O Arrependimento do CEO por um Divórcio Bilionário
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O Arrependimento do CEO por um Divórcio Bilionário

Gavin
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Capítulo 1

Meu marido, um subchefe da máfia e um neurocirurgião brilhante, me deixou para morrer na beira de uma rodovia debaixo de uma chuva torrencial. Ele precisava correr para outra mulher, seu verdadeiro amor, que tinha sofrido um acidente de carro sem gravidade.

Enquanto eu sangrava em uma maca depois de ser atropelada por um caminhão, descobri que estava grávida de oito semanas. Mas minha esperança durou pouco. O hospital não tinha meu tipo sanguíneo, e a única reserva havia sido separada pelo meu marido para a amante dele, caso ela tivesse "complicações pós-operatórias" de sua cirurgia plástica.

Pelo telefone, ouvi a enfermeira implorar a ele. "Essa mulher, e o seu... este bebê vão morrer!"

A resposta dele foi gelo puro. "A Isabella é minha prioridade."

Ele deixou nosso filho morrer para salvá-la de um risco mínimo. O livro onde eu anotava seus pecados finalmente chegou a zero. Eu estava livre.

Dois anos depois, construí uma nova vida, uma nova carreira e encontrei um novo amor com um homem que me valoriza. Não sou mais a esposa quebrada, mas uma arquiteta celebrada, indicada a um prêmio de prestígio.

E esta noite, na cerimônia de premiação, ele me encontrou. Ele se ajoelhou no meio do salão de festas, implorando por uma segunda chance.

Capítulo 1

Ponto de Vista: Sofia

O dia em que comecei a registrar os pecados do meu marido foi o dia em que percebi que meu casamento era um contrato, e meu coração era o único bem que eu não tinha assinado para entregar.

Estava escondido no fundo do nosso closet compartilhado, um espaço maior que meu primeiro apartamento. Guardado atrás de um par de botas de inverno que eu nunca usei em São Paulo, o caderno de couro preto era simples, severo e totalmente deslocado entre as sedas e joias que definiam minha vida como Sofia Rossi, esposa do subchefe do clã Santos.

Dante estava procurando as abotoaduras de seu avô, aquelas esculpidas em prata antiga com o brasão da família. Ele se movia pelas fileiras de seus ternos sob medida com a mesma graça letal que usava para comandar uma sala, sua presença uma vibração de poder que ecoava pelo assoalho.

Suas mãos - as mãos de um neurocirurgião, as mãos que podiam matar um homem com a mesma facilidade com que podiam salvar um - passaram pelas minhas coisas sem um segundo olhar.

Então ele parou.

Ele viu a caixa. Não era de grife. Não era chamativa. Era apenas uma caixa preta simples. Sua curiosidade, algo raro quando direcionado a mim, foi despertada. Ele a pegou, seus movimentos econômicos e precisos, e a abriu.

O caderno estava lá dentro.

Ele o pegou, o polegar traçando a capa sem adornos. Abriu na primeira página. Minha caligrafia, a escrita elegante que minha mãe me ensinou, preenchia o espaço.

O Livro dos Pecados.

Um lampejo de algo - diversão? irritação? - cruzou seu rosto. Ele leu as regras que eu havia escrito abaixo do título.

Pontuação Inicial: 100.

Cada ato de desonra, cada traição, subtrai da pontuação.

Quando chegar a zero, eu estou livre.

Ele zombou, o som baixo e desdenhoso no silêncio do closet. "Um joguinho de esposa entediada", ele murmurou, as palavras para si mesmo, mas eu as ouvi da porta onde estava, sem ser vista.

Ele folheou as páginas, seus olhos percorrendo as anotações. Cada uma era um corte pequeno e preciso.

-5 pontos: Ele esqueceu nosso aniversário. A data que selou o pacto entre as famílias Rossi e Santos.

-3 pontos: Ele cancelou nossa viagem para a Itália porque a Isabella ligou.

-7 pontos: Ele me chamou pelo nome da Isabella quando estava fraco de febre.

-2 pontos: Ele deu o vinho vintage, um presente para o Don da família Ricci, para a Isabella porque ela disse que gostou da garrafa.

