A Doce Traição Dele, A Fria Vingança Dela
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Capítulo 2

Ponto de Vista de Joana Neves:

Eu ouvi as palavras, ou talvez as imaginei. Sussurros levados pelo vento, ecos nos corredores vazios da minha mente. *A Érika está voltando. Ela é a única que importa.*

Foi como um soco no estômago, mesmo que eu não as tivesse ouvido de fato. Era o tipo de coisa que eu sabia que eles diriam. Dênis e Ethan. Eles eram inseparáveis, como sombras projetadas pelo mesmo sol cruel.

O ódio de Ethan por mim era um segredo aberto. Uma ferida purulenta no coração desta gaiola dourada que eu chamava de lar. Ele culpava minha mãe, Dora, pelo suicídio de sua própria mãe. Uma raiva mal direcionada, redirecionada e intensificada, diretamente sobre mim. Ele me via como a personificação viva de sua traição percebida, um lembrete constante da mulher que havia substituído sua mãe na vida de seu pai.

Quando Dênis e eu começamos a namorar, eu tolamente esperava que isso mudasse as coisas. Que talvez, apenas talvez, eu pudesse finalmente encontrar um lugar aqui. A hostilidade aberta de Ethan havia diminuído, substituída por uma indiferença arrepiante. Ele ainda me olhava com olhos frios, mas o tormento ativo havia cessado. Eu confundi isso com aceitação.

Eu era tão ingênua. Tão desesperada por uma família, por um sentimento de pertencimento. Pensei que se eu fosse boa o suficiente, se trabalhasse duro o suficiente, se amasse o suficiente, eles finalmente me veriam, finalmente me quereriam.

Eles nunca me quereriam. Eles apenas planejaram uma vingança mais elaborada, mais cruel.

Dênis. Eu me permiti acreditar que ele genuinamente se importava. Que seus toques gentis, suas palavras suaves, suas promessas, eram reais. Eu me deixei apaixonar. Completamente. Pensei que ele era a única pessoa que via além do caos, que me via.

Eu estava errada. Tão incrivelmente errada.

Ele cresceu com Ethan, suas vidas entrelaçadas desde o nascimento. Eles compartilhavam segredos, sonhos sussurrados e, agora, estava claro, um vínculo tóxico que eu nunca poderia penetrar. Eu nunca fiz parte do mundo deles. Eu era apenas um peão em seu jogo distorcido.

Eu o superestimei. Eu me superestimei.

Uma lágrima escapou, traçando um caminho quente pela minha bochecha. Eu a enxuguei rapidamente. Não havia mais tempo para lágrimas.

Saí cambaleando do quarto de hotel, o cheiro persistente de perfume barato e champanhe velho grudado em minhas roupas. O baile de gala da faculdade tinha sido um borrão. Dênis me encheu de bebidas, rindo, me dizendo que eu era linda. Uma mentira doce e inebriante.

Agora, tudo que eu sentia era um vazio esmagador.

Cheguei em casa, a mansão grandiosa e imponente parecendo mais uma tumba do que nunca. Minhas mãos tremiam enquanto eu procurava meu celular. A única pessoa em quem consegui pensar em ligar foi o Professor Alceu Dutra.

"Professor Dutra", consegui dizer, minha voz rouca. "É a Joana. Eu... eu preciso da sua ajuda."

Ele era um titã no mundo da arte, renomado mundialmente. Ele tinha visto algo em meu trabalho, um talento bruto que nem eu mesma havia reconhecido completamente. Ele era meu único apoio genuíno, um farol na escuridão que se aproximava.

"Joana? O que há de errado?" Sua voz era calma, firme. Uma tábua de salvação.

"Eu preciso ir embora", eu disse de uma vez, as palavras se atropelando. "Preciso sair daqui. Aquela bolsa de estudos ainda é uma opção? A da Europa?"

Houve uma pausa do outro lado da linha. "Joana, o que aconteceu?"

"Por favor", sussurrei, minha voz quebrando. "Apenas me diga se é possível. Eu explico tudo depois. Eu só... preciso ir."

Seu suspiro foi audível. "É difícil, mas não impossível. Exigiria alguns contatos, uma papelada acelerada. Você tem certeza de que é isso que você quer?"

"Mais do que tudo", eu disse, um apelo desesperado em minha voz. "É minha única chance."

A influência do Professor Dutra tornaria tudo mais fácil, eu sabia. Ele tinha o poder, a influência, para tornar essa fuga uma realidade. Ele era minha última esperança.

            
            

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