Gênero Ranking
Baixar App HOT
Entre Lençóis e Negócios
img img Entre Lençóis e Negócios img Capítulo 4 London Turner
4 Capítulo
Capítulo 6 Bonnie Dawson img
Capítulo 7 Bonnie Dawson img
Capítulo 8 London Turner img
Capítulo 9 Bonnie Dawson img
Capítulo 10 Bonnie Dawson img
Capítulo 11 Bonnie Dawson img
Capítulo 12 London Turner img
Capítulo 13 Bonnie Dawson img
Capítulo 14 London Turner img
Capítulo 15 Bonnie Dawson img
Capítulo 16 Bonnie Dawson img
Capítulo 17 Bonnie Dawson img
Capítulo 18 Bonnie Dawson img
Capítulo 19 Bonnie Dawson img
Capítulo 20 London Turner img
Capítulo 21 Bonnie Dawson img
Capítulo 22 Bonnie Dawson img
Capítulo 23 London Turner img
Capítulo 24 Bonnie Dawson img
Capítulo 25 Bonnie Dawson img
Capítulo 26 London Turner img
Capítulo 27 London Turner img
Capítulo 28 London Turner img
Capítulo 29 Bonnie Dawson img
Capítulo 30 Bonnie Dawson img
Capítulo 31 Bonnie Dawson img
Capítulo 32 Bonnie Dawson img
Capítulo 33 Bonnie Dawson img
Capítulo 34 London Turner img
Capítulo 35 Bonnie Dawson img
Capítulo 36 Bonnie Dawson img
Capítulo 37 Bonnie Dawson img
Capítulo 38 London Turner img
Capítulo 39 London Turner img
Capítulo 40 Epíligo - Bonnie Dawson img
img
  /  1
img

Capítulo 4 London Turner

- London - disse ela, sem perder tempo com rodeios. - Precisamos conversar.

Suspirei fundo, fechando a porta atrás de mim antes de me encostar na parede com os braços cruzados.

- Bom dia pra você também, vovó! - ela nem piscou.

- Poupe o sarcasmo. A diretoria está perdendo a paciência. E eu... também.

Se inclinou levemente sobre a mesa, os olhos faiscando com aquele brilho frio e calculista, que sempre me fez andar na linha.

- Você está solteiro - continuou, com a voz firme. - Vive estampando manchetes. E não transmite estabilidade alguma. Isso corrói a confiança no seu nome. E, por tabela, na empresa. Nossos números sentem isso. Nossos investidores também.

- Então o que você quer que eu faça? - soltei, jogando as mãos para o alto. - Quer que eu poste uma selfie usando aliança falsa e escreva "feliz para sempre" na legenda?

- Quero que se case - disse ela, com uma calma que me deu calafrios.

Soltei uma risada seca, jogando o corpo na cadeira mais próxima e passando a mão pelos cabelos.

- Você tá falando sério? - ela não respondeu. Só manteve o olhar fixo no meu. - Vovó, você quer que eu me case assim... do nada? Com qualquer pessoa?

- Não com qualquer pessoa. Com alguém que te dê o que você mais precisa agora: estabilidade de imagem. Um nome limpo ao seu lado. Uma companheira que passe a mensagem certa para os conselheiros, para o mercado... e para mim.

Inclinei-me para frente, os cotovelos apoiados nas coxas, olhando para ela com incredulidade.

- Isso não é conselho. É chantagem.

- Isso - ela rebateu, com um meio sorriso frio - é o mundo dos negócios. E, nesse mundo, quem não se adapta... perde o trono. - O silêncio que se seguiu foi espesso.

Ela então ajeitou a alça da bolsa com elegância, se levantou com a mesma postura impecável de sempre e disse, sem desviar os olhos dos meus.

- Ou você se casa ou vamos tirar você da presidência.

Fiquei imóvel, sem uma palavra, porque eu conhecia aquela mulher, e quando ela fazia uma ameaça... era porque a decisão já estava tomada.

Fechei a porta do meu escritório com mais força do que deveria e me joguei na cadeira. O couro estalou sob o peso da exaustão que finalmente resolvia cair inteiro sobre mim.

Minha avó tinha acabado de exigir que eu me casasse. Assim. Sem aviso. Sem chance de negociação, como se minha vida fosse uma equação que ela pudesse resolver com alianças e aparências. Passei as mãos pelo rosto, respirando fundo. A raiva não vinha em gritos e sim em silêncio. Era aquele nó no estômago, aquela sensação de estar sendo engolido por uma estrutura que eu mesmo ajudei a sustentar. Ela não estava blefando e eu sabia disso.

Mais do que uma ameaça, aquilo era uma ordem. E quando Eleonor Turner dava uma ordem... ou você cumpria, ou era engolido por ela.

Me levantei, comecei a andar de um lado para o outro da sala.

"Você precisa se casar."

A frase dela ainda ecoava, carregada com todo o peso de uma sentença.

O casamento que ela queria não era sobre amor, era sobre marketing, controle, imagem.

