Vendida Ao Don Da Máfia
img img Vendida Ao Don Da Máfia img Capítulo 4 Gosto de Perigo
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Capítulo 6 A Linha que Não Existe img
Capítulo 7 As Regras da Guerra img
Capítulo 8 Onde arde, eu nego img
Capítulo 9 E eu... img
Capítulo 10 Enlouquecendo img
Capítulo 11 Febre img
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Capítulo 4 Gosto de Perigo

Dante

O gosto dela ainda estava nos meus lábios. Quente. Teimoso. Doce demais para um homem como eu. Quando Valentina me beijou de volta, ou talvez tenha sido eu que a devorei, algo dentro de mim rompeu a muralha que costurei durante anos.

Não era para ter acontecido. Não assim. Mas, quando ela abriu a boca, quando senti o ar dela se misturar ao meu, já era tarde.

Meu corpo reagiu antes da mente. Minhas mãos subiram por sua cintura, puxando-a para mim como se o espaço entre nós fosse uma afronta. O vestido vermelho, fino demais, cedeu sob meus dedos. Ela tentou me empurrar, o toque fraco, confuso, contraditório. Mas não afastou.

E eu não quis parar.

O beijo ficou mais intenso, mais selvagem. Nossas respirações se misturavam, os corpos colados, a raiva e o desejo lutando por domínio. Ela tinha gosto de proibição, de perigo, e o maldito inferno dentro de mim parecia achar isso delicioso.

- Me solta... - ela sussurrou, mas a voz não soava como um pedido. Soava como um desafio.

Segurei seu rosto com firmeza, obrigando-a a me encarar.

- Diz de novo - murmurei, roçando os lábios nos dela - E talvez eu obedeça.

Ela ficou imóvel. Os olhos castanhos queimando contra os meus. A respiração entrecortada. A pele corando sob meu toque.

As palavras não vieram. Então a beijei outra vez. Com força. Com raiva. Com uma necessidade que eu mesmo não reconhecia.

As mãos dela se prenderam na minha camisa, os dedos tremendo, ora me empurrando, ora me puxando. O corpo dela não sabia o que queria, e o meu também não.

A encostei na parede, o som seco do impacto ecoando entre nós. O vestido se amarrotou entre nossos corpos. Minhas mãos desceram, explorando as curvas que ela tentou esconder. Cada tremor, cada suspiro preso, me fazia perder o controle que jurei manter.

Ela era macia, quente e viva. E o pior de tudo: real.

Nada nela lembrava as mulheres que passavam pela minha cama. Elas vinham vazias, treinadas para agradar.

Valentina, não. Ela lutava, mesmo quando o corpo já estava se rendendo.

- Pare... - ela tentou de novo, a voz quebrada.

- Diga isso olhando pra mim - pedi, roçando o nariz no dela. - Diga com convicção.

Os olhos dela se moveram, hesitantes, depois se perderam nos meus. O silêncio dela me incendiou mais do que qualquer gemido poderia.

Peguei-a pela cintura, ergui em meus braços. Ela arfou, surpresa.

- O que está fazendo?! - perguntou, tentando manter o tom firme.

- Mostrando o que acontece quando você me provoca, Valentina.

A deitei sobre a cama. Ela apoiou as mãos no colchão, o peito subindo e descendo rápido. Fiquei por cima dela, o peso do meu corpo controlado, o olhar cravado no dela.

Meu dedo percorreu o contorno do pescoço dela, descendo lentamente até o decote.

- Eu não faço as coisas assim. - ela sussurrou.

- Assim como?

- Por fazer, eu nunca fiz, eu nem... - a beijei novamente, e ela murmurou entre nossos lábios. - Isso é tão errado.

- Errado é o que você me faz sentir - respondi, sem pensar.

Meu polegar traçou o caminho entre seus seios, sem pressa, só para ouvir a respiração dela falhar. O vestido se moveu, revelando mais pele do que ela gostaria. E ela se arrepiou por inteiro, fazendo seus mamilos endurecerem.

- O que é isso? - ela murmurou, os olhos semicerrados, a voz tremendo.

Sorri contra sua pele.

- É o seu corpo gritando pelo meu.

Ela estremeceu. Tentei me convencer de que era medo, mas sabia que não era. A pele dela arrepiava sob meus toques, o quadril se movia contra o meu, inconsciente. O perfume barato misturado ao cheiro da minha pele era viciante.

Desci meus lábios até o pescoço dela, senti o gosto salgado da pele quente, ouvi o som abafado do gemido que ela tentou conter.

