Do Ômega Rejeitado ao Lobo Branco Supremo
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Capítulo 5

Ponto de Vista: Elena

O motel era uma ratoeira na orla da cidade humana, a dezesseis quilômetros da fronteira da alcateia. O letreiro de neon zumbia com um som irritante de *fzzzt-pop*. Era o tipo de lugar onde Renegados iam para morrer.

Apropriado.

Deitei no colchão encaroçado, olhando para o teto manchado de água. Já era noite. O acônito não estava mais apenas doendo; estava me dissolvendo. Meus rins parando, uma dor surda e latejante na parte inferior das minhas costas.

Eu mal tinha me sentado quando meu pai, João, invadiu o quarto.

"Levante-se!", ele rugiu.

Eu me encolhi. "Pai?"

"Não me chame assim. Você nos envergonhou ontem à noite. Sair do banquete? Fazer uma cena com o Ancião?" Ele andava de um lado para o outro no quarto pequeno, chutando uma caixa de sapatos velhos de Lídia. "Lídia está chorando a manhã toda porque se sente responsável pelos seus 'humores'."

"Ela está chorando?", perguntei secamente. "Deve ser terrível para ela."

"Cuidado com o tom", ele avisou. "Você vai descer e vai pedir desculpas à sua irmã. E então você vai ajudá-la a preparar os arranjos florais para a cerimônia desta noite."

Eu não tinha energia para lutar. Vesti um suéter largo para esconder os hematomas nos braços e o segui escada abaixo.

A sala de estar estava cheia de flores. Lírios brancos, rosas e... Flores da Lua.

Lídia estava sentada no sofá, enxugando os olhos secos com um lenço de seda. Quando me viu, ela se iluminou.

"Elena! Ah, estou tão feliz que você está aqui." Ela se levantou e pegou um maço de Flores da Lua. Eram lindas, brilhando com uma leve luz perolada, mas seu pólen era potente. "Preciso que você as trance em uma coroa para mim."

Olhei para as flores. "Lídia, você disse a toda a alcateia que era mortalmente alérgica a Flores da Lua três anos atrás. Você disse que eu tentei te envenenar com elas."

Aquela mentira me custou três chicotadas do executor da alcateia.

O sorriso de Lídia não vacilou. Ela se inclinou para perto, sua voz um sussurro que só eu podia ouvir. "Eu sei. Mas Caleb não está aqui agora para checar os fatos, está? E você vai segurá-las."

"Não", eu disse, recuando.

"O que está acontecendo aqui?", a voz de Caleb trovejou da entrada. Ele tinha acabado de chegar de uma corrida matinal, sem camisa, brilhando de suor.

"Caleb!", Lídia engasgou. "Eu estava apenas tentando me conectar com Elena. Pedi a ela para me ajudar com as flores, mas ela se recusa. Ela diz que espera que eu engasgue com elas."

"Eu não disse isso", falei calmamente.

"Ela está mentindo!", Lídia gritou. Então, ela fez algo insano. Ela agarrou minha mão e forçou o buquê de Flores da Lua nela.

Na luta, ela habilmente roçou o próprio pescoço. Vi um flash de pó na ponta dos dedos dela - pó de mico misturado com um irritante leve.

"Ah!", Lídia gritou, caindo no chão. Ela arranhou a garganta. Instantaneamente, vergões vermelhos começaram a surgir em sua pele. "Minha garganta! Ela esfregou o pólen em mim! Caleb, socorro!"

Meus pais correram da cozinha. "O que você fez, seu monstro?", minha mãe gritou.

Caleb não fez perguntas. Ele não procurou lógica. Ele viu sua "verdadeira" escolha de companheira no chão, lutando por ar, e eu parada ali segurando as flores.

Ele se moveu mais rápido do que olhos humanos podiam acompanhar.

Ele não me socou, mas me empurrou para o lado com a força descuidada de um Alfa limpando escombros.

Bati na parede com força. O impacto tirou o ar de mim. Deslizei até o chão, ofegante, minha visão embaçando. Minhas costelas - já frágeis pelo veneno - estalaram sob a pressão.

"Você ousa?", Caleb rugiu, seus olhos brilhando no âmbar brilhante de seu lobo. "Você ousa machucá-la na minha presença?"

Ele pegou Lídia nos braços. Ela enterrou o rosto no peito dele, soluçando alto, mas por cima do braço musculoso dele, os olhos dela encontraram os meus.

Ela piscou.

Era um olhar de pura malícia. Uma volta da vitória.

"Tire-a da minha vista", Caleb rosnou para meu pai, acenando para mim. "Antes que eu mesmo a mate."

Fiquei deitada no chão, incapaz de respirar, vendo o homem que eu amava embalar a mulher que estava me assassinando.

"Não se preocupe", sussurrei, embora nenhum deles me ouvisse. "Estarei fora da sua vista em breve."

            
            

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