Segunda Chance, Destino Mudado
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Capítulo 4

Algumas semanas depois, minha mãe adotiva, Dona Isabel, veio me visitar. E, como eu esperava, ela trouxe Clara consigo.

Assim que entrou no meu quarto, Dona Isabel começou seu ataque.

"Sofia! O que significa isso? Fiquei sabendo que você mesma arranjou novas concubinas para o príncipe! Você enlouqueceu? Estando grávida, deveria garantir sua posição, não convidar víboras para o seu ninho!"

Sua voz era alta e estridente, cheia daquele desprezo que ela sempre teve por mim, a filha adotiva que nunca foi boa o suficiente.

Eu permaneci calma, tomando um gole do meu chá de camomila – preparado pela minha nova empregada, uma moça simples e honesta que eu mesma escolhi.

"Mãe, por favor, acalme-se. O príncipe estava sobrecarregado. Eu apenas quis garantir que ele tivesse... companhia adequada. Isso me dá mais tempo para descansar."

"Descansar? Você só sabe ficar deitada! Olhe para a sua irmã!", ela disse, apontando para Clara, que estava de pé, silenciosa, com uma expressão de mártir no rosto. "Ela veio para cuidar de você, e você a ignora, passa os dias trancada aqui!"

Eu ignorei a acusação e olhei diretamente para Clara.

"Onde você estava, irmã? Não a vi hoje de manhã."

Dona Isabel respondeu por ela, com a voz cheia de orgulho.

"Ela estava na cozinha, preparando um tônico especial para você! Passou horas supervisionando a decocção das ervas mais raras. Ela se preocupa tanto com você, e é assim que você a trata!"

Clara abaixou a cabeça, como se estivesse magoada com a minha frieza. Que atriz fantástica.

Na vida anterior, essa "preocupação" dela foi o que me matou. Lembro-me dela me dizendo: "Beba, Sofia. Fiz para você. Vai fortalecer o bebê." E eu, tola e grata, bebi.

Lembro-me também de como, na vida anterior, Clara nunca desistiu de seu primeiro amor, Miguel. Ele era um homem tão ambicioso quanto ela. Eles planejavam fugir juntos, e por isso ela recusou o casamento com Lucas. Mas Miguel a abandonou por uma herdeira mais rica, e Clara, com o coração partido e o orgulho ferido, voltou correndo para o palácio, decidida a tomar de volta o que considerava seu por direito.

Sua "preocupação" nunca foi por mim. Era por ela mesma.

Enquanto eu estava perdida nessas memórias amargas, um barulho alto veio do corredor. Gritos, o som de algo quebrando.

A porta do meu quarto se abriu com um estrondo. Dois guardas entraram, arrastando uma figura que se debatia.

Era Clara.

Seu cabelo estava desgrenhado, seu vestido rasgado no ombro, e havia um arranhão vermelho em sua bochecha.

"O que está acontecendo?", gritou Dona Isabel, chocada.

Um dos guardas se curvou.

"Minha senhora, pegamos esta mulher bisbilhotando perto do escritório do príncipe. Quando tentamos abordá-la, ela resistiu."

Dona Isabel ficou pálida. Clara, por sua vez, olhou para mim, seus olhos cheios de pânico e acusação, como se tudo fosse minha culpa.

A peça estava prestes a começar. E a plateia já estava reunida.

                         

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