Querida, volte para mim!
img img Querida, volte para mim! img Capítulo 2 O silêncio de Simon
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Capítulo 6 O som da saudade img
Capítulo 7 A verdade que ninguém quer contar img
Capítulo 8 O som do silêncio img
Capítulo 9 Momentos a dois img
Capítulo 10 A traição img
Capítulo 11 Os segredos de Sabrina img
Capítulo 12 Os segredos de Sabrina pt.2 img
Capítulo 13 O preço de uma vida img
Capítulo 14 Qual de vocês é ela img
Capítulo 15 O amante img
Capítulo 16 A memória de Simon img
Capítulo 17 Perseguida por dois magnatas img
Capítulo 18 Eu gosto de você img
Capítulo 19 Maxon ou Victor img
Capítulo 20 Você mente tão facilmente img
Capítulo 21 Jogo da conquista com você img
Capítulo 22 Jogo da conquista com você pt.2 img
Capítulo 23 O mistério por trás da máscara img
Capítulo 24 Qual o seu tipo img
Capítulo 25 Victor Hargrove img
Capítulo 26 Conquistando sua confiança img
Capítulo 27 Você pode me ouvir img
Capítulo 28 A mulher de vermelho img
Capítulo 29 Os gêmeos Ravenwood img
Capítulo 30 A verdade por trás da máscara fria img
Capítulo 31 A verdade por trás da máscara fria pt.2 img
Capítulo 32 O início da queda img
Capítulo 33 Uma queda por você img
Capítulo 34 Ele gosta mesmo de mim img
Capítulo 35 O império ameaçado img
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Capítulo 2 O silêncio de Simon

Maxon:

- Não importa o que aconteça no futuro, nós vamos estar juntos para sempre!

O pequeno Simon disse esticando o dedo mindinho para mim.

- O que quer fazer? Questionei.

- Quero que você me prometa! Ele pediu com um sorriso enorme no rosto.

- Isso é coisa de criancinha! Reclamei.

- Somos crianças, Maxon! Ele insistiu

- Vamos, prometa.

Soltei um suspiro resignado antes de erguer a mão para fazer aquela promessa ou brincadeira ridícula com ele.

Simon passou o dedo em volta do meu e sorriu mais.

- Você é a minha pessoa favorita no mundo inteiro, Maxon! Ele disse enquanto esboçava um sorriso.

- Senhor! Acordei com o som da voz da comissária de bordo me chamando

- Senhor, acorde. Já chegamos a Portland!

Olhei em volta e todos os passageiros do avião já estavam descendo.

Me levantei do meu acento e segui a colheita de pessoas rumo a saída do avião.

Portland me recebeu como da forma que eu mais odiava: fria, cinzenta e com aquela chuva fina que parecia grudar na pele só para irritar. Eu sempre odiei essa cidade. Nunca vim por ela, só por ele. Simon.

Agora, nem isso me prende mais aqui.

As ruas molhadas refletiam uma vida que nunca foi minha, uma família que se despedaçou muito antes dessa morte.

Nossa mãe foi a primeira a me deixar. E, de certo modo, o resto seguiu o exemplo.

Hoje eu voltava não para visitar, mas para enterrar o único motivo que me fazia cruzar essas pontes enferrujadas.

Faziam-se mais de dois anos desde a última vez em que estive aqui.

Eu realmente detestava tudo nesse lugar. Desde a vista até o cheiro.

Desde o dia em que deixamos aquela cidade que eu só retornava para ver o meu irmão gêmeo.

E agora eu estava retornando para vê-lo uma última vez, para me despedir dele para sempre.

O salão fúnebre estava coberto de pessoas, todas vestidas de preto.

Ao lado do caixão estava ela. Minha mãe.

Os olhos vermelhos de lágrimas. Era uma pena que para mim ela sempre pareceu falsa e forçada.

Caminhei a passos pesados até o caixão e contemplei o rosto de Simon.

- Maxon...

Madeleine tocou o meu ombro, como se buscasse apoio, e eu afastei sua mão.

Toquei de leve o rosto gelado do meu irmão e senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, enquanto meu peito parecia ser dilacerado aos poucos.

"Por que, Simon?" Era a pergunta que martelava em minha cabeça.

Sem conseguir me conter, debrucei sobre o caixão e me permiti chorar, como se parte de mim estivesse sendo arrancada.

E de fato estava.

A chuva caía fina, mas constante, transformando o chão do cemitério em lama e o ar em um frio úmido que grudava na pele.

Chovia. É claro que chovia.

Portland sempre arranjava um jeito de me lembrar por que eu odiava estar aqui. O céu cinza, o frio úmido que entrava nos ossos, o cheiro de terra molhada grudando na roupa.

Era o clima perfeito para Simon, e o pior possível para mim.

