Capítulo 5 Tem razão!

Capítulo 05

Alissa prendeu a respiração. Que tipo de proposta aquele homem poderia ter para oferecer a ela, no âmbito pessoal? Decidindo que era melhor ouvir do que ficar conjecturando, Alissa acenou com a cabeça, pedindo a Leopold que continuasse a falar.

- Como eu disse, acho que nosso encontro foi algo que estava escrito. Não foi por acaso. - Ele sorriu, levantando um pouco o queixo. - Podemos ter uma parceria. Pelo nosso beijo, creio poder dizer que você e eu temos química. Eu proponho o seguinte: vamos fingir um namoro. Claro, sairemos juntos, e nos conheceremos. E... - Leopold olhou Alissa por inteiro. - Poderemos nos divertir. E, em troca, claro, você poderá me pedir qualquer coisa.

Leopold não estava inventando sobre a família dele, que inclusive arrumou encontros às cegas. Foi assim que ele conheceu Lydia e acabou noivando com ela, ainda que não a amasse. Apenas lhe pareceu o mais conveniente no momento.

Ele não era um homem apenas mulherengo. Não, Leopold já havia se apaixonado. Na época de faculdade, ele tinha namorado e, no fim, a garota com quem ele pensou que passaria a vida ao lado, o traiu com o melhor amigo dele. Depois, ao abrir um pouco mais o coração para Lydia, tentando fazer aquilo dar certo, acabou traído novamente. Sendo assim, Leopold chegou à conclusão de que nunca mais se apaixonaria. Tratar uma possível união como negócio era a melhor saída.

Alissa ainda não acreditava no que estava ouvindo. Leopold Dietrich estava propondo que eles não só fingissem um "namoro", mas também saíssem juntos, de verdade? Por... diversão.

"Ele só quer um motivo justificado pra poder sair comigo sem compromisso sério. É isso! Que atrevimento! Quem ele pensa que é? Quem ele pensa que eu sou?" Ela estava indignada, no entanto, engoliu isso e resolveu dar corda para ver o que mais ele diria. No fim, ela era uma pessoa curiosa - o que a colocava em situações não tão ideais.

- Qualquer coisa? - Alissa ergueu as sobrancelhas. Ela não tinha intenção de aceitar o que Leopold Dietrich estava propondo. Por mais que o CEO na frente dela fosse um pedaço de mau caminho, ela não estava disposta. Aquilo era se vender, não era? Se ele oferecia um "pagamento".

- Qualquer coisa. Você só precisa dizer o que quer, e será seu. Se nos dermos bem, senhorita Sutton, nosso relacionamento pode ficar mais sério. Minha família quer que eu me case. Tive um problema com duas vadias traidoras na minha vida. Mas você... Você não é uma daquelas garotas fúteis, pelo que observei até agora. Então, podemos tentar. O que você me diz?

As mulheres que a família dele apresentavam eram mais do mesmo saco: moças que só queriam um marido rico e que dessem a ela todo o luxo que o dinheiro poderia pagar. Elas não pensavam em construir nada, nem mesmo um relacionamento decente. Então, por que não procurar em "outras vizinhanças"? Alissa não era em nada parecida com aquelas criaturas. Isso por si só já era um bom começo.

- Ficar mais sério? - Alissa perguntou, confusa, mas sacudiu a cabeça. - Senhor Dietrich, eu...

- Sim, sério. - Ele inspirou fundo. - Sou um homem de negócios e lhe garanto que não quero perder tempo. Nem fazer você perder o seu. Prometo que serei fiel. Sempre fui e não é porque estaremos em um relacionamento diferente que eu vou me portar de outra maneira.

Sim, ele era mulherengo, mas porque não tinha compromisso com nenhuma daquelas mulheres. Cada um sabia onde estava se metendo. Porém, no momento em que Leopold assumia um relacionamento com exclusividade, ele não saía da linha por nada. Não era só uma questão de amor, mas de respeito, principalmente. Caso ele quisesse sair fora, ele diria antes de tomar qualquer atitude.

- Veja bem, eu estou trabalhando com o senhor, nesse momento. É completamente antiético e eu não vou colocar o meu emprego em jogo por uma... Mentira.

Em vez de parecer desgostoso, Leopold sorriu ainda mais, como se tivesse gostado do posicionamento de Alissa.

- Nisso você tem razão! Vamos fazer assim: você conclui o seu trabalho para a minha empresa. Depois, nós vamos a um encontro. Então em outro, e assim por diante.

- Encontro?

- Claro. Afinal, como eu vou aparecer com uma namorada com a qual nunca saí antes? Não seria convincente. - Ele sorriu e se aproximou mais dela. - Mas... Antes de qualquer coisa, senhorita Sutton, eu preciso de algo.

Pela expressão no rosto de Leopold, Alissa imaginou que seria algo "imoral".

- E o que seria? - ela perguntou.

- Eu preciso provar você. - Ele lambeu os lábios depois de dizer isso.

Ela franziu a testa, levantando-se da cama.

- Provar? O que diabos isso quer dizer com isso? - Ela tinha uma ideia. Leopold queria dormir com ela, ver se a "química" entre eles era real até o fim.

"Não mesmo!"

Como se pudesse ler a mente de Alissa, Leopold sorriu de lado e falou:

- Melhor se eu te mostrar. Ações falam mais do que palavras. Prometo que vou parar sempre que você me pedir. - Ele ergueu as mãos para mostrar que estava falando sério e segurou a mão de Alissa, fazendo com que a mesma se sentasse de novo na cama. O toque dele era magnético e ela se xingou por ter se deixado ser puxada por ele.

Alissa respirou fundo.

- Não vou dormir com o senhor, se é isso o que pretende. Se esse era o seu plano ao propor que eu "experimentasse" uma noite neste hotel. Pode esquecer!

Ela tentou afastar-se, mas Leopold não a soltou.

- Calma... não é isso. Claro, se quiser que passemos a noite juntos, eu sou totalmente à favor! Mas... feche os olhos.