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Coração amaldiçoado
img img Coração amaldiçoado img Capítulo 2 A Chegada do Inverno
2 Capítulo
Capítulo 6 Fuga img
Capítulo 7 Me aceite ou morra img
Capítulo 8 Uma boa amiga img
Capítulo 9 Confronto indesejado img
Capítulo 10 Greve de fome img
Capítulo 11 O primeiro gesto img
Capítulo 12 Armação img
Capítulo 13 Aconteceu alguma coisa com você img
Capítulo 14 Voltamos a estaca zero img
Capítulo 15 Tem certeza que está bem img
Capítulo 16 Um passeio pelo novo mundo img
Capítulo 17 Talvez ele não seja tão ruim img
Capítulo 18 Um gesto de carinho - parte 1 img
Capítulo 19 Um gesto de carinho - parte 2 img
Capítulo 20 Mais humanos img
Capítulo 21 Uma linda surpresa! img
Capítulo 22 A festa da deusa da umbra img
Capítulo 23 A lenda do alfa sem coração img
Capítulo 24 O primeiro toque img
Capítulo 25 Dúvidas img
Capítulo 26 Caminhos cruzados img
Capítulo 27 Alianças para o mal img
Capítulo 28 Despedidas img
Capítulo 29 Gosta do que vê img
Capítulo 30 Só quando você tiver certeza img
Capítulo 31 Perigo à espreita img
Capítulo 32 Capturada img
Capítulo 33 Encontrem a Luna - parte 1 img
Capítulo 34 Encontrem a Luna - parte 2 img
Capítulo 35 O rastro img
Capítulo 36 Estamos condenados img
Capítulo 37 Encontrei você img
Capítulo 38 Sem provas img
Capítulo 39 Você está em casa agora img
Capítulo 40 Você sabe de alguma coisa img
Capítulo 41 Vamos nos dar uma chance img
Capítulo 42 Punição severa - parte 1 img
Capítulo 43 Punição severa - parte 2 img
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Capítulo 2 A Chegada do Inverno

499 anos depois

O sol começava a se pôr em Sunlake, tingindo o céu de tons quentes enquanto a pequena vila se preparava para a festa da colheita. Havia um burburinho animado nas ruas de terra batida, e o ar cheirava a pão fresco, frutas maduras e o perfume sutil das flores que enfeitavam as casas. Hoje era um dia especial: o fim da colheita e o início de um inverno rigoroso, mas com a promessa de prosperidade, pois os campos renderam mais do que o esperado.

Eulália caminhava devagar pela rua principal, com os cabelos negros semi presos por um delicado enfeite de flores. Ela usava um vestido simples que lhe chegava até os pés, a saia tinha um tom acinzentado e o corpete tinha alguns bordados simples. Na mão, segurava uma cesta cheia de frutas recém-colhidas e seu sorriso era tão sincero quanto a brisa fresca que anunciava o fim do dia.

"Hoje vai ser um dia inesquecível", disse Eulália, com os olhos brilhando de expectativa, enquanto passava por um pequeno grupo de vizinhos que se despediam do trabalho do campo.

Seu pai, um homem de traços gentis e olhar afetuoso, apareceu logo ao seu lado, após se despedir dos trabalhadores. Ele estava carregando um ar de satisfação e orgulho, o que fazia seus olhos se iluminarem ao ver a filha.

"Lália, venha cá, deixa-me ajudar com essa cesta" disse ele, puxando-a gentilmente pelo braço.

Eulália riu e deixou a cesta nos braços dele. Juntos, seguiram pela rua, o som dos passos marcando o compasso de uma conversa repleta de carinho e simplicidade.

"Você sabe, minha menina, cada dia que passa eu agradeço aos deuses por ter você comigo. Você ilumina esta casa como as estrelas iluminam a noite", disse o pai, com a voz suave e calorosa.

