O CEO Demitiu Sua Herdeira Secreta
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Capítulo 2

Ponto de Vista: Alice Valenzuela

O sorriso de Kátia se alargou quando terminei a ligação. Ela claramente pensou que meu silêncio era uma admissão de culpa, um sinal de sua vitória.

"Oh, o que foi, Alice?", ela arrulhou, sua voz pingando falsa simpatia. "Toquei na ferida? Deve ser difícil, tentar manter as aparências. Todo esse trabalho fingindo ser inteligente quando na verdade você é só... disponível."

Ela gesticulou vagamente para o meu rosto. "Você nem é tão bonita assim. Meio sem sal, na verdade. É um milagre você ter chegado tão longe."

Cada palavra era um dardo cuidadosamente escolhido, com o objetivo de ferir. Ela não estava apenas atacando minha carreira; estava atacando meu valor como mulher, minha inteligência, meu próprio ser.

"Sabe, uma empresa como esta precisa de uma certa imagem", ela continuou, circulando-me como um tubarão. "Fresca. Limpa. Sua presença aqui... está apenas arrastando toda a vibe para baixo. O Bernardo devia te demitir. Na verdade, vou dizer a ele para te demitir."

A porta se abriu novamente, e desta vez era Bernardo. Ele parecia cansado, mas seu rosto se iluminou quando viu Kátia.

"Ká, meu amor, eu te disse para esperar no carro", disse ele, com a voz suave. Ele se aproximou e passou um braço em volta dela, me ignorando completamente.

Kátia imediatamente se derreteu contra ele, sua voz se transformando em um gemido patético. "Ben, ela foi grossa comigo! Ela é tão... agressiva. Dá medo."

Bernardo suspirou, um som sofrido que eu conhecia muito bem. Era o som que ele fazia quando estava prestes a ceder. Ele olhou para mim, um lampejo de seu antigo eu, o empreendedor afiado que eu um dia admirei, aparecendo em seus olhos.

"Alice", ele começou, seu tom cansado. "A Kátia é só... nova. Ela não entende a pressão sob a qual estamos."

Ele estava dando desculpas para ela. Defendendo-a.

"Ben, ela acabou de me acusar de subir na vida dormindo com você", afirmei, minha voz plana e desprovida de emoção.

Bernardo estremeceu. Ele olhou para Kátia, que fez beicinho para ele. "Amor, você não pode dizer coisas assim." Ele se virou para mim. "Alice, você sabe que isso não é verdade. Seu histórico profissional é... bom, é tão bom quanto o meu. Você é brilhante."

Ele achava que isso era suficiente. Um simples elogio para amenizar um insulto vicioso e público. Ele estava tão cego por essa garota que não conseguia ver a manipulação descarada, o veneno que ela estava injetando no coração de sua empresa.

"Seu trabalho nos últimos cinco anos foi impecável, Alice. Ninguém pode questionar isso", disse ele, como se isso encerrasse o assunto.

Então ele fez o impensável.

"Tive uma ideia", disse ele, um sorriso terrivelmente brilhante no rosto. "Kátia, você está estagiando em marketing, mas está interessada no lado dos negócios, certo? Por que você não acompanha a Alice por um tempo? Aprende com a melhor."

Ele queria que eu fosse mentora da minha própria carrasca. Ele estava entregando a ela uma faca e me pedindo para mostrar onde esfaquear.

Os olhos de Kátia se iluminaram com um prazer malicioso. "Oh, Benny, que ideia maravilhosa! Eu adoraria aprender com a... Alice." Ela arrastou meu nome como se fosse algo de mau gosto. "Embora eu não tenha certeza do que posso aprender. Já estou me formando na PUC. Qual foi a sua faculdade mesmo? Alguma uniesquina por aí?"

Ela estava tentando menosprezar minha educação. Meu MBA da FGV. O diploma que eu conquistei com honras enquanto, simultaneamente, ajudava Bernardo a construir esta empresa de uma fantasia de garagem a uma realidade de centenas de milhões de reais.

O ar na sala ficou denso e parado. Até Bernardo, em sua névoa apaixonada, pareceu perceber que Kátia havia passado dos limites. A ignorância dela era espantosa.

Kátia, no entanto, confundiu o silêncio com intimidação da minha parte. Ela estufou o peito, parecendo presunçosa. "Viu? Não tem nada a dizer. Provavelmente comprou seu diploma online."

Bernardo finalmente quebrou o silêncio, sua voz tensa. "Kátia. Já chega."

Ele olhou para mim, um pingo de vergonha em seus olhos. "A Alice se formou com honras máximas no MBA da FGV. É um dos melhores cursos de negócios do mundo."

Ele se virou para Kátia, seu tom suavizando para o de um professor paciente explicando um conceito simples para uma criança lenta. "Você deveria tentar ser um pouco mais humilde, meu bem. Há muita coisa que você não sabe."

O rosto de Kátia azedou. A validação que ela esperava foi negada. Mas sua arrogância era uma erva daninha que crescia de volta instantaneamente.

"FGV, PUC, tanto faz", ela zombou, acenando com a mão de forma desdenhosa. "Quem se importa com essas coisas da velha guarda hoje em dia? O que importa é quem você conhece, não o que você sabe. E eu conheço o CEO."

Ela me lançou um olhar triunfante, sua mensagem clara. Suas credenciais não significam nada. Seu trabalho duro não significa nada. Eu o tenho. Eu venço.

Bernardo apenas suspirou novamente, puxando-a para mais perto. Ele estava completamente rendido.

O homem que eu ajudei, o homem que eu respeitei, havia desaparecido. Em seu lugar havia um tolo, levado pelo nariz por uma criança vingativa.

E ele queria que eu a ensinasse.

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