O Filho Secreto do Alfa, Minha Cura Roubada
img img O Filho Secreto do Alfa, Minha Cura Roubada img Capítulo 3
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Capítulo 3

PONTO DE VISTA DE CATARINA:

Quando acordei na manhã seguinte, a febre havia passado, deixando para trás uma clareza arrepiante. A primeira coisa que fiz foi usar a runa para contatar minha tia novamente.

"A Flor da Lua, tia Helena. Ele está dando para a mãe da Isabela. Você tem que interceptá-la."

Sua resposta foi rápida e feroz. "Já está feito, minha querida. Meus guerreiros a protegeram. Está segura comigo. Apenas se concentre em ficar forte o suficiente para viajar."

Um alívio me invadiu, tão potente que quase me deixou tonta. A única coisa que poderia me salvar estava segura.

Aquela tarde foi uma aula magistral de sua enganação. Ele caminhou ao lado da minha cadeira de rodas enquanto uma enfermeira me empurrava para a sala de sol da ala de cura, sua mão repousando possessivamente no meu ombro. Os membros da alcateia por quem passávamos baixavam a cabeça em respeito, seus olhos cheios de admiração por seu Alfa devotado.

"Ele é tão bom para a nossa Luna," ouvi uma Ômega sussurrar para outra. "A Deusa da Lua nos abençoou com um líder tão atencioso."

A ironia era tão espessa que eu poderia ter engasgado com ela.

Para testá-lo, olhei para cima e falei, minha voz deliberadamente fraca. "Ricardo, eu gostaria de ir para casa. Para o casarão dos meus pais."

Seu sorriso se contraiu instantaneamente. O pânico brilhou em seus olhos antes que ele pudesse esconder. "Meu amor, não acho que seja uma boa ideia. Aquele lugar... guarda tantas memórias tristes. Não seria bom para sua recuperação."

Ele precisava de tempo para tirar Isabela e o filho deles de lá. Ele precisava esfregar o cheiro de sua traição da casa dos meus pais. Eu não o confrontei pela mentira. Apenas assenti docilmente, deixando-o pensar que eu ainda era a boneca frágil e complacente que ele podia manipular facilmente.

Então veio o evento principal. A mãe de Isabela foi transferida para a ala de cura, apenas duas portas abaixo da minha. E com ela, veio Isabela.

Ela apareceu na minha porta, os braços cruzados sobre o peito, um sorriso presunçoso no rosto. Ela era bonita, de uma forma afiada e predatória, com olhos que não continham calor.

"Você não parece nada bem, Catarina," ela disse, sua voz pingando falsa simpatia. "Ouvi dizer que os curandeiros estão preparando um remédio especial para você. Seria uma pena terrível se algo acontecesse com ele. Acidentes acontecem, sabe."

Antes que eu pudesse responder, Ricardo apareceu atrás dela. Seu rosto era uma nuvem de tempestade. Ele estava furioso, não porque ela estava me ameaçando, mas porque estava fazendo isso em público, onde sua imagem perfeita poderia ser manchada.

"Isabela!" ele rosnou.

Ele não falou. Ele usou seu Comando de Alfa.

A voz vibrou pelo ar, uma força física que fez todos os lobos de ranking inferior no corredor se encolherem e desviarem o olhar. A própria Isabela tropeçou para trás como se tivesse sido atingida, sua cabeça curvada em submissão.

"Você não vai falar com sua Luna dessa maneira," Ricardo comandou, sua voz ressoando com poder. "Mostre seu respeito. Agora saia."

Ela fugiu sem outra palavra. Ricardo se virou para mim, sua expressão suavizando para uma de fúria protetora. "Eu sinto muito, meu amor. Eu vou lidar com ela."

Ele parecia o herói, o Alfa poderoso defendendo sua Companheira querida. Eu queria rir. Em vez disso, apenas fechei os olhos, fingindo exaustão. Eu o deixaria jogar seus jogos. Eu juntaria minhas forças e esperaria o momento perfeito para fazer seu mundo inteiro desabar.

Esse momento chegou mais cedo do que eu esperava.

Por volta da meia-noite, acordei com a garganta seca. Fui silenciosamente pelo corredor silencioso até a estação de água. Ao me aproximar do final do corredor, ouvi vozes baixas e urgentes vindo de um armário de suprimentos vazio.

Eram Ricardo e Isabela.

"Você foi uma tola em confrontá-la!" Ricardo sibilou. "Você tem alguma ideia de como isso pareceu?"

"Eu não me importo como pareceu!" ela retrucou. "Minha mãe está morrendo, e aquela vadia tem a única cura! Você me prometeu, Ricardo. Você prometeu que a salvaria."

"E eu vou," ele disse, sua voz suavizando. "Eu dei a última sala de alinhamento lunar para sua mãe, não dei? Não para a Catarina. Isso não é suficiente por enquanto?"

Suas palavras foram outro choque, outra camada de sua enganação. Ele não apenas deu meu remédio; ele deu a própria sala projetada para amplificar suas propriedades curativas.

Ouvi um gemido suave, o farfalhar de roupas. Eles estavam se beijando. No corredor, a poucos metros do meu quarto, enquanto ele deveria estar cuidando de sua companheira "moribunda".

A última centelha de esperança dentro de mim, a parte minúscula e tola que pensava que talvez ele estivesse apenas confuso, finalmente se extinguiu, não deixando nada além de cinzas frias e duras.

            
            

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