Noiva Traída: Sua Dívida Mais Cruel
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Capítulo 4

Fiquei do lado de fora da porta da suíte do hotel, meu coração um peso de chumbo no peito. Uma parte pequena e tola de mim ainda se agarrava a um pingo de esperança. Talvez eu estivesse errada. Talvez ele estivesse apenas a consolando. Talvez...

Aproximei-me, minha mão pairando sobre a maçaneta. E então eu ouvi. Um gemido suave de dentro. A voz de Jade, ofegante e extasiada. Seguido pelo murmúrio baixo e gutural de Cássio.

Os sons eram inconfundíveis. Eram íntimos. Eram os sons de amantes.

O último pingo de esperança morreu, virando cinzas na minha boca. Meu amor, minha vida, meu futuro - tudo era uma piada. Uma mentira cruel e elaborada.

Eu não invadi o quarto. Não gritei nem chorei. Eu estava quebrada demais para isso. Apenas me virei e fui embora, meus movimentos rígidos e robóticos. Fugi da festa, o som da paixão deles rugindo em meus ouvidos, e de alguma forma cheguei em casa.

Não dormi. Sentei-me no escuro, a imagem deles gravada em minha mente, repetindo-se em um loop.

Ele voltou na manhã seguinte, sua camisa amassada, um leve cheiro do perfume de Jade agarrado a ele.

"Onde você estava ontem à noite?", perguntei, minha voz um monótono morto.

Ele teve a decência de parecer um pouco envergonhado. "Jade... ela não estava se sentindo bem. Tive que cuidar dela."

"Cuidar dela?", repeti, as palavras com gosto de veneno. "É assim que você chama?"

"Alícia, não é o que você pensa."

"Não é? Não minta para mim, Cássio. Não mais."

"Tudo bem", ele retrucou, sua culpa rapidamente se transformando em raiva. "Aconteceu. Sinto muito. Mas não vai acontecer de novo. Nós ainda vamos nos casar. Este noivado não é algo do qual você pode simplesmente desistir."

Ele estava me lembrando do meu lugar. Eu era a dívida. Eu era a obrigação. Eu era sua jaula.

Ele saiu para o hospital, deixando-me na casa silenciosa e vazia. Fiquei sentada ali por horas, entorpecida. Eventualmente, o esgotamento me venceu, e caí em um sono inquieto e sem sonhos no sofá.

Fui acordada bruscamente. Cássio estava de pé sobre mim, seu rosto uma máscara de pura fúria.

"Levante-se", ele rosnou, me puxando para os pés.

"O que está acontecendo?", perguntei, atordoada e confusa.

Ele não respondeu. Ele me arrastou para fora de casa e me empurrou para dentro de seu carro. Ele dirigiu como um louco, as luzes da cidade se transformando em borrões.

"Você a ameaçou", ele rosnou, seus nós dos dedos brancos no volante. "Você ameaçou nos expor."

"Do que você está falando? Eu não ameacei ninguém."

"Não minta para mim, Alícia! Jade está no telhado do hospital agora mesmo. Ela diz que você ligou para ela, disse que ia arruinar a carreira dela. Ela está ameaçando pular!"

Minha mente girou. Jade. Era sempre Jade. Ela estava distorcendo as coisas, me pintando como a vilã para torná-lo seu herói.

"Cássio, isso não é verdade! Eu não falei com ela."

"Cala a boca!", ele rugiu. "Se algo acontecer com ela, eu vou fazer você pagar."

Ele parou com um rangido na entrada do hospital. O telhado estava iluminado por luzes de emergência. Uma pequena multidão se reunira abaixo. Jade estava de pé na beirada, sua silhueta uma figura dramática contra o céu noturno.

Cássio me arrastou para fora do carro e através da multidão, seu aperto como ferro no meu braço.

"Jade, estou aqui!", ele gritou. "Não faça isso!"

Jade se virou, seu rosto uma máscara de beleza trágica. "Cássio! Ela disse... ela disse que contaria a todos! Minha vida estará acabada!"

"Eu vou resolver isso, Jade! Eu prometo! Apenas desça!"

Ele estava negociando com ela. Negociando por ela, contra mim.

"Cássio, ela está mentindo", eu disse, minha voz desesperada. "Eu não fiz nada."

Jade deu um passo mais perto da beirada. "Cássio, faça-a prometer que não contará a ninguém!"

Cássio se virou para mim, seus olhos em chamas. "Prometa a ela, Alícia. Jure que não dirá uma palavra."

Ele estava verdadeiramente louco. Ele acreditava nela completamente.

Antes que eu pudesse responder, Jade soltou um soluço teatral e tropeçou. "Estou me sentindo fraca..."

A atenção de Cássio voltou-se para ela. "Jade!"

Ele soltou meu braço e se lançou em direção à beirada. Em sua pressa, ele me empurrou com força. Eu estava perto de uma seção mais baixa do telhado, um parapeito decorativo. O empurrão me fez tropeçar para trás. Meu pé engessado não ofereceu equilíbrio.

O tempo pareceu desacelerar. Vi Cássio alcançar Jade, puxando-a para um abraço protetor. Vi o olhar de triunfo no rosto de Jade por cima do ombro dele.

Meu mundo inclinou-se para o lado.

E então eu estava caindo.

A última coisa que vi antes de minha cabeça bater no concreto abaixo foi Cássio, embalando Jade em seus braços, seu rosto uma imagem de amor puro e inalterado.

                         

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