"Adrian, você é um homem de sorte por ter se casado com uma mulher tão bonita", comentou ele, em tom brincalhão.
Ele tinha uma aparência razoável, mas as olheiras profundas mostravam o cansaço em seu rosto.
Sophie se encolheu de leve, e Adrian se colocou imediatamente à frente dela, em um gesto protetor.
O homem sorriu com deboche. "Não precisa se assustar. Sou Rory Knight, meio-irmão do seu marido. Para ser sincero, até sinto pena de você. Sabia que ele sofreu um acidente de carro bem sério quando era garoto? Nem no próprio casamento teve coragem de tirar essa máscara. Aposto que ele está com medo de você se assustar e fugir."
Sophie franziu a testa, irritada com o tom provocador. Então olhou para Adrian, esperando alguma reação, mas ele permanecia inabalável, como se não tivesse ouvido nada.
Não era de se admirar que dissessem que sua família o desprezava, até o próprio irmão o insultava em público, diante de todos.
Mas Adrian era seu marido agora, e se ele não pretendia reagir, ela reagiria por ele.
Afastando o braço dele com firmeza, Sophie se pôs à frente e respondeu, em tom cortante: "Não escolhi um marido pela sua aparência, mas sim pelo seu caráter. O rosto não vale nada se o coração for feio. E quem trata o próprio irmão assim é a prova viva disso."
Adrian arqueou a sobrancelha, surpreso com a coragem da esposa.
Por um instante, o sorriso de Rory desapareceu, mas logo ele o substituiu por um ar forçado de descontração. "Uau, que língua afiada."
Após essa fala, ele ergueu sua taça de vinho. "Muito bem. Considere isto um pedido de desculpas. Um brinde à minha falta de modos."
Sophie hesitou por um momento, mas acabou aceitando, erguendo sua taça. No entanto, antes que elas pudessem se tocar, Rory inclinou a sua propositalmente, derramando o vinho tinto no vestido dela.
O líquido escorreu quente e pegajoso pela peça, manchando o tecido enquanto o olhar dele a percorria, insolente.
"Ah!", Sophie exclamou, levando as mãos ao peito encharcado.
Rory fez um som de desdém, claramente frustrado por ela ter reagido rápido demais.
"Ops", murmurou ele, com falsa inocência. "Acho que minha mão escorregou. Desculpe por isso."
Dito isso, ele lançou um olhar provocador a Adrian, desafiando-o, mas ele continuou calado.
Com uma calma gelada, Adrian tirou o paletó e o colocou sobre os ombros de Sophie.
Rory deu de ombros e se virou, ainda zombando: "Nossa, que azar o meu. Como que minha mão escorregou assim?"
Foi então que a voz fria de Adrian ecoou pelo salão: "Se você não consegue segurar uma taça, talvez não precise mais dessa mão."
Antes que Rory pudesse se virar, Adrian torceu-lhe o pulso com precisão cirúrgica. Um estalo seco, de osso cedendo, cortou o ar - Rory gritou de dor, com suor frio escorrendo-lhe pela testa.
"Está maluco?", rugiu ele, ofegante.
Porém, Adrian não respondeu. Em um movimento ágil, lhe acertou um chute no joelho, derrubando-o no chão. Depois, agarrou uma taça de vinho próxima, o puxou pelos cabelos e despejou o líquido sobre seu rosto.
"Isso é pela minha esposa", disse Adrian, em um tom gelado.
O vinho escorreu pelos cabelos e pela roupa de Rory, deixando-o completamente ridicularizado.
Tudo aconteceu em questão de segundos, chocando o salão inteiro.
Então, Mike, o pai de Adrian, avançou enfurecido. "Seu idiota! O que pensa que está fazendo com o seu irmão?"
Adrian ajeitou o punho da camisa, impassível. "Se ele não aprendeu boas maneiras, eu ensino."
Antes que alguém reagisse, ele desferiu outro chute no rosto de Rory, fazendo um dente voar pelo carpete enquanto ele caía, gemendo de dor.
"Você passou dos limites!", rugiu Mike, tremendo de raiva. "Peça desculpas agora mesmo, ou será expulso desta família!"
Os olhos de Adrian brilharam frios, mas um leve sorriso se formou em seus lábios. "Como quiser."
Dito isso, ele segurou o pulso de Sophie e a levou para fora do salão, sem olhar para trás.
Os gritos furiosos de Mike ecoavam atrás deles: "Cancelem todas as contas dele! Retirem tudo o que estiver em seu nome! Quando não tiver mais nada, vai rastejar implorando perdão!"
Diante do escândalo, o salão mergulhou num silêncio sepulcral, logo quebrado por uma onda de murmúrios que correu entre os convidados chocados.
Em um canto, Alice soltou uma risada contida, toda sua inveja que sentira de Sophie desaparecendo de imediato. Afinal, Adrian não era a figura intocável que ela imaginava, mas apenas um herdeiro rico e mimado que, em um piscar de olhos, havia se tornado um zé-ninguém sem um tostão e cheio de cicatrizes.
Alice ergueu a taça de champanhe, deu um gole e sorriu de lado, pois ver Sophie amarrada a um marido assim a enchia de prazer. Em sua mente, o sofrimento dela estava apenas começando.