Capítulo 4 Estou te expulsando!

Stacey puxou a manga da camisa do homem e disse com um toque de desagrado: "Rylie só se atrasou porque estava sem ânimo. Você deveria pedir para o professor Powell liberar o acesso dela. Como ela manterá a reputação na universidade se for expulsa do projeto? Se isso acontecer, nenhum professor se arriscará aceitá-la, e ela nunca se formará."

Enquanto ela falava, um entusiasmo brilhava nos seus olhos. A expectativa da derrota de Rylie era irresistível demais para esconder. Se Rylie realmente fosse expulsa, não teria outra opção senão implorar para voltar.

Entretanto, a situação não aconteceu da maneira como a jovem esperava, pois Rylie respondeu de forma direta, sem margem para discussão: "Perfeito! Nunca queria ficar aqui mesmo. Aliás, já estou fora do projeto. Enviei minha declaração de desistência ao professor Powell esta manhã. Peçam-no para aprová-la."

Sua vinda até lá não era por causa do projeto, mas para buscar o composto Nexo-7 cuidadosamente desenvolvido, o ingrediente-chave que vinha cultivando há meses para um raro remédio genético.

"Você está saindo do grupo?", perguntou Stacey, seu rosto se abatendo com a revelação.

Rylie acenou com a cabeça.

Quando ela passou por eles, Stacey a agarrou pelo pulso. "Não deixe a impulsividade te dominar assim, Rylie! Estamos quase concluindo esta fase, e a competição de medicina está chegando. Isso não é só sobre você - há uma equipe contando com sua ajuda! Você não pode simplesmente virar as costas e ir embora!"

O homem lançou um olhar julgador a Stacey. "Você não deveria dar tratamento especial a ela só porque são parentes, Stacey."

Rylie desviou o olhar para Stacey, arqueando uma sobrancelha. "Sua preocupação comigo é genuína ou só é mais um dos seus shows?"

"É claro que minha preocupação é genuína!", insistiu Stacey, acenando com a cabeça ansiosamente.

A vontade de rir quase escapou de Rylie, seu tom cheio de escárnio. "Vamos ser francas. Você já viu o que sua equipe é capaz de fazer mesmo com minha ajuda - não é muito. Seis meses se passaram e vocês não conseguiram produzir nada. Cada um de vocês é uma causa perdida, então é claro que estou saindo."

Todo o desenvolvimento da pesquisa em grupo dependia de Rylie - as elaborações, orientações e experimentos. Os outros se atrapalhavam com um teste sequer, nunca chegando nem perto de avanços concretos. Sem ela, as grandes ambições de Timothy em medicina clínica e IA não passariam de uma ilusão.

Com um bufar desdenhoso, Rylie estendeu a mão e deu um tapinha na bochecha de Stacey, suas palavras frígidas: "Não se deixe enganar. Você não é minha família, e eu não estou aqui para ser babá de um bando de incompetentes."

Lágrimas encheram os olhos de Stacey, sua voz embargada de espanto. Desde que fora expulsa de casa, Rylie se transformara em alguém irreconhecível - atrevida, teimosa, e completamente indiferente, o que enlouqueceu Stacey.

"Rylie! Não pense que está com o rei na barriga - a pesquisa não gira em torno de você. Você nem estaria nesta equipe se Stacey não tivesse pedido para você entrar!", exclamou o homem.

Com a paciência se esgotando, ele se lançou sobre Rylie, na intenção de empurrá-la.

Porém, ela foi mais ágil, segurando o pulso dele com força e o torcendo num movimento rápido.

"Ahhhh!" Um grito de dor irrompeu enquanto ele se curvava, a mão segurando o braço agora deslocado, a descrença estampada no rosto.

Já Rylie, apenas limpou as mãos e lançou um olhar gélido ao grupo. "Vocês não são aspirantes a médicos? Ajustar uma articulação não deve ultrapassar suas competências."

Sem lhes dirigir mais nenhuma palavra, ela entrou no laboratório e pegou seu precioso composto. Antes de sair, colocou suas últimas anotações sobre a pesquisa em IA no triturador, garantindo que seu trabalho não fosse roubado.

Momentos depois, Rylie saiu com o frasco na mão, bem quando Timothy apareceu no corredor.

Bastou uma olhada na cena - uma aluna choramingando e os outros abalados - para a raiva de Timothy transbordar.

Apontando um dedo para Rylie, ele disparou: "Você está sempre dando uma desculpa para escapar das aulas, usando o laboratório para tirar cochilos e agora está agredindo seus próprios colegas? Acha mesmo que minha equipe de pesquisa precisa de alguém como você? A partir de agora, você não faz mais parte deste grupo! E eu..."

Cada vez mais impaciente, Rylie o interrompeu: "Você não leu meu e-mail? Já comuniquei minha saída."

Timothy hesitou por um momento, então pegou seu celular e verificou a caixa de entrada, onde estava a declaração formal de desistência de Rylie.

Balançando a cabeça como se a ideia fosse ridícula, ele zombou: "Você só pode ter enlouquecido, Rylie. Por acaso sabe quantos estudantes fariam de tudo por uma vaga na minha equipe? Vou deixar claro uma coisa - não vou aprovar seu pedido, pois estou te expulsando! Vou postar o aviso oficial no site da universidade para todos verem."

Timothy esperava que ela recuasse, talvez implorasse por outra chance, mas claramente subestimara sua determinação.

Dando de ombros, Rylie respondeu com um "tanto faz" desdenhoso e já estava saindo.

Nesse momento, gritos repentinos ecoaram por perto.

Uma voz frenética cortou o ruído: "Uma pessoa desmaiou!"

Com o instinto prevalecendo à sua saída, Rylie se virou em direção à comoção, onde um pequeno grupo de estudantes de medicina se aglomerava ao redor da pessoa estendida no chão.

Em passos rápidos, ela se aproximou: "Abram espaço e não se aglomerem! Ele precisa de ar."

Como estudantes de medicina, todos sabiam dessa informação, então logo recuaram, formando um círculo aberto.

Abaixando-se em um joelho, Rylie olhou para o homem inconsciente, cujo rosto, pálido, mas marcante, chamou a atenção dela por apenas um segundo, até que suas mãos se moveram para avaliar o estado.

Num gesto ágil, seus dedos encontraram a traqueia deslocada.

Quando ela estava prestes a examinar o peito do homem, Timothy apareceu, exclamando com uma voz retumbante: "Saiam do caminho! Me deixem passar!"

Sem hesitar, Rylie pegou seu kit médico, e Timothy gritou para ela: "Você não tem direito de atender ninguém! Você é só uma estudante inexperiente, e não uma médica!"

Stacey parou ao lado do professor. "Rylie, escute o professor Powell. Se algo der errado, a responsabilidade será sua. Ele é o especialista aqui, não você."