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Da Noiva Indesejada à Rainha da Cidade
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Capítulo 6

POV Sofia Almeida:

O diamante no dedo de Isabela era do tamanho de um ovo de codorna.

Ele capturava a luz fraturada dos lustres de cristal, enviando pequenos e agressivos arco-íris dançando pelo teto do salão de baile.

A multidão explodiu.

Homens em ternos de vinte mil reais davam tapinhas nas costas de Dante, enquanto mulheres em vestidos de seda enxugavam os olhos secos, fingindo emoção.

"À união da elite de São Paulo!", alguém brindou, sua voz retumbando sobre os aplausos.

Eu estava ao lado de um pilar de mármore, minhas mãos firmemente entrelaçadas atrás das costas para esconder o tremor.

Eu não estava tremendo de tristeza.

Eu estava tremendo pelo esforço puro e exaustivo de existir nesta sala sem gritar.

Isabela estava radiante. Ela ergueu a mão, admirando o anel, pavoneando-se como um pavão exibindo suas penas.

Então, seus olhos me encontraram nas sombras.

Seu sorriso se aguçou em algo predatório.

"Sofia!", ela chamou, sua voz cortando o barulho. A sala silenciou instantaneamente. "Não seja tímida. Venha nos desejar felicidades."

Dante se virou. Seu rosto era impassível, uma bela máscara de pedra.

Forcei minhas pernas a se moverem. A multidão se abriu como o Mar Vermelho, mas em vez de admiração, seus olhos continham uma mistura de pena e diversão.

A reserva. O fracasso.

"Feliz aniversário, Isabela", eu disse, forçando minha voz a permanecer firme. "Parabéns pelo noivado."

"Onde está meu presente?", ela perguntou, estendendo a mão de unhas feitas. "Você não esqueceu, não é?"

Peguei a pequena e discreta bolsa que me permitiram carregar.

Tirei uma caixa de veludo. Dentro, havia um par de brincos de pérola. Eram simples, elegantes e me custaram três meses de economia da ninharia de mesada que meu pai me concedia.

Isabela arrancou a caixa. Ela nem sequer olhou para os brincos.

Seus olhos caíram imediatamente para o meu pulso.

Meu coração parou.

Eu tinha esquecido.

Na minha pressa desesperada para me vestir, para esconder as bandagens no meu braço, eu tinha deixado a pulseira.

Não era nada demais. Apenas um fio de pedras de lava ásperas e sem polimento. Barata. Feia.

Mas no esconderijo, no escuro, Dante costumava passar o polegar sobre aquelas pedras. Ele costumava contá-las quando a dor de seus ferimentos ameaçava derrubá-lo.

*Um, dois, três... você está aqui, Sete. Você está aqui.*

Os olhos de Dante seguiram o olhar de Isabela.

Ele congelou.

O ar na sala pareceu cair dez graus, sugando o calor dos meus pulmões.

Ele estendeu a mão e agarrou meu pulso. Seu aperto era como um torno, esmagando os ossos em recuperação por baixo.

"Onde você conseguiu isso?", ele exigiu. Sua voz era baixa, vibrando com uma intenção perigosa.

Eu recuei, tentando me soltar. "É minha."

"Mentirosa!", Isabela gritou.

Ela deixou os brincos caírem no chão. Ela apertou o peito, seu rosto se contorcendo em uma máscara ensaiada de angústia.

"Isso é meu!", ela chorou, procurando por simpatia. "Dante, essa é a pulseira que eu usava quando cuidei de você! Eu te disse que a perdi! Ela roubou!"

A sala ofegou.

A ladra. A irmã ciumenta.

Dante olhou de Isabela para mim.

Ele não viu a verdade. Ele não viu que a pulseira estava gasta pelos meus dedos, que se encaixava perfeitamente no meu pulso, que cheirava à minha pele.

Ele viu uma ladra.

"Você roubou dela?", Dante rosnou, seus olhos escuros de nojo. "Nada é sagrado para você? Você tenta roubar a vida dela, e agora as memórias dela?"

"Eu não roubei", sussurrei, as palavras me sufocando. "Eu sou a Sete. Isso é meu."

Meu pai deu um passo à frente.

Ele não pediu uma explicação. Ele não olhou para as evidências.

Ele balançou a mão.

O tapa conectou com o lado da minha cabeça com a força de uma marreta.

Eu cambaleei para trás, o mundo girando em seu eixo.

Meus saltos prenderam na bainha do meu vestido.

Caí para trás, batendo diretamente na torre de champanhe.

Vidro se estilhaçou.

O som foi ensurdecedor enquanto centenas de taças de cristal caíam ao meu redor.

Cacos cortaram meus braços, minhas costas.

Champanhe dourado e pegajoso encharcou meu cabelo, ardendo nos cortes frescos como ácido.

Fiquei ali, em meio à ruína, ofegante, sentindo o gosto de sangue e vinho caro.

Minha mãe se aproximou. Ela segurava uma taça de vinho tinto na mão.

Ela o derramou sobre o meu rosto.

"Desgraça", ela cuspiu, o líquido vermelho escorrendo pelas minhas bochechas como lágrimas falsas. "Você é uma mancha nesta família."

Limpei o vinho dos meus olhos, piscando através da ardência.

Através do borrão vermelho, eu vi Dante.

Ele não estava se movendo em minha direção. Ele não estava me ajudando a levantar.

Ele estava segurando Isabela, verificando suas mãos com uma ternura frenética para garantir que nenhum dos vidros voadores a tivesse tocado.

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