O novo mundo após o divórcio
img img O novo mundo após o divórcio img Capítulo 6 O luto em meio à festa
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Capítulo 7 Flagrados img
Capítulo 8 O show da desgraça img
Capítulo 9 Punição img
Capítulo 10 Seu pai nunca realmente se importou com ela img
Capítulo 11 Você me pertence img
Capítulo 12 Acho que agora ela pode ficar aliviada img
Capítulo 13 Você vai pagar por isso! img
Capítulo 14 Ela passou a noite com um desconhecido img
Capítulo 15 Onde você estava na noite em que sua mãe morreu img
Capítulo 16 Analfabeta img
Capítulo 17 Um qualquer img
Capítulo 18 Finalmente entendi por que minha avó te escolheu para mim img
Capítulo 19 Andrew é seu irmão img
Capítulo 20 Ele não reconheceu a esposa img
Capítulo 21 As cicatrizes dela desapareceram img
Capítulo 22 Jordyn poderia realmente ser Krestel img
Capítulo 23 Que tal nos conhecermos melhor img
Capítulo 24 Eu quero você img
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Capítulo 6 O luto em meio à festa

Ao volante, Gavin buscou o olhar de Cathryn no retrovisor e, com um respeito calculado, anunciou: "Senhora, a partir de hoje, eu vou ser seu motorista particular."

Cathryn endireitou a postura, deixando o olhar vagar pela paisagem que passava pela janela. "Agradeço."

Ela sentiu que Gavin tinha um ar de confiabilidade e discrição, o tipo de homem em quem podia confiar.

Sentado ao lado de Cathryn, Andrew, completamente à vontade, estava cruzando as pernas, exalando uma confiança fria que parecia dominar todo o carro.

Vê-lo ali, tão de perto, a deixou desconcertada.

O ar no Maybach parecia denso, e cada respiração vinha carregada de uma expectativa silenciosa.

Com um fone de ouvido bem ajustado, Andrew sussurrava instruções, franzindo a testa em concentração.

No banco do passageiro, Karl mantinha os olhos fixos na tela do notebook, os dedos movendo-se sobre o teclado em um ritmo implacável.

Baixando a voz, Gavin confidenciou a Cathryn: "O senhor Brooks está procurando por alguém muito importante."

Apenas dez minutos antes, o celular de Karl vibrara com uma mensagem da equipe de inteligência - Kestrel havia reaparecido online.

Andrew havia reunido uma legião de hackers de elite, sua própria rede clandestina, com um único objetivo - caçar Kestrel, o fantasma do setor.

Agora, enquanto os dados fluíam pela tela, a equipe trabalhava em um ritmo frenético, com os olhos fixos em um mapa que se atualizava sem parar.

"Estamos perto", anunciou Karl, a voz vibrando com um entusiasmo mal contido, enquanto um ponto verde pulsava na tela. Eles estavam a segundos de determinar a localização exata do alvo.

Cathryn se recostou no assento, mais interessada em mexer no celular do que na agitação ao redor.

De repente, uma tensão tomou conta do carro quando Karl desviou os olhos do notebook, encontrando os dela no retrovisor. "Senhorita Moore, a senhorita pode desligar seu aparelho, por favor? Está interferindo no nosso sinal."

Ela piscou, deu de ombros e desligou o aparelho. "Tudo bem."

No mesmo instante, o ponto piscante no monitor de Karl se apagou, e ele empalideceu.

"Conseguimos rastreá-lo?", a voz de Andrew cortou o silêncio, firme e urgente.

Abalado, Karl se virou. "Quase o pegamos. Mas o alvo desapareceu no último segundo."

Os olhos de Andrew se estreitaram. "Qual foi o último sinal?"

Uma voz sibilou em seu fone: "O último sinal foi detectado em Olekgan."

Os lábios de Andrew se contraíram em uma linha fina, uma mistura de alívio e determinação. Olekgan era seu território. Se Kestrel estivesse escondido ali, achá-lo seria apenas uma questão de tempo.

No entanto, Karl não conseguia afastar uma sensação inquietante. O sinal, antes forte, simplesmente se dissipara, como se tivesse sido cortado por um fantasma.

Andrew se virou para Cathryn. "Você deveria ir descansar. Tenho assuntos urgentes a resolver."

Sem dizer nada, Cathryn deslizou para fora do carro, sem se dar ao trabalho de olhar para trás.

Dois dias se arrastaram sem nenhuma notícia dele.

A única atualização veio de Gavin, que sussurrou: "O senhor Brooks continua na caçada."

No entanto, Kestrel nunca mais deu sinal de vida.

Enquanto Cathryn estava ocupada planejando sua próxima ação contra Liam e Jordyn, um convite formal da família Moore chegou às suas mãos.

A festa de aniversário de Zoe White prometia ser o evento da temporada, reunindo parentes, amigos da família e todo aproveitador com uma reputação a zelar.

Cathryn não hesitou em pedir a Gavin que a levasse.

Do andar de cima, Jordyn observava o carro elegante se aproximar, os olhos brilhando com uma antecipação maliciosa. A situação se desenrolava exatamente como ela planejara - fora ela mesma quem enviara o convite a Cathryn, determinada a puxá-la para os holofotes. Mais do que tudo, ela queria dar uma olhada no "velho rico" que Cathryn havia fisgado.

