Sob o Domínio do Mafioso
img img Sob o Domínio do Mafioso img Capítulo 1 Um Mafioso
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Capítulo 7 Calma Fingida img
Capítulo 8 Preparativos do Noivado img
Capítulo 9 Buscando Aliados img
Capítulo 10 Promessa Selada img
Capítulo 11 Atração da Noite img
Capítulo 12 Intensidade Inesperada img
Capítulo 13 Excelente Atriz img
Capítulo 14 Toque Delicado img
Capítulo 15 Nunca Foi Sobre Amor img
Capítulo 16 Frio de Moscou img
Capítulo 17 Marcando Território img
Capítulo 18 Reconfortante img
Capítulo 19 Imponência img
Capítulo 20 Preocupado Com Ela img
Capítulo 21 Cuidado Que Supreende img
Capítulo 22 Naturalidade Assustadora img
Capítulo 23 Azul Impenetrável img
Capítulo 24 Um Afago Inesperado img
Capítulo 25 Não Sou Um Monstro img
Capítulo 26 Lembranças Enterradas img
Capítulo 27 Eu Serei Punida img
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Sob o Domínio do Mafioso

Deusiane SilvaF
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Capítulo 1 Um Mafioso

Sophie Williams

Ouvia um zumbido irritante nos ouvidos, como se o mundo ao meu redor estivesse se dissolvendo em um vácuo, e meu corpo, frágil, ameaçasse ceder a qualquer momento. Sabia que, se desmoronasse, ninguém viria me socorrer. O que acontece dentro dos portões da mansão Williams é um segredo que deve ser enterrado junto com as esperanças de quem ali vive.

- Sophie, você está bem? Parece exausta. - A voz do fotógrafo me puxou bruscamente de volta à realidade. Havia preocupação em seu tom, mas seus olhos, como os de todos ali, estavam apenas curiosos, famintos por um deslize. Eu era um espetáculo.

- Estou bem, sim. Apenas me distraí por um momento, me perdoem. - Forcei um sorriso, sentindo o peso da mentira em cada palavra. Todos voltaram aos seus afazeres, e agradeci mentalmente por ninguém notar minha farsa.

Enquanto a câmera me capturava, eu me sentia livre - irônico, considerando minha situação. Os flashes traziam uma sensação de poder, algo que parecia faltar no resto da minha vida. Mas quando o ensaio terminou, o vazio voltou a me engolir, e lá estava eu, caminhando para o que deveria ser chamado de lar, mas que na verdade era minha prisão.

Ao passar pelos portões, a realidade me golpeou com a força de mil verdades. A única maneira de sobreviver era obedecer - evitar confrontos, evitar punições. Esse era o preço da minha segurança.

- Srta. Sophie. - Jhow me cumprimentou ao abrir a porta, sua voz abafada pela tensão que pairava no ar.

- Boa noite, Jhow. O senhor e a senhora Williams já estão em casa? - perguntei, escondendo o nó na garganta. A simples menção de meus pais fazia meu estômago se revirar. Ele assentiu em silêncio, como se já soubesse o que estava por vir.

- Estamos aqui, Sophie. Pensamos que não voltaria para casa hoje. - A voz de James soou seca, fria como gelo. Meus ombros se curvaram, e automaticamente abaixei a cabeça, surpresa por não ter notado sua presença.

- Desculpe, senhor. O ensaio se estendeu mais do que o previsto.

- Da próxima vez, avise. Você sabe que tem horário para estar em casa. Ficamos preocupados, querida. - Suas palavras tinham um tom ácido, e a ironia delas me fez engolir em seco.

- Mais uma vez, peço desculpas. Posso me retirar e me preparar para o jantar?

- Antes venha até o escritório; quero conversar com você. - O frio na espinha me paralisou. "Conversas" com meu pai sempre terminavam com algo quebrado em mim. Às vezes era o corpo; às vezes, a alma.

Sem contestar, segui seus passos até o escritório. O espaço era grande e luxuosamente iluminado, com quadros impecavelmente pendurados nas paredes e uma estante cheia de livros, meus únicos refúgios. Fugi para tantas realidades entre aquelas páginas que, às vezes, me esquecia de que a minha própria realidade era infernal.

