A Maldição do Alfa
img img A Maldição do Alfa img Capítulo 5 O fogo escuro
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Capítulo 6 O primogênito img
Capítulo 7 Herdeiro poderoso img
Capítulo 8 Cercados img
Capítulo 9 O que aconteceu img
Capítulo 10 Ela morreu - Parte I img
Capítulo 11 Ela morreu - Parte II img
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Capítulo 5 O fogo escuro

1 ano depois

Ser a escrava pessoal do rei não tem sido ruim como achei que seria quando fui escolhida. Depois da confirmação da gravidez eu fui mimada e cuidada, bem alimentada e era solicitada pelo rei pelo menos duas vezes por semana.

Me entregava a ele e tinha uma noite agradável de prazer ao seu lado, porém, depois do sexo, me recolhia para o meu quarto, onde me banhava e passava o restante da noite sozinha. Isso fazia meu coração se afundar no meu peito, e o medo de me apaixonar por ele e sofrer ainda mais me corroía.

Depois do nascimento do meu filho, recebo visitas regulares do rei nos meus aposentos, mas ainda não fui convidada para fazer-lhe companhia na sua cama.

Uma serva vem me chamar em meu quarto, e acredito que finalmente o rei alfa quererá minha companhia, porém não é isso que acontece.

- Mostre-me seu poder - exige ele, assim que coloco meus pés no quarto.

- Melhor não fazer isso aqui, majestade - respondo, mantendo os olhos baixos.

- Está desobedecendo uma ordem minha, escrava? - inquire furioso.

Os olhos verdes dele me analisam aguardando a resposta.

- Não senhor, só não quero ser açoitada por destruir todo os seu aposento - pondero antes de completar a fala. - Sem contar que não sei se influenciará na amamentação de alguma forma.

Como não sabia o efeito do meu poder em meu corpo durante a gestação, sempre que ele pedia que demonstrasse o meu poder, eu negava. Ele compreendeu que era pela segurança do seu filho e não mais exigiu isso de mim, mas segundo ele, o resguardo acabou e eu já posso demonstrá-lo. Porém ainda tenho medo.

A coleira que continha meu poder fora removida do meu pescoço depois que aceitei gerar o seu filho. Um voto de confiança, foi isso que as servas disseram que significava a atitude do rei.

- Então vamos para o jardim.

- As flores irão morrer - alerto.

- O que está escondendo de mim? - Seus olhos injetados de ódio, um ódio que parece nunca abandoná-lo, me escrutinam. Sinto seu hálito quando ele se aproxima com dois passos e cola seu nariz no meu.

- Não escondo nada. Meu fogo suga a vida, não haverá nada vivo ao nosso redor além de nós dois.

- Controle seu fogo - exige.

- Quando vê-lo irá perceber que eu não tenho controle sobre seus efeitos.

Ele se afasta um passo e me analisa.

- Vamos para o pátio de treinamento.

Acho uma boa opção.

Sigo-o em silêncio.

Quando entramos no pátio não há ninguém além de nós dois. Não há animais nem plantas e o lugar é todo cercado com pedras e barras de ferro. Menos mal, pelo menos o lugar parece ser seguro.

- Quanto a amamentação, escrava, estou certo que nada de mal ocorrerá?

- Assim espero.

Balanço a cabeça em confirmação e o sorriso cruel dele se espalha por seu rosto bonito.

Ele se aproxima como um tigre e anda calmamente ao meu redor. Seus dedos percorrem meu rosto, meu pescoço, meus ombros e desce mais. Tharion para atrás de mim e cola seu corpo no meu, seus dedos percorrem as minhas coxas, levantando de leve meu vestido. Suas mãos espalmam sobre meu ventre e ouço sua voz aos pés do meu ouvido.

- Em breve colocarei outro filho em seu ventre.

Frio percorreu a minha espinha. Não respondi.

- Eu precisava de um filho concebido no auge da lua cheia para ter a benção da mãe Lua e ter um filho alfa, mas isso você já me deu. Porém agora eu quero aumentar minha descendência.

O frio se transforma em calor. A proximidade dele me deixa nervosa e excitada ao mesmo tempo. Quero estar nos braços dele novamente, quero sentir prazer, mas não sei se estou pronta para ter um filho novamente. Até três meses atrás estava grávida, meu filho ainda é muito pequeno e meu corpo não se recuperou completamente. Mas sou apenas uma escrava.

Me afasto dele.

- Você não queria ver meu poder? - Mudo de assunto.

Ele sorri, um sorriso tanto lindo quanto maldoso.

- Você me deseja assim como eu te desejo, escrava.

Ele volta e se aproximar e passa a língua úmida em minha orelha. Num segundo está ao meu lado, no outro ele se afasta.

- Me mostre seu poder.

- Sabe que não sei de seus efeitos sobre a amamentação.

- Esperei demais, e eu consultei a curandeira antes. Acha que faria qualquer coisa que prejudicasse meu pequeno alfa?

- Mas meu poder é diferente, majestade.

- Diferente? Diferente, como?

Ele se aproxima, curioso.

- Meu fogo não é comum. Ele não queima, ele só... suga a vida... destrói o que eu desejar.

- Um fogo que não queima? Mentiu pra mim.

- Pare de dizer que menti, majestade. Eu não mentiria, pois tenho amor à minha vida. Quando contemplá-lo, verá que é uma chama, mas não como está acostumado a ver.

- Então vamos parar de conversa, mostre-me o poder agora!

Caminhei para o centro do pátio, estendi as mãos e deixei fluir. Tinha tanto tempo que o poder não fluía por mim, por meu corpo... Tanto tempo que nem me lembrava mais da sensação. Era como voar, alcançar as nuvens com toda aquela onda gelada ao meu redor. Abri os olhos e virei para a direção onde estava o meu rei, o homem que me tinha em suas mãos.

A única coisa que vi foi sua face distorcida. Não por sentir os efeitos do meu poder, pois eu havia nos colocado em um escudo de proteção, o que eu não conseguia fazer com muitas pessoas ou coisas ao mesmo tempo... O que vi no rosto do poderoso, destemido e rei alfa Tharion, foi um sorriso malicioso. Ele me usaria como arma, se pudesse, se tiver a oportunidade. Agora que ele sabe do que sou capaz, do que posso fazer, não sei o que será de mim.

                         

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