Mas ontem, ela não o pressionara, e ele perdera a noção do tempo. Quando se deu conta, já eram mais de três da manhã.
Ele preparou o café da manhã em silêncio, abriu suavemente a porta do quarto e viu que Kathleen ainda dormia profundamente.
"Querida, hora do café da manhã. Estive em reuniões a noite toda e não liguei para não incomodar você. Não está brava, está?"
Kathleen, que havia dormido apenas uma hora, não se preocupou em desmascarar sua mentira. "Trabalho é importante. Por que eu ficaria brava? Vá para o escritório. Vou comer mais tarde."
O coração tenso de Joshua relaxou.
Ele deu um beijo carinhoso em sua bochecha, sorrindo com afeição. "Dorminhoca, durma mais então. Reservei nosso restaurante habitual para seu aniversário esta noite. Posso estar ocupado hoje, então enviarei um motorista particular esta tarde. Vista-se bem."
Após a saída de Joshua, Kathleen abriu os olhos e esfregou a bochecha beijada com força até ficar vermelha. Seus olhos se encheram de lágrimas, vermelhos e irritados.
Depois de ligar para sua tia para confirmar o horário em que ela a buscaria, voltou a dormir pesadamente e só se levantou quando o alarme tocou.
Os ingredientes jogados na cozinha tinham desaparecido, provavelmente levados por Joshua. O café da manhã na mesa havia esfriado, refletindo o coração de Kathleen.
Ella estava furiosa o dia todo, sem receber nenhuma resposta de Kathleen. Suas provocações pareciam estar batendo em ferro frio, em ouvidos surdos.
Ela sabia que era o aniversário de Kathleen. Joshua havia avisado para não interferir, mas ela queria que Kathleen sofresse.
Com um olhar gélido, quase sem expressão, Kathleen tirou a aliança de casamento, usada por cinco anos. A marca tênue em seu dedo a incomodava.
Enquanto dizia a si mesma que tudo estava acabado, colocou a aliança sobre o aparador, ao lado de um acordo de divórcio assinado com seu nome.
Quando arrastou sua mala para sair, outra mensagem de Ella chegou, dessa vez uma mensagem de voz. "Olha, Kathleen, não esperava que você fosse tão tolerante. Meus parabéns! No se importa que seu marido esteja enfiando um par de chifres na sua testa? Ah, é mesmo! Talvez seja porque você não vai durar muito tempo neste mundo. Mas, olha, é seu aniversário. Aposto que está animada para a celebração de Joshua. Desculpe, você está prestes a dar com a cara na parede, amiga."
Kathleen quase desligou o telefone quando Joshua ligou.
"Ei, querida, sinto muito. Talvez você tenha que me esperar esta noite. Preciso ir a um compromisso na periferia. Se eu me atrasar, por favor, espere. Volto assim que puder", ele disse.
Kathleen queria perguntar quanto tempo teria que esperar desta vez - uma noite, ou duas?
Mas ela se conteve, porque sabia que ouviria outra mentira se perguntasse. "Tudo bem, pode cuidar disso. Não se preocupe comigo."
Joshua, do outro lado, sentiu-se inquieto. Esta Kathleen calma e despreocupada o deixava desconfortável.
Mas ele pensou que explicaria mais tarde, e ela deixaria passar. "Você é a melhor, querida. Amo você! Espere por mim, ok?"
Kathleen desligou, bloqueou o número de Joshua e deletou todas as suas informações de contato.
Ela zombou interiormente: "Desgraçado, nunca mais quero te ver na minha frente. Esperar por você? Nem pensar."
Nesse momento, sua tia ligou. "Kathleen, venha para baixo. O carro está aqui."
"Tudo bem, tia, estou indo", respondeu Kathleen.
Ela saiu sem olhar para trás, seu coração livre de mágoas ou sofrimento, somente alívio e libertação.