James me olhou por um instante, seus olhos frios como sempre, antes de dizer com firmeza:

- Você vai se casar!

As palavras me atingiram como um soco. O mundo pareceu girar, e eu senti o chão sumir.

- Não posso me casar, papai. Eu não estou pronta... -Tentei argumentar, minha voz tremendo.

- Como ousa me contrariar? - A voz dele rugiu pela sala, encharcada de raiva. - Eu estou dizendo que vai casar, então sim, você vai casar, quer queira, quer não. - Ele gritou, levantando-se da cadeira e avançando em minha direção segurando-me pelo pescoço com uma força dolorosa. Arrependi-me de cada palavra, mas era tarde demais.

- Eu não posso me casar, papai. Eu não quero, por favor não me obrigue. - Respondi com a voz fraca, já prevendo o que viria. Antes que ele pudesse gritar de novo, minha mãe, Victoria, gargalhou, sua risada cheia de veneno e desprezo.

- Você acha que tem escolha? - Sua risada foi seca, sarcástica. - Nós já decidimos. Vai casar com Mikhail Volkov.

O nome não me era estranho. Já havia lido algo sobre ele em notícias de negócios, mas o que mais me chamava atenção, além de sua beleza inegável, era sua fama como um homem frio, calculista e implacável.

- Ele é o CEO da VK Enterprises, Sophie. Um dos homens mais ricos e influentes do mundo. Essa união vai nos trazer poder e prestígio. - James continuou, como se estivesse me vendendo a ideia.

Minha mãe, Victoria, se aproximou com seu típico ar superior, carregando um celular na mão. Com um sorriso cínico, ela mostrou a tela para mim.

"Mikhail Volkov, CEO e suposto chefe da máfia russa, acusado de envolvimento com a Tambov Gang."

Eu pisquei, tentando absorver as palavras. "Suposto chefe da máfia russa." Não podia ser verdade.

- Isso é uma piada? - perguntei, sentindo o desespero me dominar.

- Ele é mais do que apenas um CEO, Sophie. - James falou, cruzando os braços. - Ele é o Pakhán da Tambov Gang, a organização criminosa mais poderosa da Rússia.

A declaração me fez cambalear.

- Vocês estão me entregando para um mafioso? Isso é loucura! - gritei, sem me importar com as consequências.

Victoria bufou, revirando os olhos.

- Por favor, Sophie, não seja tão dramática. A nossa família faz parte desse mundo há décadas. Você não seria diferente. - Sua voz carregava desprezo. - Ele é um empresário respeitável, influente e bilionário. E, também um mafioso, mas quem se importa?

James avançou, colocando-se frente a frente comigo.

- Ele escolheu se casar com você, mesmo existindo dezenas de moças mais bonitas e indicadas ao casamento com um Pakhán. Devia estar agradecida, mesmo sendo uma garota sem graça foi escolhida para ser a primeira dama.

As palavras dele queimaram. Eu me senti reduzida a nada, como se minha existência fosse apenas um peso para ser passado adiante, como se meu corpo fosse um objeto a ser negociado. e, bom, eu estava sendo negociada, com a porcaria de um mafioso.

- Não vou fazer isso... Eu não posso fazer isso... - minha voz saiu embargada, mas firme.

- Você vai, sim. - disse Victoria com frieza. - E vai fazer isso sem causar um escândalo.

- O que ele vai fazer comigo? - murmurei, minha voz quase inaudível, enquanto o terror começava a se enraizar.

- Isso não me interessa. - James rebateu. - Você só precisa ser uma perfeita noiva, algo difícil considerando que você é... bom, você é você. Apenas se comporte e tudo sairá conforme deve ser,

"Apenas se comporte." Essas palavras ecoaram na minha mente. Nada estava bem, e, no fundo, eu sabia que nunca ficaria.

E mesmo assim, uma pergunta me assombra mais do que qualquer outra.

Mikhail Volkov, e o que ele fará comigo?

            
            

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