- Não lute contra o que já é seu instinto, Valentina. - sussurrei entre beijos. - O corpo fala a verdade que a boca tenta negar.

Ela mordeu o lábio inferior, os olhos fechados, e arqueou sob mim. Quando passei os dedos pela barra do vestido, ela não impediu. Subi o tecido devagar, expondo suas pernas, os joelhos, as coxas.

O ar entre nós ficou pesado, denso, vivo.

Meu olhar encontrou o dela de novo. Havia medo. Mas havia também algo que me destruiu por dentro: desejo.

Acariciei-a por cima da calcinha. Ela se arqueou, surpresa, os lábios se abrindo num gemido rouco. Continuei provocando, pressionando o ponto exato onde o prazer começa a nascer.

- O que está acontecendo comigo...? - ela perguntou, a voz falhando, o corpo tremendo.

- Está sentindo o que é viver. - respondi, a voz rouca, carregada de uma fome que eu não queria admitir. - O que é desejar alguém até perder o ar.

Ela tentou dizer algo, mas o gemido engoliu as palavras.

Os quadris dela começaram a se mover em resposta ao meu toque. O som das respirações entrecortadas enchia o quarto. Eu a observava, hipnotizado. O rosto corado, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos... Valentina Rojas era um pecado embalado em inocência.

Aumentei o ritmo, minha mão dominando o corpo dela como se sempre tivesse pertencido a mim. Ela agarrou meus braços, os dedos cravando em minha pele.

E então veio.

Um gemido profundo, um tremor que percorreu seu corpo inteiro, e eu senti a onda quebrar nela.

Eu sabia que aquele era o primeiro orgasmo da vida dela.

Valentina arfou, o corpo ainda estremecendo, os olhos perdidos em mim como se tentassem entender o que acabou de acontecer. E foi isso que me destruiu.

Eu a olhava e, por um segundo, tudo pareceu errado. Não era assim que deveria ser. Não com ela. Não em sua primeira vez.

Fechei os olhos. Respirei fundo. Afastar-me exigiu mais força do que qualquer guerra que já travei.

Me levantei, tentando ignorar o desejo ainda pulsando em mim. O sangue quente. O corpo pedindo mais. Mas eu precisava parar. Precisava.

Ela me olhava, o peito subindo e descendo, o rosto ainda corado. Arrumei minha roupa e meu membro que gritava para ser libertado, me virei e segui para a porta.

- Dante...? - a voz dela saiu baixa, quebrada, um sussurro que me atingiu como um tiro.

Parei na porta, de costas para ela. Se olhasse, não sairia dali.

Meu tom saiu frio, mecânico.

- Se recomponha. Volte ao seu quarto e espere até que Teresa a busque.

Houve um silêncio. Depois, a voz dela, mais frágil do que antes:

- Me buscar pra quê?

Virei o rosto, só o suficiente para que ela me visse.

- Irá almoçar comigo.

E saí.

O som da porta se fechando foi como o estalar de uma corda que quase se rompe.

Caminhei pelo corredor em silêncio. O ar parecia denso demais, a respiração pesada demais. Cada passo ecoava no chão de mármore como um lembrete do erro que quase cometi.

Encostei-me à parede, fechei os olhos e passei as mãos no rosto. O cheiro dela ainda estava nos meus dedos. Doce. Suave. Perigoso.

Maldição.

O gosto de Valentina era uma maldição. E eu sabia que se voltasse a prová-lo, não haveria retorno.

Ela é uma dívida. Uma posse. Uma função. Preciso repetir isso até acreditar.

Mas, ao fechar os olhos, tudo o que vejo é o instante em que ela se arqueou sob mim, quando o prazer tomou conta dela e o mundo pareceu parar.

Aquela visão me persegue. E o pior é que parte de mim quer vê-la de novo assim, entregue, vulnerável, viva.

Mas não posso.

Não sou homem para despertar nela o que é bonito. Sou o que vem depois, o que destrói. E se continuar, ela vai ser minha ruína.

Respirei fundo, forcei o controle de volta. Dante Vitale não sente. Dante Vitale não ama. Dante Vitale comanda. Dante Vitale... só precisa de um herdeiro.

Dante Vitale... tentei manter meu nome vivo na minha mente, para poder esquecer do resto.

Mas, por algum motivo que ainda não entendo, o nome Valentina Rojas já soa como uma ameaça ao que sou.

Ela tem um gosto delicioso... Mas é o tipo de sabor que pode te matar.

Porque tem gosto... de perigo.

            
            

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