A incrível ex-esposa do CEO está de volta!
img img A incrível ex-esposa do CEO está de volta! img Capítulo 4 Ruptura
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Capítulo 6 Conseguimos, senhora Miller! img
Capítulo 7 O reencontro inesperado img
Capítulo 8 Entre o engano e a hostilidade img
Capítulo 9 Pedido inesperado img
Capítulo 10 Me deixe te ajudar a esquecer tudo img
Capítulo 11 Entre o passado e o arrependimento img
Capítulo 12 Bem-vinda de volta, Agnes img
Capítulo 13 Entre a desconfiança e a promessa img
Capítulo 14 Confronto de verdades img
Capítulo 15 Revelações dolorosas img
Capítulo 16 Proposta img
Capítulo 17 Confronto em território inimigo img
Capítulo 18 Coração de gelo img
Capítulo 19 O fantasma da TT Fashion img
Capítulo 20 Entre a saudade e a vingança img
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Capítulo 4 Ruptura

O salão mergulhou em um silêncio tão espesso que parecia roubar o oxigênio do ar, e nem mesmo o som imaginário de um alfinete tocando o chão teria ousado se manifestar ali.

Todos os olhares recaíam sobre Thalassa - alguns afiados como lâminas, outros frios como rochas - mas ela só buscava o de Kris.

As narinas de Kris se dilatavam, e seus olhos arregalados exigiam explicações, como se pudessem extrair a verdade com um só olhar.

"Sim, é verdade", declarou Thalassa, firme, embora a voz ainda vacilasse sob o peso da emoção. "Descobri ontem. Liguei várias vezes para te contar... mas você não atendeu. Quando mandei mensagem dizendo que era algo importante, era sobre isso."

Ela prendeu a respiração, examinando o rosto dele em busca de qualquer sinal de ternura, um porto seguro no meio do caos.

O olhar de Kris percorreu suas feições com minúcia, como se procurasse indícios de mentira, e ele até hesitou por um breve instante.

E, justamente quando ela começou a pensar que ele ainda acreditava nela, a mãe dele atravessou o momento como uma lâmina cortando ar: "Filho, não acredite em uma palavra dessa vadia. Depois de tudo o que ela fez, você realmente acha que não é mais uma encenação? Está usando isso para evitar o divórcio."

"Não estou mentindo!", retrucou Thalassa, a indignação tingindo sua voz. "Quando descobri, a primeira pessoa a quem contei foi a Karen. Ela..."

"Por que continua tentando me envolver nas suas farsas?", interrompeu Karen, com frieza. "Você nunca me contou nada."

A traição já não era novidade, mas a dor permanecia inalterada - aguda, implacável e cortante.

O olhar de Kris endureceu novamente, se convertendo em gelo, e os lábios se contraíram ao pronunciar, entre os dentes cerrados: "Saia daqui."

Ela se encolheu, como se engolisse vidro. "Kris... acabei de te dizer que estou grávida. Você realmente quer que eu vá assim?"

"Não vou mais cair nas suas mentiras", disse ele, com uma frieza que congelava o peito. "Quero você longe da minha vida. Eu não suporto sequer sua presença. Eu te odeio, Thalassa."

As lágrimas se acumularam, densas, enquanto ela balançava a cabeça como quem recusava um pesadelo. "Você... não pode estar dizendo isso."

Kris soltou uma risada seca, que arrepiou cada centímetro da espinha dela. "Você tem razão. Eu não te odeio. Eu te desprezo, Thalassa."

Foi como se cada palavra fosse um caco de vidro atravessando o peito de Thalassa. A dor roubou-lhe o ar, e ela precisou de alguns segundos para reaprender a respirar.

"Tudo bem", disse ela finalmente, enxugando as lágrimas com força. "Me dê uma caneta para eu assinar os papéis do divórcio."

Ela estava exausta - de ser humilhada, de implorar, de tentar provar o óbvio. Se ele a desprezava, tanto faz.

Uma caneta foi estendida à sua frente. Sem se importar com quem a oferecia, Thalassa a pegou, caminhou até a mesa central, se ajoelhou diante dela e, com movimentos decididos, assinou cada página.

Ao concluir, reuniu os papéis, se levantou e caminhou até Kris.

"Aqui estão." Sua voz era vazia, seu semblante, ainda mais. "Assinei. Como você queria."

Ele recebeu os documentos sem desviar o olhar. "Quando decidir, me avise para onde enviar suas coisas."

Ele então se virou e subiu as escadas, se afastando com a mesma indiferença com que havia lhe destruído o coração.

