Capítulo 3 Capítulo 3

*Anneli*

À noite, eu não conseguia mais aguentar estar no meu quarto, então decidi fazer um tour pela casa. Afinal, eu moraria aqui, então era melhor me familiarizar com o ambiente.

Percebi que a casa era enorme e mais complexa do que eu imaginava.

Fiquei tão aliviada quando finalmente consegui localizar a cozinha. Estava faminta.

Eu não tinha comido o dia todo. Rapidamente abri a geladeira e encontrei algumas frutas. Peguei-as e também uma garrafa de iogurte.

Ao ouvir passos fortes e poderosos, eu me virei;

Levei um susto quando vi um homem entrando na cozinha. Eu engoli em seco, observando seu porte físico. Ele era tão alto e musculoso. E seu rosto, eu nunca pensei que alguém pudesse parecer tão bonito.

Ele era de tirar o fôlego. Parou em suas pegadas e disse.

"Você não é uma das empregadas."

E então vi seus olhos se arregalarem, ele parecia chocado ao me ver.

Esses olhos de repente pareceram familiar. E sua voz rouca também.

"O que você está fazendo aqui?"

Eu não sabia o que pensar deste homem. Ele estava vestido casualmente.

Ele era um amigo de Marceau?

"Eu sou a esposa de Marceau. Quem é você?"

O homem então irrompeu em risadas. De repente, a risada parou e ele gritou. "Saia!"

Eu o achava irritante e rude.

Quem ele pensava que era para me mandar sair?

"Acabei de te dizer quem eu sou. Você está sendo muito rude."

*****

*Marceau*

"Rude?!" Eu me movi em direção a ela, furioso.

Agora ela conseguiu descobrir o meu segredo.

Será que isso era parte do seu plano?

Por que ela estava atrás de mim?

Primeiro no clube? Agora em minha casa?!

Anneli se afastou de mim, mas não foi rápida o suficiente.

Eu a agarrei pelo pescoço, empurrando-a contra a parede.

Ela ia se arrepender amargamente disso!

"Quem te deixou entrar?!"

***********

* Anneli *

"Sol...solte-me!" Eu engasguei.

Raramente havia fotos de Marceau Remy online, então a única maneira que eu pensei que poderia reconhecê-lo era vendo-o numa cadeira de rodas, já que todos sabiam que ele estava paralisado.

Mas por que este homem estava agindo como se fosse o dono dessa casa?

"Diga-me quem te deixou entrar em minha casa!" Ele trovejou.

Eu talvez não fosse a mais esperta na escola, mas não era burra. Isso só poderia confirmar uma coisa.

"Você ... você é Marceau Remy?" Meus olhos se moviam para suas pernas.

Ele estava de pé, perfeitamente.

Ele literalmente tinha entrado nesta cozinha sozinho.

Marceau soltou-me bruscamente e eu comecei a tossir.

"Não sei o que você quer ou se foi o Claude que te mandou aqui, mas você mexeu com a pessoa errada."

Eu sabia que ele estava definitivamente pensando em me silenciar, já que eu somente agora descobri a verdade sobre suas pernas.

Mesmo que eu tivesse tantas perguntas, este não era o momento de fazer nenhuma pergunta, eu tinha que acalmá-lo e garantir que ele não me machucasse.

"Entendo porque você está assim, já que eu estava noiva de seu primo, mas terminei com ele. Não que isso vá tornar as coisas menos estranhas, mas a partir de hoje, sou sua esposa legalmente."

"Uma esposa legítima. Você se casou consigo mesmo? Porque eu não me lembro de ter casado com você!"

"Eu não estou mentindo, sua mãe não te contou porque."

Sem esperar que eu explicasse mais, ele berrou.

"Falcão! Ossos!"

Meu Deus, que gênio!

Dentro de segundos, dois guarda-costas correram para a cozinha.

"Jogue-a fora e solte os cachorros."

"Marceau... Eu... Eu não estou mentindo, e se for sobre as suas pernas, não vou dizer nada." Eu implorei, desesperadamente.

"Anneli, se você conseguir sobreviver lá fora com meus cachorros, então vou tentar te ver como a Sra. Remy."

"Solte-me. Não me toque! Isso não é justo! Marceau!" Eu gritei enquanto era arrastada.

*******

*Marceau*

Minha esposa de fato.

O nervo dessa mulher!

Henrik deve ter ouvido a confusão e correu até mim.

"Senhor Remy, você não pode..."

"Eu não posso o quê? Você foi quem deixou ela entrar?!" Eu trovejei.

Henrik suspirou e então me entregou um certificado de casamento.

Fiquei atônito ao encontrar minha assinatura nele.

"Minha mãe foi longe demais dessa vez". Meus dedos fecharam-se em torno dos documentos.

"Ela só está preocupada com você. Você está quase nos seus trinta e tantos anos. Ela disse que gostaria de iluminar a escuridão ao seu redor."

"Não há escuridão! E submeter-me à antiga noiva do meu primo está longe de iluminar qualquer coisa!"

"Senhor Claude e ela não estão mais juntos."

"Eu não me importo e eu não quero nenhuma mulher que já foi do Claude!" Eu lati. "Além disso, já que ninguém me avisou que havia uma estranha na minha casa, ela sabe sobre as minhas pernas então tenho que cuidar dela!"

"Senhor Remy..."

"E essa deve ser a última vez que você conspira com minha mãe e me envia alguém como ela. Eu não preciso de ninguém!"

"Sua..."

"Solte os cães, Henrik!"