Ela queria que eu resolvesse minha vida pessoal com a mesma frieza que fecho contratos. Mas, por mais absurdo que fosse, algo nela estava certo: eu precisava de uma solução, rápida e discreta.

O nome dela ainda estava rabiscado no papel sobre minha mesa. O mesmo papel amassado que eu deveria ter jogado fora, mas que agora ocupava espaço no centro dos meus pensamentos.

Peguei o celular e disquei sem pensar muito.

- Evan - falei assim que meu advogado respondeu. - Preciso de um favor. Rápido.

- Diga.

- Nome: Bonnie Dawson. Quero saber tudo o que for possível descobrir em menos de cinco minutos. Endereço, vínculos familiares, histórico financeiro, onde trabalha, onde mora. O básico. Não precisa cavar fundo ainda.

- Entendido. Já volto com isso.

Desliguei, me recostei na cadeira e fiquei olhando para o teto. Cinco minutos. Tempo suficiente para questionar se eu realmente estava prestes a propor um casamento de fachada para uma mulher que eu mal conhecia e que, até ontem, jamais teria passado do primeiro olhar.

Mas alguma coisa nela... estava atravessada no meu peito. E eu odiava coisas que não podia decifrar.

Exatos quatro minutos depois, meu celular vibrou com uma mensagem de Evan

Respirei fundo, não era só impressão, ela estava, de fato, no limite e mesmo assim... estava de pé.

A porta do meu escritório se abriu de repente.

- Tenho o que você pediu - disse Adam, entrando com a pasta de relatórios numa mão e um envelope branco na outra, - o cheque para o conserto do carro. O jurídico já calculou o valor com base nos danos. Quer que eu mande entregar? - mas, parou ao me ver olhando fixamente para o celular. - Você tá com uma cara estranha. Aconteceu alguma coisa?

- Descobri tudo sobre ela.

- A mulher da batida? - questionou curioso.

- Ela mesma! - afirmei. - O nome dela é Bonnie Dawson. Tem vinte e cinco anos, cuida sozinha do irmão de oito. Os pais morreram num acidente. Herdou a casa e a cafeteria onde trabalha, mas está prestes a perder os dois por causa das dívidas.

Adam soltou um assovio baixo e encostou-se no encosto da cadeira à minha frente.

- Isso explica muita coisa. Inclusive o desespero.

- Ela está segurando o mundo com uma mão só. E mesmo assim, se recusou a pedir ajuda. - Joguei o celular na mesa e apoiei os cotovelos sobre os joelhos, entrelaçando os dedos.

- E você acha que ela simplesmente ia te reconhecer e pedir um empréstimo milionário, e o senhor Turner simplesmente iria ceder? - debochou.

- Claro que não! - afirmei.

- O que você vai fazer agora? - questionou curioso.

- Eu mesmo vou levar o cheque. - Disse estendendo a mão.

Ele franziu a testa, cruzando as pernas.

- Desde quando você entrega cheque em mãos? Tá me assustando.

- Quero ver onde ela mora. Como vive. E olhar nos olhos dela quando eu fizer minha proposta.

Adam estreitou os olhos, como se finalmente tivesse juntado as peças.

- Espera... a proposta? Você tá falando daquilo que sua avó exigiu? - assenti, lento. - Você vai mesmo fazer isso? Se casar para manter o cargo?

- É isso ou perco a presidência.

- E você pensou em... sei lá, Amélia? - só o nome já me fez travar o maxilar.

- Não. Amélia quer coisas que eu não posso dar, sentimentos, filhos, promessas. Esse acordo tem que ser limpo. Profissional. E sem complicações emocionais.

- E você acha que uma mulher que cuida de um irmão pequeno e vende café para sobreviver, vai entrar nessa?

- Não sei. Mas ela precisa de ajuda. E eu preciso de alguém que não esteja interessado em status. Bonnie não pediu nada. Nem uma moeda. E isso... é raro.

Adam me encarou por um segundo. O ceticismo no olhar era nítido, mas também havia algo mais. Um certo respeito.

- Você tá diferente, sabia?

- Não estou diferente. Estou... adaptando.

- Com cara de quem vai bagunçar a própria vida.

- É só um contrato - falei, me levantando com o envelope nas mãos. - Um ano. Um nome no papel. Uma imagem para a imprensa. E em troca, ela mantém o café, a casa... e o irmão.

- E o que você ganha?

- A presidência. E controle.

- Controle? - Adam bufou uma risada baixa. - Cara, se você acha que vai manter controle depois disso, então é você quem não conhece nada sobre mulheres.

- Então é melhor eu começar a aprender.

Ele balançou a cabeça e se afastou da porta.

- Boa sorte com isso, Turner.

- Não é sorte, Adam. É estratégia.

Depois que Adam saiu do escritório, com suas provocações sutis e olhares atentos, eu fiquei sozinho.

Anterior
            
Próximo
            
Baixar livro

COPYRIGHT(©) 2022