O Herdeiro do Alfa – Meu Coração Indesejado
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Capítulo 2

KÉSIA POV:

Uma semana depois, uma mensagem criptografada apareceu no celular descartável que o Santuário das Sombras me deu.

"Nova identidade estabelecida. Destino: Paris, Zona Neutra Europeia. Aguarde mais instruções."

Paris. Um mundo de distância. Um lugar onde meu nome, Késia Jensen, não significava nada. Um lugar onde o título de "futura Luna da Alcateia Lua de Prata" era apenas um fantasma.

O pensamento me trouxe uma onda de alívio tão profunda que quase dobrou meus joelhos.

Comecei a cortar os fios que me prendiam a esta vida. Entrei em um brechó de luxo e doei anonimamente o colar de Pedra da Lua que Bento me deu, aquele que simbolizava meu futuro papel. Que outra mulher usasse a promessa bonita e vazia.

Naquela noite, acendi um fogo na grande lareira da nossa cobertura. Uma por uma, alimentei-o com nossas memórias. Uma rosa seca do nosso primeiro aniversário. Uma fotografia de nós rindo na neve. Os votos bobos e manuscritos que trocamos em nossa cerimônia particular.

Observei as chamas consumirem tudo, transformando anos de amor e mentiras em cinzas.

Quando Bento voltou de sua "viagem à fronteira", ele não notou nada. Ele passou direto pelo espaço vazio em meu pescoço onde o colar costumava estar. Ele não sentiu o vazio no apartamento, a ausência de objetos queridos.

"Onde estão todas as nossas fotos?" ele perguntou distraidamente, afrouxando a gravata.

"Mandei para serem purificadas," eu disse, minha voz uniforme e calma. "O Ancião mencionou que a energia na cobertura parecia estagnada."

"Boa ideia," ele murmurou, já distraído com o celular. Ele engoliu a mentira sem pensar duas vezes. Sua mente estava em outro lugar. Com ela.

Sua culpa, no entanto, exigia uma performance pública. Ele me deu uma festa de aniversário "compensatória" luxuosa no grande salão da alcateia. Não era para mim; era para ele. Uma maneira de mostrar ao mundo, e a si mesmo, que ele ainda era o Alfa perfeito, o marido devotado.

Eu interpretei meu papel, sorrindo até minhas bochechas doerem.

E então, ela chegou.

Ária entrou de braços dados com o Beta de Bento. Ela usava um vestido branco simples que se agarrava às suas curvas, fazendo-a parecer ao mesmo tempo inocente e sedutora. Um Ancião visitante de outra alcateia a viu e sorriu calorosamente para mim.

"Késia, sua irmã mais nova é adorável," ele disse.

O sangue sumiu do meu rosto.

Bento, sempre o político, contornou a situação. Ele caminhou até o lado de Ária, colocando uma mão possessiva na base de suas costas.

"Esta é Ária Diaz," ele anunciou para a sala, sua voz ressoando com o poder Alfa. "Uma querida amiga da alcateia. Ela tem me ajudado a estabilizar minha energia. Um grande serviço para todos nós."

Ele não a chamou de minha substituta. Ele não precisava. Ele a chamou de sua "estabilizadora" e, ao fazer isso, reduziu meu papel como sua parceira a algo puramente cerimonial. Eu era o rosto da empresa; ela era o coração do homem.

Eu o observei a noite toda. Vi como seus olhos a seguiam, como ele se inclinava para sussurrar algo em seu ouvido que a fazia corar. Em um momento, uma mecha de seu cabelo escuro caiu sobre seu rosto. Sem pensar, Bento estendeu a mão e gentilmente a colocou atrás de sua orelha.

Foi um gesto pequeno e íntimo. O tipo que ele não fazia comigo há anos. Foi uma declaração pública.

Mais tarde, escondida no banheiro feminino para recuperar o fôlego, ouvi duas lobas sussurrando.

"...os vi na melhor clínica de fertilidade na semana passada," disse uma, sua voz pingando fofoca. "De mãos dadas e tudo. Pareciam tão apaixonados."

A outra suspirou. "Pobre Luna Késia. Ela deve saber."

Apoiei-me na parede de mármore fria, os sussurros confirmando meus piores medos. Isso não era um erro. Isso não era um caso passageiro.

Isso era um golpe. Um plano cuidadosamente planejado e deliberadamente executado para me substituir. E eu estava bem no meio dele, sorrindo para as câmeras.

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