Eu vi sua mandíbula se contrair, mas não era com culpa. Era com irritação. Para ele, isso não era um registro de suas traições. Era um testamento da minha obsessão por Isabella Whitfield, a mulher que ele amou antes de mim, a mulher que ele ainda amava. O fantasma que assombrava nossa gaiola dourada.

Ele se lembrava dela, eu sabia. Ele se lembrava da dor quando ela o deixou anos atrás, antes que nossas famílias decidissem que uma aliança era necessária. Ele se lembrava de me escolher, Sofia Rossi, a arquiteta com um jeito quieto e uma linhagem respeitável, como a solução perfeita e plácida. Um belo móvel para estabilizar o subchefe.

Com um último olhar frio, ele jogou o caderno de volta na caixa, empurrando-a de volta para a prateleira com indiferença descuidada. Ele encontrou as abotoaduras, colocou-as nos punhos e se virou para sair.

Ele finalmente me viu. Eu estava na sala de estar, do lado de fora do closet, com meu caderno de esboços aberto no colo. Uma faísca estúpida e teimosa de esperança se acendeu em meus olhos. Fazia anos que ele não a notava de verdade.

"Estou de saída", disse ele, a voz neutra. Ele ajustou o relógio. "A galeria da Isabella tem a inauguração hoje à noite."

Eu senti a esperança morrer. Apagada como uma vela, deixando apenas fumaça e escuridão para trás.

Seu olhar caiu sobre meu caderno de esboços. Na página havia um desenho detalhado de um quarto de bebê, com pequenas estrelas pintadas no teto e um berço esculpido com ondas suaves. Uma expressão estranha e indecifrável passou por seu rosto por uma fração de segundo. Uma pontada que eu não consegui decifrar.

Então seu celular vibrou. Era seu Capo de confiança, Marco.

"Chefe", a voz de Marco era urgente, chiando pelo telefone. "Tem um incêndio. Na galeria da Isabella. Os Rinaldi estão assumindo a responsabilidade."

O sangue sumiu do rosto de Dante. O subchefe frio e controlado desapareceu, e em seu lugar estava um homem consumido por um terror singular. Ele pegou as chaves e o casaco, seus movimentos bruscos e frenéticos. Ele passou por mim correndo, sem uma palavra, sem um olhar em minha direção.

Eu o segui. Não sei por quê. Talvez eu precisasse ver com meus próprios olhos.

A galeria era uma visão do inferno, com chamas lambendo o céu noturno. Eu vi Dante na linha de isolamento da polícia, discutindo com os bombeiros, sua voz um rugido cru de desespero. Ele estava tentando entrar no inferno em chamas.

"Minhas mãos têm um seguro de dez milhões de reais", ele gritou para um capitão dos bombeiros que tentava contê-lo, sua voz falhando com um pânico que eu nunca tinha ouvido antes. "Eu sou um cirurgião. Todo o meu futuro está nessas mãos, e eu as deixaria queimar até virar cinzas para ter certeza de que ela está segura. Você me entende? Me solta!"

Meu coração parou. Simplesmente... parou.

Perto dali, ouvi Marco conversando com outro soldado. "Ele é assim desde que eram crianças", disse o soldado. "Obcecado. Ela é a única coisa que pode fazê-lo perder o controle."

Eu era apenas um obstáculo. Um tapa-buraco. Um dever.

O caderno era minha tábua de salvação. Era a única coisa que era verdadeiramente minha. Vendo-o, um homem disposto a queimar por outra mulher, eu sabia que a pontuação tinha acabado de despencar.

Ele rompeu a barreira. Ele correu para dentro da fumaça.

Momentos depois, ele emergiu, carregando Isabella em seus braços. Ela estava tossindo, o rosto enterrado em seu peito. Ele sussurrava para ela - palavras de conforto, promessas - sua voz carregada de uma ternura que ele nunca havia demonstrado a mim. Ele nunca olhou na minha direção.

Ele a levou até os paramédicos, certificou-se de que ela estava respirando, de que estava segura.

Só então, quando seu dever para com ela estava cumprido, Dante Santos desabou por causa da fumaça.

            
            

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