Silêncio entre os muros
img img Silêncio entre os muros img Capítulo 1 O Começo de tudo
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Capítulo 6 No meio do barulho, um instante img
Capítulo 7 A janela fechada img
Capítulo 8 Um quase beijo img
Capítulo 9 A cidade e o corpo img
Capítulo 10 Os nomes sobrepostos img
Capítulo 11 Rastros img
Capítulo 12 Antes do mirante img
Capítulo 13 Verdades à meia-luz img
Capítulo 14 Entre o silêncio e a verdade img
Capítulo 15 No terreno... img
Capítulo 16 Linhas cruzadas img
Capítulo 17 Aliança img
Capítulo 18 Fragmentos de vozes img
Capítulo 19 Sombras na biblioteca img
Capítulo 20 O café img
Capítulo 21 Amizade inesperada img
Capítulo 22 Registros silenciados img
Capítulo 23 A voz sem nome img
Capítulo 24 Pontes inesperadas img
Capítulo 25 Café da manhã com sol img
Capítulo 26 Tempo no parque img
Capítulo 27 Voz que ecoa img
Capítulo 28 É preciso planejar img
Capítulo 29 O café img
Capítulo 30 Alguém em quem confiar img
Capítulo 31 Sombras e promessas img
Capítulo 32 Arquivos esquecidos img
Capítulo 33 Olhos nas sombras img
Capítulo 34 Ameaça velada img
Capítulo 35 Olhos atentos img
Capítulo 36 Ecos do passado img
Capítulo 37 Farpas e fendas img
Capítulo 38 Olhos nas sombras img
Capítulo 39 Verdades ou suposições img
Capítulo 40 Passos vigiados img
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Silêncio entre os muros

Lanuza Santos
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Capítulo 1 O Começo de tudo

São Paulo, novembro de 2014.

O som abafado do rádio tocava um sucesso de Legião Urbana enquanto Marcos olhava pela janela embaçada do ônibus. A cidade era um caos de buzinas, fumaça e pressa, mas naquela noite havia algo diferente no ar - uma inquietação que ele não sabia nomear.

Tinha 24 anos, cursava o quarto ano de Direito e começava a entender que a vida adulta era feita mais de silêncio do que de certezas. Foi então que ele a viu, pela primeira vez.

Diana estava encostada na parede do salão da república da Vila Mariana, onde um amigo dava uma festa. Não dançava. Não sorria. Segurava um copo de cerveja como se fosse escudo, observando tudo com olhos atentos e distantes.

Marcos ficou hipnotizado. Havia nela um mistério que não era forçado - como se carregasse segredos antigos que pesavam mais do que o vestido preto que usava. Quando os olhos dos dois se cruzaram, foi rápido. Mas o suficiente para ele sentir o mundo dar um estalo por dentro.

Ele se aproximou sem pensar.

- Gosta de Legião? - perguntou, tentando soar casual.

Ela o encarou por dois segundos inteiros antes de responder.

- Gosto de silêncios. Eles dizem mais do que as letras.

E sorriu. Um sorriso pequeno, quase triste.

Naquele instante, Marcos soube duas coisas: que queria vê-la sorrir de novo... e que havia algo naquela mulher que ia bagunçar tudo que ele achava que conhecia.

            
            

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