos. Vera era uma viúva charmosa, com uma reputação de saber todos os segredos da sedução.

Eu os apresentei a Lucas em um jantar. Ele ficou encantado. Sua vaidade foi massageada pela atenção de duas mulheres tão diferentes e atraentes. Na mesma noite, ele escolheu Vera para acompanhá-lo.

Clara, que esperava ser o centro das atenções, ficou furiosa, embora tentasse disfarçar. Lúcia me contou depois como ela quebrou um vaso em seus aposentos, amaldiçoando a "prostituta experiente".

A competição havia começado.

Enquanto Lucas se dividia entre a novidade de Ricardo e Vera e a atração proibida por Clara, eu me recostava confortavelmente. O palácio, que antes era o palco da minha tragédia, agora era um tabuleiro de xadrez, e todas as peças se moviam conforme a minha vontade.

Eu me sentia em paz. Cuidava da minha saúde, comia bem, dormia tranquilamente, sentindo meu filho crescer seguro dentro de mim.

O caos que eu criei no harém de Lucas era a minha muralha de proteção. E eu mal podia esperar para ver as rachaduras começarem a aparecer.

            
            

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