Silêncio entre os muros
img img Silêncio entre os muros img Capítulo 2 Ecos do passado
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Capítulo 6 No meio do barulho, um instante img
Capítulo 7 A janela fechada img
Capítulo 8 Um quase beijo img
Capítulo 9 A cidade e o corpo img
Capítulo 10 Os nomes sobrepostos img
Capítulo 11 Rastros img
Capítulo 12 Antes do mirante img
Capítulo 13 Verdades à meia-luz img
Capítulo 14 Entre o silêncio e a verdade img
Capítulo 15 No terreno... img
Capítulo 16 Linhas cruzadas img
Capítulo 17 Aliança img
Capítulo 18 Fragmentos de vozes img
Capítulo 19 Sombras na biblioteca img
Capítulo 20 O café img
Capítulo 21 Amizade inesperada img
Capítulo 22 Registros silenciados img
Capítulo 23 A voz sem nome img
Capítulo 24 Pontes inesperadas img
Capítulo 25 Café da manhã com sol img
Capítulo 26 Tempo no parque img
Capítulo 27 Voz que ecoa img
Capítulo 28 É preciso planejar img
Capítulo 29 O café img
Capítulo 30 Alguém em quem confiar img
Capítulo 31 Sombras e promessas img
Capítulo 32 Arquivos esquecidos img
Capítulo 33 Olhos nas sombras img
Capítulo 34 Ameaça velada img
Capítulo 35 Olhos atentos img
Capítulo 36 Ecos do passado img
Capítulo 37 Farpas e fendas img
Capítulo 38 Olhos nas sombras img
Capítulo 39 Verdades ou suposições img
Capítulo 40 Passos vigiados img
Capítulo 41 Vozes na escuridão img
Capítulo 42 Ecos entre as estantes img
Capítulo 43 Rastros img
Capítulo 44 Movimentos calculados img
Capítulo 45 Imagens do passado img
Capítulo 46 Linha de ameaça img
Capítulo 47 Ameaças img
Capítulo 48 Precauções img
Capítulo 49 Entre árvores e segredos img
Capítulo 50 Solidão vigiada img
Capítulo 51 Paranoias img
Capítulo 52 Café e sussurros img
Capítulo 53 Robando doces img
Capítulo 54 Sinais no silêncio img
Capítulo 55 Saída calculada img
Capítulo 56 Porta dos fundos img
Capítulo 57 Rastros perdidos img
Capítulo 58 Entre a fuga e o silêncio img
Capítulo 59 O peso das palavras não ditas img
Capítulo 60 Pausa calculada img
Capítulo 61 Silêncio suspeito img
Capítulo 62 Planos ao mar img
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Capítulo 2 Ecos do passado

Ponto de vista de Diana

O sorriso que deu a Marcos naquela noite não foi por simpatia. Foi defesa.

Ela aprendera cedo que o perigo nem sempre vinha de estranhos. Às vezes, usava gravata, tinha sobrenome e jantava com você à mesa.

Depois da festa, ao deitar no quarto escuro do apartamento dos pais, no Paraíso, Diana não conseguia dormir. A imagem de Marcos voltava à mente. Algo nele parecia honesto - e isso a assustava mais do que atraía.

Ela se levantou e caminhou até a estante antiga do pai, de onde tirou uma caixa de madeira escondida atrás de livros jurídicos. Dentro, recortes de jornal amarelados, fotos de infância... e uma pulseira de couro que ainda guardava o cheiro de terra molhada.

- Gustavo... - sussurrou.

Seu irmão desaparecera em 1986, aos 15 anos. Um desaparecimento que ninguém mais mencionava. A polícia arquivou. Os pais silenciaram. Mas ela nunca esqueceu. Nunca deixou de desconfiar.

Na última vez que o viu, Gustavo saiu à noite para encontrar "um amigo do pai", como dissera. Nunca mais voltou. E tudo que restou dele foi aquela pulseira - que, por coincidência (ou não), Marcos também usava uma parecida no pulso direito.

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Ponto de vista de Marcos

Na semana seguinte à festa, Marcos não conseguiu parar de pensar em Diana.

Havia algo inquietante nela. Não só beleza - isso ele já tinha visto em muitas outras - mas um tipo de dor quieta que ele reconhecia. E que, estranhamente, o atraía.

Decidiu ligar. Ela atendeu com voz baixa, como se estivesse num ambiente onde não podia ser ouvida. Aceitou um café, mas sugeriu que ele a buscasse em frente ao prédio, "sem buzinar".

Enquanto dirigia para lá, lembrou-se do pai.

Carlos Vasconcelos não gostava que o filho ficasse fuçando o passado da família. Desde pequeno, quando Marcos fazia perguntas sobre o antigo sócio que "sumiu do mapa", o pai apenas mudava de assunto. Só que agora, o nome daquele sócio voltava à memória: Eduardo Soares.

O mesmo sobrenome de Diana.

Quando Diana entrou no carro, seu perfume misturou-se ao cheiro de couro do banco. Ele sorriu.

- Pronta?

Ela respondeu com um aceno. E, por um segundo, ele teve a estranha sensação de que aquela mulher não era apenas um encontro casual. Ela era uma chave.

E ele, talvez, fosse a porta errada.

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