Um Jogo Perigoso de Amor
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5
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Capítulo 5

"Eu me arrependo", disse eu, mais alto desta vez, enquanto Heitor passava por mim no corredor.

Ele parou. Virou-se. Seu rosto era indecifrável.

"Você disse que se eu me arrependesse, você me ajudaria a consertar."

Ele me encarou, seus olhos frios.

"O que você quer, Alana?" O "Alana" soou como um insulto.

"Meu pai", disse eu, minha voz falhando. "Posso... posso vê-lo? Antes... antes que eles..."

Ele não vacilou.

"Não."

A palavra foi um golpe de martelo.

"Aquela promessa, Heitor? Nosso relacionamento? O afeto que você demonstrou? Foi tudo mentira. Cada toque, cada palavra. Calculado. Para chegar ao meu pai."

Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu não me importava.

Ele me observava, sua expressão inalterada.

"Suas lágrimas não significam nada para mim, Alana. Foi uma operação. Meus sentimentos não faziam parte da equação."

Parei de chorar.

De repente, uma fúria fria substituiu a dor.

"Você me usou", disse eu, minha voz baixa e trêmula. "Você se aproveitou do meu amor por você. Se tivesse apenas pedido minha ajuda, se tivesse me contado a verdade sobre meu pai, eu teria dado. Eu acredito na justiça."

Ele fez uma pausa, um brilho de algo em seus olhos. Então desapareceu.

"Justiça?", disse ele, sua voz carregada de uma amargura que me surpreendeu. "Anos atrás, o cartel do Escorpião emboscou minha equipe. Matou meu mentor. Vi ele sangrar até a morte. Eles riram. É nessa justiça que estou interessado."

Uma mulher se aproximou dele então. A Agente Ramires.

Ela colocou a mão no braço dele, um gesto de intimidade casual.

"Heitor, precisamos ver as escutas do Chefe."

Ela olhou para mim, seus olhos desdenhosos.

"Isso é um problema?"

Heitor balançou a cabeça.

"Nenhum problema, Bela. Só a filha de um suspeito."

Ele se virou e se afastou com ela, Ramires entrelaçando seu braço no dele.

Ele a estava protegendo levemente da corrente de ar de uma porta aberta.

Assim como ele costumava me proteger.

A ironia foi uma nova onda de dor.

            
            

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