A Promessa Dele, a Ruína Dela
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Capítulo 4

A internet explodiu novamente. Desta vez, era uma foto de Caio Hanson, o poderoso CEO, segurando heroicamente sua frágil e ferida cunhada. Sua identidade como benfeitor de Helena agora era de conhecimento público.

A narrativa era esmagadoramente positiva. "Um Verdadeiro Cavalheiro", dizia uma manchete. "Magnata Apoia Carreira de Cunhada Enlutada."

Enterrada no final desses artigos havia uma única linha sobre mim. "A arquiteta Clara Spears também sofreu ferimentos leves no incidente."

Então vieram os comentários negativos, uma onda de ódio direcionada a mim.

"Ela provavelmente empurrou a Helena. Está com inveja."

"Que perdedora. Não suporta ver outra pessoa ter sucesso."

"Caio Hanson é um santo por aguentá-la."

Não havia uma única palavra negativa sobre Helena. A equipe de relações públicas de Caio trabalhou horas extras para limpar a internet de qualquer dissidência.

Eu estava deitada na minha cama de hospital, rolando pelo veneno, um sorriso amargo no rosto. Ele estava protegendo a reputação de Helena enquanto destruía sistematicamente a minha. Nenhuma vez ele me visitou no hospital. Nenhuma ligação.

Em vez disso, eu o assisti em um programa de entrevistas, sentado ao lado de Helena. Ela usava um colar cervical, um adereço para sua performance.

O apresentador perguntou sobre o relacionamento deles. Helena corou e olhou para Caio.

"Caio tem sido minha rocha", disse ela suavemente. "Nós nos conhecemos há muito tempo."

Ele colocou a mão sobre a dela. "Eu sempre estarei lá para ela."

Lembrei-me de todas as vezes que implorei para que ele reconhecesse publicamente nosso noivado, e como ele sempre dizia que preferia manter sua vida privada, privada.

Lembrei-me das campanhas de difamação que enfrentei, rumores infundados sobre minha vida pessoal que ele nunca interveio para negar. Ele apenas me dizia para ignorar o barulho.

Mas por Helena, ele moveria montanhas. Ele queimaria meu mundo até o chão apenas para mantê-la aquecida. A hipocrisia de tudo aquilo era sufocante.

Decidi que já era o suficiente. Contra as ordens do médico, dei alta a mim mesma do hospital. Eu tinha que comparecer ao Baile de Gala anual da Guilda dos Arquitetos. Era um evento importante, e eu não o deixaria me apagar completamente.

Passei horas me arrumando, minha assistente Lilian me ajudando a vestir um deslumbrante vestido exclusivo de um estilista famoso. Era um empréstimo, um privilégio reservado para arquitetas do meu calibre. Era prateado, como o luar na água, e me fazia sentir poderosa, apesar da dor surda nas minhas costelas.

No camarim dos bastidores, fiquei cara a cara com eles. Caio e Helena.

Os olhos de Helena se arregalaram quando ela viu meu vestido. Pura e inalterada inveja brilhou em seu rosto.

Caio caminhou em minha direção. Meu coração deu um estúpido e esperançoso pulo.

"Clara", disse ele, sua voz baixa. "Tire o vestido."

Eu o encarei, sem entender. "O quê?"

"Dê para a Helena. Este é o primeiro grande baile dela. Ela precisa causar uma boa impressão."

O pedido era tão absurdo, tão brutalmente cruel, que eu só consegui rir. "Você não pode estar falando sério."

Tentei explicar. "Caio, este é um empréstimo de alta-costura. Está ligado ao meu nome, à minha reputação. Ela não pode simplesmente usá-lo. Ela não tem o status."

Ele zombou, uma torção fria e feia em seus lábios. "Status? Eu posso comprar o status dela."

Ele pegou o celular e fez uma ligação. "Quero comprar o vestido prateado que Clara Spears está usando esta noite. Sim, vou transferir o dinheiro agora. O dobro do preço."

Ele desligou e olhou para mim, um brilho cruel em seus olhos. "Pronto. Agora é meu. E eu quero que a Helena o use. Tire. Agora."

Ele queria que eu me despisse em um corredor lotado dos bastidores. A humilhação pura e calculada daquilo me tirou o fôlego. As pessoas estavam começando a olhar, a sussurrar.

Minhas mãos tremeram enquanto eu alcançava o zíper. Com toda a dignidade que consegui reunir, deslizei para fora do vestido, ficando apenas com minha anágua simples.

Joguei o tecido cintilante nele. Aterrissou a seus pés como uma coisa morta.

"Você realmente é um monstro, Caio", eu disse, minha voz oca.

O flash do celular de alguém disparou. Uma foto.

A cabeça de Caio se ergueu. "Sem fotos!", ele rugiu, e sua equipe de segurança se moveu, intimidando os curiosos.

Ele tirou o paletó e o jogou sobre meus ombros. Foi um gesto inútil e vazio.

"Você está sendo tão dramática, Clara", disse ele, sua voz cheia de desdém. "É só um vestido."

Saí para o baile de anágua e com o paletó grande dele. Os sussurros e olhares zombeteiros me seguiram. Mais tarde naquela noite, Helena fez sua grande entrada com o meu vestido. Ela estava radiante. Contou a todos os repórteres que quisessem ouvir que era um presente especial de Caio.

As manchetes da manhã seguinte eram todas sobre o gesto extravagante de amor de Caio Hanson por sua cunhada. Minha humilhação era apenas uma nota de rodapé.

            
            

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