"Ah, papai, assim me deixa sem graça!" retrucou Eulália, com uma risada contagiante. Mas por dentro, ela sentia uma pontada de ternura a cada elogio, mesmo que disfarçado de brincadeira.

Caminharam juntos até as últimas casas da vila, que ficavam próximas à imponente floresta que circundava Sunlake. A floresta, densa e cheia de histórias, parecia guardar segredos antigos que poucos se atreviam a desvendar. Enquanto avançavam, a conversa se enchia de lembranças e planos para o futuro.

"Lembra quando você era pequena e adorava correr entre as árvores?" perguntou o pai, sorrindo nostalgicamente.

"Claro que lembro, papai. Eu me perdia e você me achava, sempre com um abraço apertado", respondeu Eulália, os olhos cintilando com a lembrança de momentos simples e felizes.

A caminhada foi leve, com os dois imersos em uma conversa que mesclava risos e lembranças. Quando chegaram à porta de casa, a construção simples e acolhedora parecia um refúgio seguro contra o mundo lá fora. Seu pai abriu a porta com cuidado, dentro da sala, ele acendeu algumas velas, dando um ar de intimidade ao ambiente.

"Hoje, minha filha, vamos celebrar não só a colheita, mas também a promessa de um futuro repleto de bênçãos" disse ele, enquanto colocava a cesta sobre uma mesa rústica. Seus olhos, cheios de orgulho, encontraram os de Eulália, que estava sentada num banco de madeira, ouvindo atentamente.

"Papai, todas as festas de passagem são especiais", retrucou a jovem, num tom meio brincalhão. "Quem sabe nesta festa alguém finalmente se interesse por mim e você possa acalmar seu coração, em?"

O pai sorriu e aproximou-se, colocando uma mão sobre os ombros dela e respondendo:

"Minha querida Lália, você ainda tem muito tempo para isso. Mas eu confio que os deuses já têm um plano traçado, afinal, você é tão única quanto a própria lua que enfeita o nosso céu nas noites de inverno."

Eulália sorriu timidamente, lembrando-se das histórias que sua mãe costumava contar sobre amores impossíveis e destinos traçados pelas estrelas. Seu pai, então, fez uma pausa e olhou diretamente em seus olhos.

"Tenho uma surpresa para você" disse ele, com um brilho misterioso na voz.

Eulália arregalou os olhos, curiosa, enquanto seu pai caminhava até um pequeno baú de madeira encostado na parede. Abrindo-o com cuidado, ele retirou um colar com um delicado pingente em forma de lua, brilhando suavemente à luz das velas.

"Este colar pertencia à sua mãe, Anabel. Sempre disse que, assim como a lua ilumina a escuridão, o amor verdadeiro ilumina a alma. Quero que você o use hoje, para lembrar que a beleza vem dos pequenos gestos e dos laços que nos unem" explicou ele, entregando o colar a Eulália com delicadeza.

Eulália segurou o colar com as mãos trêmulas, emocionada.

"Obrigada, papai. Vou cuidar dele com todo o carinho" prometeu, fixando o olhar no pingente que reluzia como uma esperança silenciosa.

Seu pai então a encarou, com um tom sério misturado com a ternura habitual.

"Prometa-me que, hoje à noite, você vai pelo menos tentar conversar com alguém. Não fique só aí sonhando com o futuro, minha menina. O mundo tem muito a oferecer, e quem sabe, você não encontra alguém especial que te faça sorrir ainda mais."

Eulália riu e balançou a cabeça, mas o olhar dela traía um misto de nervosismo e expectativa.

"Prometo, papai. Mas sabe que eu não sou de me apressar em nada, né? Prefiro viver cada momento como ele vem" disse ela, com um sorriso que iluminava o ambiente.

"Ah, Lália, sempre tão teimosa!" exclamou ele, com um leve tom de brincadeira, mas também com um toque de preocupação. "Mas é exatamente essa sua forma de ser que me enche de orgulho. Hoje você é uma mulher, e o mundo está esperando por você."

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