Quando ele desapareceu, Thalassa girou lentamente sobre os calcanhares, encarando os presentes. Todos ostentavam sorrisos vitoriosos - todos, exceto Karen, que sequer teve coragem de encará-la.

"O que ainda está fazendo aqui, vadia? Meu irmão já se livrou de você. Tomas, tire essa mulher daqui", provocou Tyler, o tom ácido como veneno.

O segurança se aproximou e segurou o braço de Thalassa, mas ela se desvencilhou com brusquidão ao dizer: "Sei sair sozinha."

Embora o mundo inteiro parecesse desabar sobre seus ombros, Thalassa caminhou até a porta de cabeça erguida.

Nesse momento, Linda segurou seu braço e murmurou: "Você realmente acredita que vai carregar esse bastardo e me convencer de que é meu neto?"

Então, ela a soltou com desdém, como quem se livrava de algo impuro.

Thalassa não reagiu, pois as palavras simplesmente a abandonaram e ela estava exausta até o âmago, como se cada fibra do corpo fosse feita de cansaço e dor.

Um ano inteiro suportando o súbito gelo de Kris, a hostilidade implacável da família, lutando por um casamento que já ruíra... Para quê? Nada, apenas o vazio.

Ao cruzar os portões da Mansão Miller, a noite envolveu Thalassa como um manto espesso e sufocante. Ela caminhou sem rumo, os saltos ecoando na calçada deserta, sem saber para onde ia - ou há quanto tempo andava. Tudo ao seu redor parecia dissolver-se em silêncio, e não havia mãos capazes de recolher os cacos do que restava de sua vida.

Subitamente, um braço surgiu por trás, a arrastando para dentro da escuridão de um beco estreito. Com o coração disparado, ela tentou gritar, mas uma mão áspera abafou sua boca.

"Não ouse gritar!", rosnou uma voz masculina, abafada sob uma máscara, o hálito quente e fétido roçando-lhe o rosto.

Thalassa respirou fundo, o instinto gritando dentro dela que precisava sobreviver.

Não, ela não podia se render e, depois de tudo o que vivera, não suportaria acrescentar mais tragédia à lista.

Com toda a força que lhe restava, cravou os dentes na carne do agressor.

Um grito rouco ecoou, mas logo a mão do homem se fechou em torno de seu pescoço e um golpe seco no abdômen arrancou-lhe o ar e a fez tombar contra a parede.

Ela arfou, os olhos arregalados de puro terror. "Por favor... não me machuque. Leve tudo, mas não me machuque, por favor... estou grávida... por que está fazendo isso? Tenha piedade."

O homem riu, um som cruel, metálico, como ferro raspando pedra. "Quem disse que eu me importo? Fui enviado para te dar um recado: da próxima vez, não se intrometa onde não é chamada."

Antes que ela pudesse reagir, uma joelhada violenta atingiu seu abdômen. Sem piedade, ele a atingiu outra vez no estômago, com um golpe tão intenso que o mundo pareceu girar ao redor dela.

Com as mãos trêmulas sobre o ventre, Thalassa implorou, a voz mal passando de um sussurro: "Eu... eu imploro... piedade..."

Mas ele a ignorou, e os chutes vieram em sequência - ondas de dor que se repetiam, cada uma apagando um pouco mais de sua força e esperança.

Quando ele finalmente parou, Thalassa tinha o rosto coberto de lágrimas, o corpo arqueando a cada gemido que escapava de seus lábios. Por alguns segundos, sua mente demorou a processar que o agressor já havia ido embora.

Cada centímetro de seu corpo latejava - uma dor surda, profunda, pulsando sob a pele. Apoiada com dificuldade em uma das mãos, tentou erguer o tronco, respirando entrecortada mente, quando percebeu que o sangue escorria por suas pernas, se acumulando ao seu redor.

O pânico a engoliu por completo. Não... seu bebê... ela precisava salvar seu bebê!

Ela rastejou para fora do beco, o corpo em frangalhos, cada movimento arrancando-lhe um gemido.

"Socorro... por favor...", murmurou ela, a voz embargada enquanto tentava se levantar, mas era impedida pela dor lancinante.

Quando viu uma mulher passar pela calçada, ela estendeu uma mão trêmula, suplicante: "Por favor... me ajude..."

A mulher empalideceu, os olhos arregalados, e recuou antes de sair correndo sem olhar para trás.

"Não... não vá..."

O mundo começou a girar enquanto as luzes da rua se tornaram manchas distantes, antes que a escuridão envolvesse Thalassa por completo.

            
            

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