A Amante Indesejada Torna-se a Rainha da Rival
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Capítulo 3

Eu a encarei, o quarto girando vertiginosamente ao meu redor.

Isso era traição.

No nosso mundo, fazer um filho bastardo passar pelo herdeiro da linhagem não era apenas uma mentira; era uma sentença de morte.

"Eu vou contar a ele", eu disse, dando um passo em direção à porta do banheiro, onde a água ainda corria.

Viviane nem sequer se abalou.

"Vá em frente", ela desafiou, sua voz pingando gelo. "Conte a ele. Diga a ele que a amante ciumenta e estéril está inventando histórias para magoar a viúva enlutada. Veja em quem ele acredita."

A água parou de correr.

Um momento depois, Dante saiu, secando as mãos numa toalha branca e macia.

Ele olhou entre nós, sentindo a tensão como eletricidade estática no ar.

"Dante", eu disse, minha voz firme apesar da batida frenética no meu peito. "Você precisa me ouvir. Ela acabou de admitir que te drogou. O bebê não é seu. Não é de Arthur."

Dante congelou.

Ele olhou para Viviane.

Viviane imediatamente começou a chorar, agarrando os lençóis e puxando-os até o queixo como se estivesse nua e vulnerável.

"Viu?", ela soluçou, apontando um dedo trêmulo para mim. "Ela está fazendo de novo! Está tentando me estressar para eu ter um aborto! Está inventando mentiras absurdas porque me odeia!"

"Não é mentira!", gritei, dando um passo à frente. "Arthur era estéril! Pergunte ao médico! Verifique os registros!"

"Pare com isso!", Dante rugiu.

O som de sua voz foi como um golpe físico.

Ele se interpôs entre nós, de costas para mim, protegendo-a de uma ameaça que não existia.

"Arthur não era estéril", disse Dante, sua voz tremendo de raiva contida. "Meu irmão era um homem. Não insulte a memória dele."

"Ela está te manipulando, Dante!", agarrei seu braço.

Ele arrancou o braço do meu aperto com força suficiente para me fazer tropeçar para trás.

"Chega!", ele gritou. "Não me importo com suas teorias da conspiração, Estela. Eu me importo com a estabilidade. Eu me importo que meus homens vejam um herdeiro. Eu me importo que o Sindicato não desmorone numa guerra civil porque você não consegue lidar com seu ciúme!"

Ciúme.

Ele achava que eu estava com ciúmes.

"É isso que você acha que é?", perguntei, minha voz mal um sussurro.

"Olhe para ela", Dante gesticulou para Viviane, que tremia teatralmente. "Ela é a mãe do futuro desta família. Você vai mostrar respeito a ela."

Ele se virou para Viviane, sua voz suavizando instantaneamente.

"Me desculpe, Viv. Ela está chateada. Não vai acontecer de novo."

Viviane fungou, enxugando os olhos.

"Eu só quero estar segura, Dante. Talvez eu devesse ir embora... ir para a casa de campo..."

"Não", disse Dante com firmeza. "Você fica aqui. Onde eu posso te proteger."

Ele se virou de volta para mim.

"Nós temos um acordo", ele disse, seus olhos duros. "Assim que a criança nascer, Viviane vai para a propriedade na Sicília. Então, e somente então, poderemos falar sobre nós. Sobre casamento."

"Casamento", repeti, a palavra com gosto de cinzas.

"Eu juro", ele disse. "Apenas espere mais alguns meses. Deixe-me pagar minha dívida com Arthur."

Ele enfiou a mão no bolso e tirou um cartão de crédito preto.

"Vá à butique amanhã", ele disse, enfiando o cartão na minha mão. "Compre um vestido de noiva. Compre o que quiser. Apenas... mantenha a paz."

Olhei para o plástico preto na minha mão.

Era dinheiro.

Era um suborno para calar a boca e deixá-lo brincar de casinha com uma traidora.

Olhei para Viviane. Ela piscou para mim por trás das costas de Dante.

Algo dentro de mim se partiu.

Não foi um estalo alto. Foi o som silencioso de uma amarra se rompendo.

"Ok", eu disse suavemente.

Dante piscou, surpreso com minha súbita submissão.

"Ok?"

"Eu vou comprar um vestido", eu disse, meus dedos se apertando em torno do cartão. "Vou manter a paz."

Eu não ia deixá-lo se afogar em suas mentiras.

Eu ia deixá-lo queimar nelas.

            
            

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