Capítulo 7 Algo aconteceu com Ivan

Sheila foi ao camarim para trocar de roupa. Quando saiu, encontrou Saul esperando do lado de fora. Ele a olhou como se estivesse prestes a dizer algo, mas decidiu não fazê-lo no último minuto.

"Obrigada por me ajudar agora há pouco, Saul," Sheila soltou, exibindo um sorriso grato para Saul.

"É uma vantagem de ser a substituta. O que aconteceu entre você e o Sr. Lamont?" Saul não pôde deixar de perguntar depois de dar mil dólares a Sheila, pensando em sua reação incomum na frente de Gerald.

"Ele e Winnie estão prestes a ficar noivos. Eu não quero me envolver com ele. Não quero problemas," confessou Sheila.

"Entendo. Mas Sheila, você deveria entender sua própria situação. Não é fácil construir uma carreira no meio artístico. Eu não teria te ajudado se não visse seu grande potencial," Saul disse, dando um tapinha no ombro de Sheila.

Sheila assentiu e apertou a barra da camisa para evitar que seus dedos tremessem.

Saul a observou atentamente e suspirou, "Winnie... também é por causa dela que você perdeu tantas oportunidades."

Sheila balançou a cabeça e disse, "Chega, Saul. Pelo menos... pelo menos a família Newell bancou as contas médicas do Ivan."

Saul estava prestes a dizer algo quando o telefone de Sheila tocou de repente.

Era o Dr. Sherman ligando.

"Alô, é a família do Ivan? Ivan não está bem. Por favor, venha ao meu consultório imediatamente."

"O quê?" Sheila exclamou, sentindo seu coração subir à garganta.

Ela segurou o telefone com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos. "Ok, estarei aí em breve."

"Eu te levo." Sabendo o que estava acontecendo com Ivan, Saul ofereceu a Sheila uma carona até o hospital sem hesitar.

Assim que Sheila pisou no hospital, ela correu para o consultório do Dr. Sherman no final do corredor e bateu na porta.

"Dr. Sherman. Como está meu irmão?" Sheila disse, tentando manter a calma em sua voz.

"A condição de Ivan está piorando. Devemos nos preparar para a próxima fase do tratamento," respondeu o Dr. Sherman, parecendo tão preocupado quanto Sheila.

Piorando?

Sheila cerrou os dentes. Uma nova fase de tratamento significava que as contas do hospital de Ivan se acumulariam, e ela não conseguiria ganhar dinheiro suficiente para pagar tudo em pouco tempo.

"E quanto ao transplante de medula óssea? Encontramos um doador?" Sheila perguntou.

"Ainda não. Precisamos ter paciência. Não é fácil encontrar uma compatibilidade," respondeu o Dr. Sherman, balançando a cabeça.

"Dr. Sherman, por favor, faça o possível para salvar meu irmão a qualquer custo."

O Dr. Sherman suspirou, "Estou fazendo o meu melhor, mas neste ponto, se ele vai sobreviver ou não depende da própria sorte dele."

Sheila nunca deixaria Ivan morrer!

Enquanto ela respirasse, ela não mediria esforços para garantir que Ivan pudesse vencer sua doença.

Sheila abriu a porta e entrou no quarto. Sem piscar, ela olhou para o jovem adormecido na cama.

Ivan acabara de sair da sala de cirurgia. Seu rosto estava mortalmente pálido, e ele havia perdido muito peso. Ele parecia tão frágil quanto uma boneca de porcelana, e sua doença havia sugado quase toda a vida dele.

Sheila e Ivan cresceram juntos em um orfanato. Eles não eram irmãos de sangue, mas seu vínculo era como o de irmãos de verdade. Ivan tinha Sheila como uma irmã mais velha, e Sheila protegia Ivan como um irmão mais novo.

Infelizmente, algo inesperado aconteceu. Ivan foi diagnosticado com leucemia, tornando-o inadequado para adoção. Ele teve que contar com Sheila para sobreviver.

Olhando para seu irmãozinho desamparado, Sheila piscou para afastar as lágrimas que ardiam em seus olhos.

"Já paguei pela primeira operação, Ivan. Por favor, aguente um pouco mais. Eu encontrarei uma maneira de te curar."

Sheila ficou com Ivan por um tempo antes de sair do quarto e voltar para casa em um estado de torpor.

Assim que entrou em casa, foi recebida por um jato de água fria.

Alguém jogou água na cabeça dela, molhando-a até os ossos.

O frio imediatamente penetrou em suas roupas e pele, fazendo seus joelhos fraquejarem e quase a derrubando no chão.