Pouco depois, Cathryn desceu do carro, acompanhada por um homem de cabelos grisalhos e porte distinto - o mesmo motorista que a acompanhara naquele dia.

Os lábios de Jordyn se curvaram num sorriso arrogante - suas suspeitas se confirmaram. A pobre Cathryn, rejeitada e humilhada, estava se contentando com um homem mais velho em troca de dinheiro.

Qualquer resquício de inveja que sentia pela chegada triunfal de Cathryn se dissipou no mesmo instante, dando lugar a um desdém exultante.

Assim que Cathryn entrou, Jordyn foi até um grupo de socialites bem-vestidas perto da entrada, fazendo questão de que sua voz, carregada de escárnio, fosse ouvida por todos. "Dá para imaginar ir pra cama com um velho só por uma carona de luxo? É de embrulhar o estômago."

"Isso é nojento! Quem consegue fazer isso?", zombou uma delas, torcendo o nariz. Outra fez um gesto com a mão, como se espantasse uma mosca, e as risadinhas maldosas ecoaram, envolvendo Cathryn em uma onda de zombaria.

"Senhor Newman!", chamou Cathryn, a voz se animando ao avistar o cavalheiro idoso que passava.

Harold Newman, um cavalheiro grisalho de porte surpreendentemente ágil, parou e a cumprimentou com um brilho afetuoso no olhar.

"Cathryn, o que te traz aqui?", ele perguntou, gentil, enquanto se aproximava.

Entrelaçando o braço no dele, Cathryn ofereceu um apoio firme e encarou o grupo de mulheres que Jordyn havia reunido.

Ao notar os olhares fixos, a expressão de Harold endureceu. "Elas estavam te incomodando?"

Um leve sorriso tocou os lábios de Cathryn. "Disseram que preciso me envolver com um velho rico para conseguir uma carona de luxo."

"Que absurdo!", bradou Harold, e o golpe seco de sua bengala no mármore silenciou o burburinho. "Sua mãe é podre de rica. Você nunca passou por necessidade. Um carro de luxo é a menor das suas preocupações!"

A reputação de Harold falava por si. Condecorado por seus serviços militares, ele era uma lenda em Olekgan, com uma parede cheia de honrarias, o tipo de homem que até os mais ousados pensariam duas vezes antes de confrontar.

No instante em que sua voz ressoou, o salão ficou em silêncio. Nem mesmo Jordyn se atreveu a dizer uma palavra.

"Anos atrás, defendi sua mãe da mesma forma", disse Harold, apertando a mão de Cathryn num gesto protetor enquanto caminhavam para o salão de festas. "Enquanto eu estiver por perto, ninguém vai mexer com você."

Jordyn e as outras socialites bateram em retirada.

A menção à mãe provocou uma pontada aguda de dor no peito de Cathryn. Sua mãe crescera sob o olhar atento de Harold, que nem sabia que ela já tinha morrido. A família Moore havia ocultado a notícia de propósito.

Sob os lustres dourados, Richard se deleitava com a atenção, as bochechas coradas enquanto conversava com os mais influentes da cidade. Ao seu lado, Zoe brilhava em um vestido roxo, cada movimento calculado para se encaixar no papel de legítima matriarca da família. Logo atrás, Jordyn, em um vestido escarlate, exibia um sorriso frágil e ensaiado.

As mãos de Cathryn se fecharam em punhos. Sua mãe havia sido enterrada há menos de uma semana, mas esses três se exibiam em tons vibrantes, dando uma festa como se o luto nunca tivesse batido à porta deles.

Uma promessa sombria se formou em seu coração - ela os faria pagar caro por essa afronta.

Liam surgiu com uma câmera a tiracolo. "Uma noite em família pede uma foto em grupo, não acham?"

Os três Moore subiram ao palco, posando para o retrato de uma família perfeita sob as luzes ofuscantes.

"Suba lá, Cathryn", Harold comentou, com sua gentileza de sempre. "Você ainda faz parte da família."

Antes que ela pudesse protestar, ele a conduziu para o palco.

Em meio ao brilho e às cores da festa, Cathryn, vestida de preto, com uma flor branca presa ao peito, se destacava em um mar de luz, o luto a envolvendo como uma mortalha.

Não demorou para que um burburinho de reprovação se espalhasse pela multidão.

"Por que ela está de preto, como se fosse a um funeral, justo no aniversário de Zoe? Nossa!"

"Ela não consegue nem mostrar um pingo de respeito pela madrasta? Inacreditável!"

"Parece que está em um velório, não em uma festa. Será que ela não tem semancol?"

Do alto do palco, Jordyn apontou para ela, a voz destilando desprezo: "Você está tentando arruinar a noite da minha mãe, Cathryn?"

Com os olhos ardendo, a expressão de Cathryn mudou abruptamente. As lágrimas rolaram, e sua voz saiu embargada: "Eu queria celebrar com vocês, de verdade. Mas minha mãe faleceu há apenas três dias. Não consigo me forçar a usar cores vivas e um sorriso falso. Este vestido... é a única forma que encontrei de honrar a memória dela."

Um silêncio sepulcral tomou conta do salão. A senhora Moore faleceu há poucos dias?

Por todo o salão, os rostos se viraram para os anfitriões, atônitos. Como eles podiam dar uma festa tão luxuosa, ostentando sorrisos e trajes de gala, ignorando a tragédia que acabara de acontecer?

                         

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