Do Prisioneiro à Fênix: Seu Arrependimento
img img Do Prisioneiro à Fênix: Seu Arrependimento img Capítulo 5
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Capítulo 5

O corpo de Helena ficou rígido. Um lampejo de pânico cruzou seu rosto.

"Tirem-na daqui! Agora!", ela sibilou para seus homens. "Levem-na para a sala de serviço ao lado. Não façam barulho."

Eles me arrastaram, mole e silenciosa, para uma pequena e escura sala de armazenamento, me empurrando para trás de uma pilha de caixas, bem no momento em que Gabriel entrava na sala de jantar principal.

"Helena? O que você está fazendo aqui?" A voz de Gabriel estava tensa, surpresa. Ele estava claramente perturbado. Eu podia vê-lo pela fresta da porta, seus olhos percorrendo a sala, obviamente procurando por mim.

"Eu poderia te perguntar a mesma coisa", disse Helena, sua voz escorrendo uma falsa inocência. Ela se levantou e caminhou em direção a ele. "Eu rastreei seu GPS. Para quem você estava esperando, Gabriel? Alguma outra mulher?"

"Claro que não!", ele disse, rápido demais. "Eu estava esperando por você, meu amor. Queria te surpreender." Ele a puxou para seus braços, seus movimentos rígidos e pouco naturais. "Só existe você. Sempre existirá só você."

A mentira era tão descarada, tão sem esforço, que fez meu estômago revirar. Pressionei a mão na boca, tentando abafar o som da minha própria respiração ofegante.

"É mesmo?", Helena ronronou, não totalmente convencida. Ela se afastou um pouco, com um beicinho no rosto. "Então por que você passou tanto tempo com aquela garota, a Alice? Você era tão bom para ela. Melhor do que é para mim às vezes."

O rosto de Gabriel endureceu. "Não fale dela." Ele guiou Helena até a mesa, sua voz baixando para um sussurro conspiratório. "Ela foi um erro. Um caso de caridade. A filha do meu mentor. Senti-me na obrigação de cuidar dela depois que ele morreu. Mas ela entendeu tudo errado. Ficou obcecada, delirante. Achava que estávamos apaixonados."

Cada palavra era uma faca se torcendo. Ele estava me pintando como uma tola patética e grudenta.

"Eu finalmente me cansei", ele continuou, sua voz fria. "Dei a ela um monte de dinheiro e a mandei para o exterior. Disse para nunca mais voltar. Ela está fora de nossas vidas para sempre, Helena. Eu prometo."

"Mas e se ela voltar?", perguntou Helena, sua voz tingida de um medo falso e delicado.

"Ela não vai", disse Gabriel, seu tom absoluto. "E se voltar, eu resolvo. Agora, esqueça dela. Vamos nos casar. Você vai ser a Sra. Bastos. É tudo o que importa."

O rosto de Helena se iluminou. Ela se inclinou e o beijou, um beijo longo e triunfante. "Oh, Gabriel."

Eu assistia da escuridão, meu corpo gritando de dor, meu coração se partindo em um milhão de pedacinhos. Ele não estava apenas me traindo, estava profanando a memória do meu pai, transformando seu ato de bondade em uma obrigação que ele teve que suportar.

A lembrança do meu primeiro beijo com Gabriel passou pela minha mente. Tinha sido gentil, hesitante. Ele fora tão paciente, tão respeitoso. Ele me disse que esperaria por mim para sempre. Ele prometeu que sempre me valorizaria. Ele disse que meu amor era a única coisa pura em seu mundo corrupto.

Agora ele estava na sala ao lado, com outra mulher, chamando meu amor de delírio.

Os beijos deles se tornaram mais quentes. Suas mãos começaram a percorrer o corpo dela, seus movimentos gananciosos e rudes. Não era nada como o jeito gentil que ele costumava me tocar.

Ele a empurrou para trás contra a mesa, sua respiração ficando pesada.

De repente, ele parou. "Aqui não."

Helena soltou uma risada ofegante. "Por que não?", ela ronronou, suas mãos alcançando a fivela do cinto dele. "Eu posso te ajudar... bem aqui."

Os olhos de Gabriel se iluminaram com uma fome crua e animalesca que eu nunca tinha visto antes.

Um momento depois, os sons começaram. Gemidos abafados, o farfalhar de roupas. Sons que fizeram meu sangue gelar e meu estômago se contrair com uma nova onda de náusea.

Eu estava presa, forçada a ouvir o homem que amava, o homem que era o pai do meu filho ainda não nascido, estar com outra mulher a poucos metros de distância. A humilhação era uma coisa física, um peso esmagador no meu peito.

Ele não estava apenas destruindo meu coração, estava destruindo cada boa memória que eu tinha dele. Ele estava pegando nosso passado, nossa intimidade, e transformando em algo barato e sórdido.

A dor no meu abdômen se intensificou, aguda e aterrorizante. Mordi meu lábio com força para não gritar, o gosto metálico de sangue enchendo minha boca.

Na minha agonia, minha mão escorregou, derrubando um pequeno balde de metal. Ele caiu no chão com um estrondo ensurdecedor.

Os sons da sala ao lado pararam abruptamente.

"O que foi isso?", a voz de Gabriel era aguda, desconfiada.

Meu coração parou.

                         

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