Renascer da Tumba como Rainha
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Capítulo 4

Ivy Richardson POV

Eu estava na seção infantil, passando a mão por um suéter de caxemira para o Leo, saboreando a maciez, quando a atmosfera na loja mudou de repente.

A mudança foi sutil - um deslocamento de ar, um silêncio pesado - mas meus instintos, aguçados por cinco anos de sobrevivência entre lobos, gritaram um aviso.

Eu não estava sozinha.

Virei-me lentamente, esperando um segurança da loja. Em vez disso, encontrei um fantasma do meu passado.

Dexter.

Meu irmão.

Ele parecia mais velho. Desgastado. A arrogância que costumava defini-lo fora substituída por um tique nervoso em seu maxilar.

Ele usava uma jaqueta dois tamanhos maior que ele, posando como um soldado, mas parecendo mais uma criança aterrorizada brincando de se vestir.

"Ivy", ele disse.

Ele não parecia feliz. Parecia encurralado.

"Dexter", eu reconheci, minha voz baixa e firme. Não me movi do meu lugar. "Você está péssimo."

"O pai quer te ver", ele soltou de uma vez.

Ele se aproximou, flanqueado por dois homens corpulentos que eu não reconheci. Músculos contratados. Músculos baratos. Do tipo que confia mais no volume do que na habilidade.

"O Clayton ligou para ele", Dexter continuou, seus olhos dardejando ao redor. "Ele sabe que você está viva. Você precisa vir com a gente."

Dobrei o suéter e o coloquei de volta na prateleira com uma lentidão deliberada. Eu queria que ele visse que minhas mãos não estavam tremendo.

"Eu não recebo mais ordens de Donnell Dillard."

O olhar de Dexter se desviou nervosamente para os compradores próximos.

"Por favor, Ivy. Não faça uma cena. Ainsley está... ela está frágil agora. Se ela descobrir que você voltou sem que a preparemos, isso pode acabar com ela."

Ainsley.

Sempre Ainsley.

A irmã que não era realmente uma irmã. O pássaro cuco que me empurrou para fora do ninho e se banqueteou enquanto eu morria de fome.

"Você ainda a está protegendo", eu disse, balançando a cabeça em descrença. "Depois de tudo?"

"Ela é da família", Dexter retrucou, repetindo as mentiras que nosso pai o alimentou por décadas. "Ao contrário de você, que desapareceu."

"Eu não desapareci, Dexter."

Dei um passo em sua direção, e ele recuou.

"Eu te liguei naquela noite. Liguei três vezes enquanto sangrava na neve. Você me mandou para a caixa postal."

Ele empalideceu, a cor sumindo de seu rosto, mas não recuou.

Ele estendeu a mão e agarrou meu cotovelo.

"Nós vamos. Agora."

Meus músculos se contraíram. Eu poderia ter lutado com ele. Poderia ter acertado a palma da minha mão em seu nariz, quebrado a cartilagem e desaparecido na multidão antes que seus guarda-costas baratos pudessem piscar.

Mas esse não era o plano.

Eu precisava enfrentá-los. Precisava entrar na cova dos leões para mostrar a eles que eu não era mais a presa. Eu era aquela com os dentes.

"Tudo bem", eu disse, livrando-me de seu aperto com um puxão brusco. "Eu vou."

Alisei minha jaqueta, recompondo-me.

"Mas Dexter?"

Inclinei-me para perto, deixando-o ver a escuridão fria e predatória em meus olhos.

"Tenha certeza de que não vai se arrepender de convidar o diabo para o jantar."

Ele me empurrou em direção à saída, em direção à Mercedes preta que esperava na calçada.

Ele pensou que estava sequestrando uma filha fugitiva.

Ele não percebeu que estava transportando uma bomba.

                         

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