Ele adorava dias frios e chuvosos. Diferente de mim, que sempre odiei tudo que fosse frio e cinzento.

O cortejo já estava começando quando pisei na capela do cemitério, e o caixão estava prestes a sair. Tudo o que consegui fazer foi parar, encharcado, a alguns passos de distância, e olhar.

As poucas pessoas ainda reunidas formavam um círculo sombrio ao redor do caixão. O som oco das pás jogando terra contrastava com o murmúrio distante das preces.

Meu irmão.

Meu irmão gêmeo, deitado ali naquele caixão. Ele odiava lugares apertados, e agora estaria confinado em um pela eternidade.

Parei a alguns passos, o casaco encharcado, sentindo a respiração pesar no peito. Não havia tempo para despedidas ou para dizer qualquer coisa que pudesse, de alguma forma, aliviar o nó em minha garganta. Tudo o que restava era o silêncio e a pergunta que não saía da minha cabeça desde que soube da notícia: por quê?

Por que ele teria feito algo assim? Simon nunca parecera o tipo de pessoa que tomaria aquela decisão absurda, covarde e desesperada.

Que parte da vida dele eu não conhecia a ponto de não ver isso chegando?

Foi então que notei ela.

Ajoelhada ao lado do caixão, como se fosse a última barreira entre Simon e a terra fria que o engoliria, estava uma mulher que eu nunca tinha visto.

Os cabelos grudavam-se no rosto, molhado pela chuva e pelas lágrimas. E ela chorava, não como a maioria chora em velórios, discretamente, escondendo o rosto. Não. Era um choro desesperado, quase sufocante, de quem perde mais do que consegue suportar.

Seu rosto estava parcialmente escondido pelos cabelos encharcados, estava contorcido em um choro sufocante, quase dolorido de assistir. As mãos dela agarravam a borda de madeira como se pudessem impedir que Simon fosse levado.

Olhei ao redor. Nenhum rosto familiar. Nem dela, nem da ligação que ela parecia ter com ele. Não era família, não era amiga da família, eu saberia. Então quem diabos era? E por que parecia sofrer mais que todos nós juntos?

A terra começou a cair sobre o caixão. Ela se encolheu, como se cada punhado a atingisse no peito. E eu, não consegui desviar o olhar.

Quem era ela?

O que significara para Simon?

E, mais perturbador ainda, será que ela sabia algo sobre o motivo de tudo?

Tive a sensação incômoda de que aquela mulher sabia alguma coisa. Talvez até mais do que eu. Talvez até o motivo que eu tanto precisava entender.

E foi nesse momento que percebi: não importava o quanto eu tivesse que cavar, de um jeito ou de outro, eu descobriria quem ela era.

A mansão de Madeleine Prescott continuava imponente, com seus portões de ferro trabalhado e jardins meticulosamente podados. A fachada de pedra clara reluzia mesmo sob o céu cinzento, como se nada ali pudesse ser tocado pela tragédia.

Ela abriu a porta antes mesmo que eu tocasse a campainha. Vestida de forma impecável, sorriso contido, uma imagem cuidadosamente moldada para o mundo. Como sempre.

- Maxon... - o jeito que ela falou meu nome parecia uma tentativa de carinho, mas soava ensaiado. Ou talvez fosse eu que não quisesse acreditar nela.

Ela deu um passo à frente, os braços ligeiramente erguidos, e eu recuei.

- Vamos entrar logo. Minha voz cortou o ar como o vento gelado da rua.

O interior era ainda mais sufocante: mármore polido, arranjos de flores caras e o aroma doce de algo caro demais para se desperdiçar com quem não era bem-vindo.

Fazia mesmo muito tempo que eu não pisava os meus pés naquela casa.

Há muito que aquele lugar nem parecia mais um lar para mim.

Mas, para ela aquele lugar era mais do que um lar, era como o seu próprio castelo.

Um sorriso amarelo brotou em seu rosto, deixando evidente o seu desconforto ante a minha frieza.

A segui para dentro em silêncio.

- Fiquei feliz que tenha vindo para cá! Ela disse ao entrarmos em casa.

- Eu sei que não deveria dizer algo assim em um momento como esse, mas, eu realmente...

- Poupe as suas palavras, Madeleine Prescott!

A cortei imediatamente.

- Não vim aqui por sua causa, e também não tenho a menor intenção de ficar na sua casa dos sonhos da Barbie.

- Mas, então...

- O Simon tinha um apartamento... Em Northrup! Falei

- Quero as chaves.

- Por que você ficaria sozinho naquele lugar e...

- Eu prefiro assim! Respondi de forma seca.

- Vai me dar as chaves ou não?

- Certo! Ela concordou

- Vou pegar as chaves para você!

Quando ela se virou em direção aos degraus da escada, me lembrei de algo importante.

- Quem encontrou o corpo do Simon? Questionei.

            
            

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