O Arrependimento do CEO por um Divórcio Bilionário
img img O Arrependimento do CEO por um Divórcio Bilionário img Capítulo 4
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Capítulo 4

Ponto de Vista: Sofia

Acordei em um mundo de um branco ofuscante e uma dor tão aguda que me atravessou.

Uma voz gritava, distante. "Hemorragia interna maciça! Levem-na para a sala de cirurgia, agora!"

Eu estava em uma maca, sendo levada às pressas por um corredor. As luzes do teto se transformaram em uma única faixa dolorosa e embaçada.

"Aguente firme, senhora", disse uma voz gentil perto do meu ouvido. "Nós vamos cuidar de você."

Uma voz diferente, mais distante, gritava ordens. "Chamem o Dr. Evans. E verifiquem os sinais vitais dela de novo. Ela está grávida de oito semanas."

Grávida.

A palavra cortou a névoa da minha dor. Uma pequena e impossível centelha de alegria se acendeu no centro do meu terror. Um bebê. Nosso bebê.

"A pressão está caindo! Precisamos de O-negativo, agora!" uma enfermeira gritou.

"O banco de sangue está quase vazio!" outra respondeu, a voz tensa de pânico. "O Dr. Santos acabou de usar as últimas seis bolsas para uma paciente VIP na plástica."

Dr. Santos. O nome se prendeu em algo na minha mente. Dante.

A enfermeira com a voz gentil estava ao telefone. "Dante, é a Cláudia. Tenho uma paciente não identificada aqui, vítima de acidente de carro, e ela está em estado crítico. Ela está grávida. Estamos perdendo os dois. Preciso que você autorize o desvio da reserva particular. É a única maneira."

Eu podia ouvir a voz dele, metálica e impaciente pelo viva-voz. "Não posso. Essas reservas são para a Isabella. Ela pode ter complicações pós-operatórias."

"Dante, ela está estável! Essa mulher, e o seu... este bebê vão morrer!" Cláudia implorou.

"A Isabella é minha prioridade", disse ele, a voz uma lâmina de gelo. "Não me contate mais nesta linha."

A ligação caiu.

Eu entendi. Por uma possível complicação menor para Isabella, Dante tinha acabado de assinar minha sentença de morte. E a do nosso filho.

Uma sensação fraca e tremulante no fundo do meu ser, como a asa de um passarinho roçando minha alma. Um olá e um adeus, tudo em um.

Então, escuridão.

Eu acordei. A agonia lancinante havia se transformado em uma dor surda e pesada. A cirurgia tinha acabado. Cláudia, a enfermeira gentil, estava sentada ao lado da minha cama.

"Você está estável", disse ela suavemente, seus olhos cheios de uma pena que eu não podia suportar. "A cirurgia foi um sucesso."

Ela respirou fundo. "Eu sinto muito. O bebê... o bebê não sobreviveu."

As palavras pairaram no ar estéril. Eu as senti, mas elas não me atingiram. Eu já estava oca.

"Isabella?" perguntei, minha voz um sussurro seco. "Ela está segura?"

O rosto de Cláudia se contraiu. "O... procedimento estético menor dela foi um sucesso, sim. O Dr. Santos garantiu que ela tivesse o melhor de tudo."

Um sorriso amargo tocou meus lábios. Claro que ele garantiu.

Estendi a mão para a mesa de cabeceira. Para minha bolsa. Para o caderno de couro preto lá dentro. Com uma mão que parecia desconectada do meu próprio corpo, escrevi a última anotação.

-5 pontos: Ele deixou nosso filho morrer para salvá-la.

A pontuação era zero.

Cada laço, cada memória, cada última e tola esperança que eu tinha por Dante Santos foi cortada. Tudo se foi.

Naquela noite, assinei minha própria alta contra o conselho médico. Voltei para a casa vazia.

No travesseiro dele, onde sua cabeça repousaria, deixei duas coisas.

O acordo de divórcio assinado.

E o caderno preto, aberto na última página.

Peguei a única mala pequena que já havia preparado, caminhei pelos cômodos silenciosos e cavernosos uma última vez e fechei a porta da frente atrás de mim.

Eu não olhei para trás.

            
            

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