O CEO Demitiu Sua Herdeira Secreta
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Capítulo 5

Ponto de Vista: Alice Valenzuela

Os lustres do salão do Hotel Fasano lançavam um brilho quente e dourado sobre os titãs da indústria de tecnologia reunidos. Esta era a Gala anual dos Inovadores, uma noite de auto-congratulação e networking de alto risco. Eu estava aqui como líder do projeto para nossa nova parceria com o Grupo Valenzuela - um acordo que eu havia intermediado sozinha, um acordo que garantiria o futuro da InovaTech pela próxima década.

Era também, eu havia decidido, minha turnê de despedida.

Eu estava em uma conversa profunda com o CFO de uma empresa rival, dissecando os pontos mais delicados de uma recente flutuação do mercado, quando uma presença familiar e indesejada se materializou ao meu lado.

Kátia Bastos.

Ela estava agarrada ao braço de Bernardo como uma bolsa de grife, espremida em uma coisa pavorosa de lantejoulas que era pelo menos dois tamanhos menor e totalmente inadequada para um evento de gala. Ela parecia brega e deslocada, uma bugiganga vistosa em uma sala cheia de elegância discreta.

Bernardo, por sua vez, parecia desconfortável. Mas ele sorriu corajosamente ao se juntar à nossa conversa. "Ah, Alice, comandando a atenção como sempre."

Eu dei um aceno educado. "Bernardo. Eu estava apenas discutindo o impacto potencial do último anúncio do Banco Central com o Sr. Chen."

Bernardo assentiu, seus olhos se iluminando com interesse genuíno. "Certo, os efeitos em cascata no capital de risco podem ser significativos. Eu acho que..."

Ele foi interrompido por Kátia puxando sua manga. "Benny, isso é tão chato. Vamos pegar um espumante."

Antes que ele pudesse responder, Kátia se virou para mim, seu sorriso um traço de batom vermelho vivo. "Alice, você é simplesmente incrível", ela jorrou, sua voz enjoativamente doce. "Você trabalha tanto. Dia e noite. Você deve realmente, realmente amar esta empresa."

Ela fez uma pausa, deixando suas palavras assentarem, seus olhos brilhando com malícia. "Quero dizer, as coisas que você deve ter que fazer para conseguir um contrato como o do Grupo Valenzuela... É tão impressionante. Quero te agradecer, pessoalmente, por todos os seus... sacrifícios."

A palavra 'sacrifícios' pairava no ar, pesada com sua insinuação suja. Ela estava me pintando como uma prostituta na frente de um dos executivos mais respeitados do vale.

O pequeno círculo de pessoas ao nosso redor ficou em silêncio. O sorriso do Sr. Chen vacilou. O ar ficou denso com acusações não ditas.

Meu sangue gelou, mas minha voz, quando falei, estava firme. "O contrato com o Grupo Valenzuela foi conquistado pelo mérito da nossa tecnologia e pela força da nossa proposta, Kátia. Foi o resultado de meses de negociação profissional e baseada em dados por toda a nossa equipe."

Eu estava defendendo minha equipe, defendendo meu trabalho. Defendendo minha honra.

Kátia apenas deu uma risadinha, um som agudo e vazio. Ela apertou o braço de Bernardo. "Ah, Alice, você é tão séria! Estou apenas dizendo, uma garota tem que fazer o que for preciso, né? Usar os 'dons' que Deus te deu."

Ela piscou, um gesto tão vulgar que me revirou o estômago.

Até Bernardo parecia horrorizado. "Kátia", ele sibilou, sua voz baixa e irritada. "Isso é completamente inadequado."

O rosto de Kátia caiu. Ela fez beicinho, seu lábio inferior tremendo. "O quê? Eu só estava brincando! Por que você está sempre do lado dela? Você está dormindo com ela? É isso?"

Foi então que ela "tropeçou".

Seu movimento foi tão rápido, tão deliberado, que foi quase elegante. Em um momento ela estava segurando uma taça cheia de espumante, no seguinte, ela estava voando pelo ar, um spray dourado de líquido e vidro apontado diretamente para mim.

O espumante frio e pegajoso encharcou a frente do meu vestido de seda. O tecido delicado, um prata claro, foi instantaneamente arruinado, tornando-se escuro e transparente. Ele se agarrou à minha pele, delineando a forma do meu sutiã, meu estômago, meus quadris, para todos verem.

Um suspiro coletivo percorreu a pequena multidão. Eu estava exposta, humilhada, em uma poça de espumante e vidro quebrado.

Kátia levou a mão à boca, seus olhos arregalados de falso horror. "Meu Deus! Sinto muito, muito mesmo! Sou tão desastrada."

Mas enquanto ela olhava para mim, para meu vestido arruinado e corpo exposto, vi um lampejo de triunfo em seus olhos. Um sorriso cruel e satisfeito brincou em seus lábios por uma fração de segundo antes que a máscara de contrição voltasse ao lugar.

Ela tinha feito isso de propósito. Isso não foi um acidente. Isso foi um ataque público e calculado.

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